Comentários referentes à 15/04/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 15/04
O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,55%, ou $ -5,75 cents/bushel a $ 1036,00. A cotação de julho, fechou em baixa de -0,36% ou $ -3,75 cents/bushel a $ 1046,50. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -0,98 % ou $ -2,9 ton curta a $ 294,2 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em baixa de 2,18 % ou $ 1,01/libra-peso a $ 47,33.
ANÁLISE DO MIX
A soja negociada em Chicago fechou de forma mista nesta terça-feira. Os operadores de mercado estão ainda procurando entender o que acontecerá com a demanda americana em meio a guerra comercial dos EUA contra o resto do mundo. Se por um lado as tarifas foram pausadas/reduzidas por 90 dias para diversos países, o mercado já questiona como será quando o grão for colhido.
Já com a China, maior comprador mundial de soja, a expectativa de compra é mínima, e o mercado só espera que o volume de cancelamentos não aumente e que se tenha algum acordo até o segundo semestre, quando a demanda se volta para os EUA. Ou seja, no momento o produtor e o exportador americano estão se perguntando. “As tarifas vão assustar as compras futuras ou eles continuarão comprando ativamente grãos dos EUA?”
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA-GUERRA DE TARIFAS PODE ESTANCAR COMPRAS DA CHINA (baixista para CBOT e altista para o Brasil)
Entre os fatores que pressionam o mercado está a segunda guerra comercial em andamento entre os Estados Unidos e a China, que só aliviou a pressão com a decisão da Casa Branca de isentar eletrônicos de consumo (smartphones, laptops e outros dispositivos eletrônicos) da tarifa de 145%. No entanto, com o passar dos meses e acordos que tendem a reverter a escalada e a retaliação de 125% da China contra as mercadorias importadas dos Estados Unidos, aumentam as chances de a safra americana 2025/2026 encontrar o acesso ao principal consumidor de soja fechado.
MAIOR OFERTA SULAMERICANA (baixista)
Enquanto isso, a safra abundante do Brasil entra no mercado e ganha espaço na preferência chinesa. O mercado está particularmente interessado na possibilidade de que as medidas cambiais implementadas na Argentina gerem um maior influxo de grãos no mercado no início da safra 2024/2025.
EUA JÁ PLANTARAM 2% DA SAFRA 25/26 (baixista)
Em relação ao plantio de soja 2025/2026 nos Estados Unidos, o USDA informou ontem que a área estava 2% concluída, ante 3% no mesmo período do ano passado; 2% em média nas últimas cinco safras e 3% estimado pelas operadoras.
BRASIL-COLHEITA ADIANTADA (baixista)
No Brasil, a Conab informou ontem que a colheita da soja está avançando em 88,3% da área apta, ante 85,3% na semana anterior; 83,2% no mesmo período em 2024 e a média de 87,4% nos últimos cinco anos.
GANHOS DO BRASIL COM A GUERRA TARIFÁRIA EUA-CHINA (altista)
A guerra comercial iniciada na era Trump estimulou investimentos na agricultura brasileira, reduzindo a vantagem competitiva dos EUA, segundo o Financial Times. De 2016 a 2023, a participação dos EUA nas importações alimentares da China caiu de 20,7% para 13,5%, enquanto a do Brasil subiu de 17,2% para 25,2%. “Com a China buscando diversificar seus fornecedores e a Europa cada vez mais enxergando o Brasil como uma opção estável, estamos observando um aumento na demanda externa e uma alta significativa nos preços”, disse Pavinato ao Financial Times. Apesar de gargalos logísticos, o Brasil pode atrair mais capital chinês para melhorar sua infraestrutura.
EUROPA AUMENTA IMPORTAÇÕES DO BRASIL (altista)
A União Europeia, que prepara tarifas retaliatórias sobre produtos agrícolas dos EUA, também pode aumentar a demanda por proteína vegetal brasileira, o que pressiona a oferta. A competição com a China pode elevar os preços da ração e, por consequência, dos alimentos. Pedro Cordero, da FEFAC, disse que os europeus compartilham a preocupação sobre o reflexo no preço dos alimentos. “Iremos competir com a China, entre outros países, pelos mesmos produtos brasileiros. Isso significa preços mais altos para a ração e preços mais altos para os alimentos”, finaliza.
EUA-ESMAGAMENTO MAIOR (altista)
A Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas (NOPA) relatou um esmagamento de soja em março totalizando 5,29 milhões de toneladas. Isso representou um aumento de 9,4% em relação ao mês anterior, mas 0,9% abaixo do volume de março de 2024. Também foi moderadamente inferior à estimativa média dos analistas de 5,38 MT. A NOPA relatou estoques de óleo de soja em 67.948 tons até 31 de março, a primeira queda em seis meses.
Fonte: T&F Agroeconômica