Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 05/05/2025
FECHAMENTOS DO DIA 05/05
O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -1,18%, ou $ -12,50 cents/bushel a $ 1045,50. A cotação de agosto, fechou em baixa de -1,05% ou $ -11,00 cents/bushel a $ 1040,25. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -0,47 % ou $ -1,4 ton curta a $ 295,5 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de -1,42 % ou $ -0,70/libra-peso a $ 48,73.
ANÁLISE DA BAIXA
A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta segunda-feira. As cotações da oleaginosa caíram em sintonia com os demais grãos. As recentes chuvas melhoraram a umidade do solo, algo importante para o primeiro estágio do plantio da soja. Neste sentido o mercado trabalhou esse começo de semana com a perspectiva do USDA apontar um rápido avanço da semeadura, algo confirmado pelo boletim semanal divulgado após o fechamento da sessão.
As vistorias dos embarques para exportação caíram 29,21% em relação a semana anterior, ficando perto do mínimo esperado pelo mercado. A soja teve como componente extra, as falas do Presidente Donald Trump, afirmando que não reduzirá tarifas para forçar a China a negociar, dando um passo atrás nas conversas da semana anterior.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
INCERTEZAS NA RELAÇÃO EUA-CHINA (baixista)
O curso incerto das negociações entre os EUA e a China para acalmar a segunda guerra comercial foi o principal fator de baixa nesta segunda-feira. A rigor, as esperanças de uma real reaproximação entre as partes foram arrefecidas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que disse em uma entrevista que não recuará nas tarifas contra a China para forçá-los a negociar. Ele acrescentou que o país está “enganando” os Estados Unidos e que não planeja falar com seu colega chinês, Xi Jinping, esta semana. Nada disso está de acordo com o que o governo chinês exige para abrir uma mesa de negociações. Vale lembrar que o Ministério do Comércio da China disse em um comunicado na sexta-feira que “tentar usar as negociações como pretexto para coerção e chantagem não funcionará com a China”.
MAIS TARIFAS DE TRUMP, AGORA SOBRE FILMES (baixista)
Para contextualizar, as declarações de Trump ocorreram quase ao mesmo tempo que sua decisão de autorizar o Departamento de Comércio dos EUA a impor imediatamente uma tarifa de 100% sobre todos os filmes estrangeiros que entrassem nos EUA, sob o pretexto de defender a indústria cinematográfica americana. Embora isso não seja novidade, com suas declarações e ações, Trump está destruindo pontes e continuando a impactar negativamente o comércio.
EUA-BOA UMIDADE DOS SOLOS (baixista)
Em termos estritamente agrícolas, a temporada de semeadura 2025/26 está progredindo bem nos Estados Unidos, agora em solos com umidade renovada após as chuvas favoráveis
da semana anterior. Para o relatório semanal do USDA, que será divulgado às 17h, a média das estimativas privadas prevê um progresso no plantio de 31% da área projetada, em comparação com 18% na semana anterior.
EUA-EXPORTAÇÕES menores (baixista)
O relatório semanal sobre inspeções de remessas nos EUA, do período de 25 de abril a 1º de maio, não foi construtivo. Nele, o USDA informou que os embarques de soja hoje totalizam 324.101 toneladas, abaixo das 457.844 toneladas informadas no relatório anterior e próximo da previsão mínima dos produtores do setor privado, que estimavam uma faixa viável entre 300.000 e 600.000 toneladas.
ARGENTINA-CHUVAS ATRASAM A COLHEITA (altista)
As chuvas em áreas agrícolas da Argentina, que devem atrasar o andamento da colheita, limitaram parcialmente a queda dos preços da soja em Chicago.
EUA-SITUAÇÃO DO PLANTIO DE SOJA
O USDA informou no final da tarde dessa segunda-feira que o plantio da soja está em 30%, ante 18% da semana anterior, dos 24% do ano anterior e adiantada em relação aos 23% da média de cinco anos. As plantas emergindo estão em 7%, ante 8% do ano passado e 5% da média histórica.
Fonte: T&F Agroeconômica