Comentários referentes à 01/04/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 01/04
O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 1,92%, ou $ 19,50 cents/bushel a $ 1034,25. A cotação de julho, fechou em alta de 2,04% ou $ 21,00 cents/bushel a $ 1049,25. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -0,14 % ou $ -0,4 ton curta a $ 292,3 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em alta de 5,68 % ou $ 2,55/libra-peso a $ 47,44.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta terça-feira. O mercado optou por olhar para o lado otimista da demanda por óleo de soja interna, com a imposição das tarifas, que devem começar nesta quarta-feira 2 de abril, se o presidente Donald Trump, não mudar de ideia ao logo do dia. Neste sentido, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) está em conversas com representantes das indústrias de petróleo e biocombustíveis para verificar a possibilidade de aumento do óleo de soja na mistura com o diesel no país. Com isso a cotação do óleo de soja disparou mais de 5% no dia e puxou a cotação da soja em Chicago.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EM DIA ATÍPICO, ALTA DO ÓLEO DE SOJA (altista)
Em um dia atípico para o mercado atual, dada a guerra comercial em curso, a soja fechou a sessão de Chicago com preços em alta. O motivo foi um espírito positivo que prevaleceu hoje entre os traders que optaram por priorizar o lado da batalha tarifária que poderia favorecer os interesses, neste caso, dos fornecedores de óleo de soja, dada a possibilidade de que as tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá — finalmente definidas para entrar em vigor amanhã — interrompessem a entrada do óleo de canola canadense, um produto do qual os EUA são o maior importador mundial, com 3,54 milhões de toneladas previstas para a temporada 2024/2025, de acordo com o USDA. Isso, juntamente com a alta dos preços do petróleo, está permitindo um aumento significativo no preço do óleo de soja, que se estende para o grão.
EUA-GUERRA INTERNA POR BIODIESEL (altista)
Por outro lado e, também impulsionando os preços do óleo, que fecharam hoje com alta de US$ 56,22 sobre o contrato de maio, que foi ajustado para US$ 1.045,85 a tonelada, a Reuters noticiou reunião — ocorrida hoje — entre representantes das indústrias de petróleo e biocombustíveis e autoridades da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
Como discutimos na semana passada, líderes empresariais, muitas vezes com interesses conflitantes, teriam chegado a um acordo para solicitar um aumento no uso de biodiesel diante da eliminação obrigatória de combustíveis fósseis. Espera-se que esta coalizão de líderes empresariais peça à EPA para aumentar o volume de biodiesel usado para redução de combustível dos atuais 3,35 bilhões de galões para uma faixa de 5,5 a 5,75 bilhões.
Vale destacar que hoje a Reuters informou algumas divergências entre representantes da indústria petrolífera, que não estão dispostos a ceder ao aumento do uso do biodiesel sem antes garantir a continuidade do benefício dos créditos fiscais para misturadores que expiraram em dezembro. Devido principalmente a esta última questão, entre o fechamento da última quarta-feira e hoje, a posição de maio do óleo de soja em Chicago acumulou um aumento de 11,26%, passando de US$ 940,04 para US$ 1.045,85 por tonelada.
EUA-AS CONSEQUÊNCIAS SOBRE O FARELO (baixista)
Diante da possibilidade de aumento da moagem formar estoques sem destino claro, todos os itens acima amenizaram o impacto baixista decorrente das consequências da batalha tarifária com a China e da pressão exercida pela entrada da safra de soja do Brasil no mercado.
BRASIL/CONAB-COLHEITA ATINGE 81,4% DA ÁREA (BAIXISTA)
Em seu relatório semanal de ontem, a Conab informou que a colheita de soja do Brasil avançou 81,4% da área plantada, à frente dos 76,4% da semana anterior, dos 71% do mesmo período de 2024 e da média de 67,2% dos últimos cinco anos.
Fonte: T&F Agroeconômica