As cotações do milho, em Chicago, não sustentaram o patamar dos US$ 5,00/bushel, visto na semana passada, e voltaram à casa dos US$ 4,80. O fechamento desta quinta-feira (26) ficou em US$ 4,79/bushel, contra US$ 5,05 uma semana antes.

A colheita do cereal, nos EUA, atingia a 59% da área até o dia 22/10, contra 54% na média histórica. Por outro lado, aquele país embarcou 437.549 toneladas do cereal na semana encerrada em 19/10, ficando dentro das expectativas do mercado. No acumulado do atual ano comercial, as vendas estadunidenses de milho somam 4,4 milhões de toneladas, ou seja, 17% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Enquanto isso, na Argentina, o Ministério da Agricultura local, juntamente com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, divulgaram seus relatórios de safra. Segundo o Ministério, 18% da área esperada, de 10,4 milhões de hectares, já estaria semeada. Já a Bolsa aponta 19,9% de área plantada, porém, sobre uma área total bem menor, isto é, de 7,3 milhões de hectares no total. Nota-se uma diferença de mais de 3 milhões de hectares entre o que os dois órgãos projetam para a área de milho naquele país.

E no Brasil, os preços indicaram leve viés de alta em algumas regiões, porém, nada significativo. No Rio Grande do Sul, a semana fechou na média de R$ 53,47/saco, enquanto as principais praças locais continuam pagando R$ 52,00. Nas demais regiões do país, o milho esteve cotado entre R$ 36,00 e R$ 55,00/saco. Em paralelo, na B3, o fechamento do pregão do dia 25/10 registrou valores entre R$ 59,44 e R$ 66,59/saco para os primeiros meses cotados.

Por enquanto, a pressão de oferta continua no mercado nacional, mas os preços demonstram estabilização nestes atuais níveis. Ainda em relação as cotações na B3, o mercado indica que, para o final de 2024 e começo de 2025, as cotações do milho são 10% melhores do que as posições atuais, “demonstrando um futuro mais promissor para a cultura, pois o cereal está muito barato no mercado mundial e no mercado brasileiro e, com o tempo, os preços tendem a se normalizar, com cotações melhores.”. (cf. Brandalizze Consulting)

Por outro lado, a Conab, em seu último relatório, aponta que o plantio da nova safra de verão brasileira atingia a 33% da área total prevista, nesta semana, contra 35,8% registrado um ano antes na mesma época. Segundo ela, os Estados mais avançados eram o Paraná (89%), Santa Catarina e Rio Grande do Sul (77%), São Paulo (20%) e Minas Gerais (7,1%).

Especificamente no Paraná, o Deral apontou que 91% da área semeada com milho de verão, durante a corrente semana, estava semeada, sendo que 5% da mesma estava em germinação e 87% em boas condições.

Enfim, nos primeiros 14 dias úteis de outubro, o Brasil embarcou 5,9 milhões de toneladas de milho, com a média diária 17,9% acima da registrada no mesmo mês do ano anterior. (cf. Secex)

As exportações nacionais de milho atingiram a 34 milhões de toneladas nos primeiros nove meses do ano. Somando o já realizado em outubro, o volume alcança 39,9 milhões de toneladas, fato que permite esperar um total anual entre 50 e 57 milhões de toneladas. Esse volume exportado vem segurando os preços do cereal e permite esperar alguma recuperação dos mesmos antes da entrada da nova safra de verão.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



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