Comentários referentes à 05/02/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 05/02
O contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -1,67, ou $ -18,00 cents/bushel a $ 1057,00. A cotação de maio, fechou em baixa de -1,45% ou $ -15,75 cents/bushel a $ 1072,25. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -1,82 % ou $ -5,7 ton curta a $ 308,3 e o contrato de óleo de soja para março fechou em baixa de -1,46 % ou $ -0,67/libra-peso a $ 45,09.
ANÁLISE DA BAIXA
A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta quarta-feira. Após o otimismo, que fez a cotação da oleaginosa subir forte por dois dias, o mercado resolveu ajustar a rota ao ver que as tensões comerciais entre EUA e China estão mais longe de um acordo do que se imaginava. Apesar da China não colocar em sua lista de produtos taxados os grãos, a falta de diálogo direto entre os presidentes dos dois países reduziu a esperança de um esfriamento na guerra tarifária.
Isso em um momento que a demanda mundial volta seus olhos para safra brasileira, que segundo a ANEC deve exportar entre 8,30 e 11,24 milhões de toneladas de soja em fevereiro, volume que pode ser superior ao embarcado em 2024. O Rabobank reforçou o coro para uma supersafra no Brasil, com uma produção de 169.988 milhões de toneladas. O banco europeu citou a melhora do clima em relação a safra passada, apesar de alguns pontos de seca ainda nesta temporada.
A chuva chegou em pontos críticos da Argentina, trazendo algum alívio para as lavouras com estresse hídrico e pressão para as cotações.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
ARGENTINA-CHUVAS NAS ÁREAS SECAS (baixista)
Chuvas que caem em diversas áreas agrícolas da Argentina, que trazem alívio às lavouras que vinham sofrendo a combinação formada pela onda de calor e um fornecimento irregular de umidade que já teria impactado negativamente o potencial de rendimento das plantas. Dependendo do estágio, a chuva pode retardar as perdas e promover um melhor dese nvolvimento.
QUEDA NO ÓLEO (baixista)
A queda nos preços da soja se deve à queda – pelo segundo dia consecutivo – do preço do óleo de soja, o que, como destacamos ontem, é o lado negativo do acordo entre Estados Unidos e Canadá para adiar a imposição de tarifas por pelo menos um mês. Isso permitirá que o óleo de canola canadense continue a entrar no mercado dos EUA, afetando a demanda por óleo de soja.
CHINA-TARIFAS CHEIAS, POR ENQUANTO (baixista para Chicago, altista para o Brasil)
A vigência das tarifas de 10% impostas pelo governo Trump contra produtos da China, com a contraofensiva chinesa de aplicar tarifas de até 15% a certos produtos americanos – por enquanto sem incluir grãos ou seus derivados – também têm influência pessimista sobre Chicago. Ao contrário do que se acreditava até ontem, um diálogo próximo entre os líderes de ambos os países está agora descartado, razão pela qual as tensões devem continuar a aumentar.
CHINA COMPRA DA ARGENTINA (baixista)
Houve rumores no mercado hoje de que a Sinograin comprou alguns cargos de soja argentina nesta quarta-feira.
CHINA-MERCADO DE FARELO EM ALTA (altista)
Com os preços da soja CFR 20 cents/bushel acima de duas semanas atrás, as bases do farelo de soja no mercado spot chinês subiram para todas as regiões e as cotações da DCE (vide abaixo) estão muito firmes. Também os fretes do PNW para o norte da China aumentaram US$ 2-3/t na terça-feira.
BRASIL-PROBLEMAS DE LOGÍSTICA AFETAM EXPORTAÇÃO (baixista para o Brasil, altista para CBOT)
A falta de caminhões para transportar soja parta os portos (os caminhoneiros preferem as viagens curtas das lavouras para os armazéns) está afetando o spread dos prêmios entre março e abril, que subiram muito (passaram de 152 para 240 cents/bushel nas últimas duas semanas), com março atingindo hoje 8 cents acima de abril.
Fonte: T&F Agroeconômica
