As cotações da soja, em Chicago, recuaram um pouco durante a presente semana, chegando mesmo a bater em US$ 13,29/bushel no dia 27/11, o mais baixo valor desde o início do mês. O fechamento do dia 30/11 (quinta-feira) acabou ficando em US$ 13,42/bushel, para o primeiro mês cotado, contra US$ 13,56 no dia 22/11.

Dito isso, os embarques de soja, por parte dos EUA, atingiram a 1,44 milhão de toneladas de soja na semana encerrada em 23/11, ficando dentro do esperado pelo mercado. Assim, o total já embarcado no atual ano comercial atinge a 17,5 milhões de toneladas, sendo este 11% abaixo do embarcado no mesmo período do ano anterior.

Já no Brasil, os preços estabilizaram, registrando um leve viés de baixa na semana, a partir de um câmbio que oscilou entre R$ 4,85 e R$ 4,90 por dólar. Os prêmios continuam negativos para os meses iniciais de 2024. Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 140,43/saco, enquanto as principais praças locais voltaram a negociar a oleaginosa a R$ 139,00/saco. Em paralelo, no restante do país, os preços oscilaram entre R$ 116,00 e R$ 129,00/saco.

Por sua vez, a produção de soja brasileira, para 2023/24, está sendo estimada entre 155 e 161 milhões de toneladas conforme os diferentes analistas públicos e privados. Esse volume já considera as perdas climáticas ocorridas até o momento nas diversas regiões produtoras. Ou seja, não será mais uma safra extraordinária, porém, ainda pode ser uma safra igual ou pouco melhor do que a registrada no ano anterior, lembrando que o volume colhido no ano anterior foi de 157,8 milhões de toneladas. (cf. Safras & Mercado) Todavia, é preciso que o clima melhore de forma geral para que não ocorram novos cortes nas projeções de safra.

Neste sentido, vale alertar para o fato de que o lado mais pessimista do mercado brasileiro está indicando que, se o clima não entrar em curso normal, a safra nacional de soja 2023/24 pode ficar abaixo das 150 milhões de toneladas, ou seja, abaixo do colhido no ano passado. Por enquanto, mesmo que ela venha a ser de 155 milhões de toneladas (limite inferior considerado pela maioria do mercado nacional) o país ainda teria um potencial de exportação ao redor de 96 milhões de toneladas, contra 101 milhões neste último ano e 100 milhões inicialmente estimados para o novo ano comercial.

Em tal contexto, vale destacar que o plantio da nova safra chegou a 75% da área esperada até o dia 24/11 no país, continuando bastante atrasado já que o mesmo é o mais lento desde 2009. A média histórica recente é de 87,4% da área semeada até esta data indicada. No Rio Grande do Sul, este plantio atingia apenas a 25% da área esperada, em 23/11, contra 63% na média histórica para a data e 55% semeados na safra anterior, atingida novamente pela seca. (cf. Safras & Mercado e Emater)

Quer saber mais sobre a Ceema/Unijuí. Clique na imagem e confira.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.