Por Dr. Argemiro Luís Brum

O bushel do milho, para o primeiro mês cotado em Chicago, voltou a recuar nesta semana, fechando a quinta-feira (01) em US$ 3,82, a mais baixa cotação desde o início de outubro de 2020. Uma semana antes o bushel havia fechado em US$ 4,06. A média de julho ficou em US$ 3,98/bushel, a mais baixa média mensal desde outubro/20, quando o bushel atingiu os mesmos US$ 3,98. A média de julho/24 ficou 9,3% abaixo da média de junho, lembrando que em julho de 2023 a média do bushel de milho havia sido de US$ 5,48.

Dito isso, 68% das lavouras de milho nos EUA, no dia 28/07, se apresentavam em boas a excelentes condições, contra 55% na safra anterior nesta época. Outras 23% estavam regulares e 9% entre ruins a muito ruins. Cerca de 30% das lavouras estavam na fase de enchimento de grãos, contra 22% na média histórica para aquela data.

E no Brasil, os preços continuaram estáveis, com a média gaúcha fechando a semana em R$ 57,64/saco, enquanto as principais praças locais se mantiveram em R$ 54,00. Já nas demais regiões do país o preço oscilou entre R$ 38,00 e R$ 58,00/saco.

Neste contexto, a colheita da safrinha deste ano atingia a 91% da área, no dia 25/07, no Centro-Sul brasileiro, contra 55% no mesmo período do ano passado, estando largamente adiantada. Este percentual colhido é o mais alto da série histórica, iniciada em 2013 pela consultoria privada AgRural. No Paraná, conforme o Deral, 85% das lavouras da safrinha estavam colhidas nesta virada de semana. A notar que, na maior parte das áreas, a colheita apresenta baixas produtividades, salvo no Sudoeste e Oeste do Estado.

E no Mato Grosso do Sul, conforme a Aprosoja/MS, a colheita da safrinha atingiu a 65,9% da área na virada da semana, estando muito acima do registrado no ano anterior. Problemas climáticos fazem com que as estimativas da Famasul, para a produção final, recuem 19,1%, com a mesma chegando agora a 9,3 milhões de toneladas, ou seja, 34,7% a menos do que na safra passada. A produtividade média, por sua vez, está prevista em 69,8 sacos/hectare, indicando uma retração de 30,7%. Estes números ainda podem mudar já que o término da amostragem das áreas se dará apenas em 13/09.

Por sua vez, a Secex informou que nos primeiros 20 dias úteis de julho as exportações brasileiras de milho atingiram a 2,76 milhões de toneladas, com os embarques diários registrando um recuo de 31,5% sobre o registrado durante o mês de julho de 2023. Lembrando que, em julho do ano passado, o Brasil exportou 4,2 milhões de toneladas de milho. A tendência é de que as exportações brasileiras de milho melhorem a partir de agora.

Enfim, a consultoria Datagro estima um recuo na futura área semeada com milho no Brasil. A safra de verão deverá ficar com 3,89 milhões de hectares, contra 4,05 milhões em 2023/24, sendo a mesma dividida em 2,54 milhões de hectares no Centro-Sul e 1,35 milhões no Norte/Nordeste.

Considerando a possibilidade de La Niña e uso normal da tecnologia, espera-se uma produção de 23,3 milhões de toneladas, ou seja, 1% a menos do que o colhido neste último ano, dividida em 17,3 milhões de toneladas no Centro-Sul e 6,08 milhões no Norte/Nordeste. Já para a safrinha de 2025, “a tendência inicial também indica retração na área, com 16,8 milhões de hectares semeados no Brasil, ou seja, 2% a menos do que no último plantio, sendo 14 milhões de hectares no Centro-Sul e 2,85 milhões no Norte/Nordeste.

Considerando clima regular, a previsão de produção da segunda safra é de 93,6 milhões de toneladas, ficando praticamente igual ao colhido na safrinha deste ano. No total das duas safras, o Brasil tem previsão de área para 2024/25 de 20,7 milhões de hectares, 2% abaixo dos 21,3 milhões do ano anterior, enquanto a produção potencial total chegaria a 116,9 milhões de toneladas, ficando estável em relação ao que se colheu nesta última safra geral, conforme ainda a Datagro.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

Site: Informativo CEEMA UNIJUÍ

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