Comentários referentes à 03/01/2025, por T&F Agroeconômica.
FECHAMENTOS DO DIA 03/01

O contrato de soja para janeiro, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de 1,85%, ou $ -18,50 cents/bushel a $ 981,00. A cotação de março, fechou em baixa de -2,00 % ou $ -20,25 cents/bushel a $ 991,75. O contrato de farelo de soja para janeiro fechou em baixa de -3,54 % ou $ -11,0 ton curta a $ 299,9 e o contrato de óleo de soja para janeiro fechou em baixa de -0,81 % ou $ -0,32/libra-peso a $ 39,40.

ANÁLISE DA ALTA

A soja, negociada em Chicago, fechou o dia e a semana em baixa. Assim como seus pares no complexo de grãos, as vendas para exportação foram decepcionantes para a soja, caindo 51% em relação a semana anterior e fechando abaixo do mínimo esperado pelo mercado. A queda no farelo e no óleo de soja, que deram alguma sustentação as movimentações das três rodas positivas anteriores da oleaginosa, também foi um fator para a justificar a forte queda no dia. O mercado optou por realizar o lucro do período, no entanto a soja, mesmo fechando em baixa, teve o melhor desempenho semanal entre os grãos.

Com isso a soja fechou o acumulado da semana em baixa de -0,71% ou $ -7,00 cents/bushel. O farelo de soja caiu -2,00% ou $ -6,3 ton curta. O óleo de soja ganhou 0,13% ou $ 0,05 libra-peso no período.

Análise semanal da tendência de preços
Fatores de alta

a) No Brasil, a possibilidade de aumento de B14 para B15 a partir de março deste ano, deverá aumentar a demanda e o esmagamento do grão. A aprovação do projeto do Combustível do Futuro, em 11/9/2024, deverá provocar um impacto significativo no setor agrícola, especialmente na produção de biodiesel. A legislação, que altera os percentuais de mistura de etanol na gasolina e biodiesel no diesel, também traz incentivos ao diesel verde e ao combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês). No caso do biodiesel, a mistura atual de 14%, que está em vigor desde março deste ano, será aumentada gradualmente a partir de 2025, com acréscimos de 1 ponto percentual ao ano, até atingir 20% em 2030, com o aumento da demanda interna de 6 milhões de toneladas de soja a mais até 2024 e 11,1 milhões de toneladas em 2030.

Este aumento na demanda manteve os preços da soja elevados no Brasil, na contramão de Chicago, durante o ano de 2024 e este deverá ser o padrão também em 2025. Contudo, se as previsões de aumento de produção no Brasil, que ultrapassam 170 MT, se confirmarem, esta demanda adicional apenas impedirá os preços de caírem na mesma proporção que Chicago, mantendo-os levemente abaixo dos níveis atuais;

b) Mas os fundos ainda estão curtos e temos um rompimento técnico nos gráficos, o que pode causar um pouco mais de cobertura de posições vendidas.

Fatores de baixa

a) Aumento da produção brasileira: ontem a consultoria StoneX elevou sua previsão sobre o volume de produção 2024/2025 de 166,20 para 171,40 milhões de toneladas e seu cálculo sobre exportações de 103 para 107 milhões de toneladas. A nova estimativa de colheita privada superou os 169 milhões calculados pelo USDA e os 166,21 milhões esperados pela Conab.;

b) Chuvas na Argentina: Além disso, algumas chuvas “fora de hora” em áreas agrícolas da Argentina contribuíram para reverter a firmeza que a falta de umidade começava a trazer aos preços;

c) O fraco relatório semanal sobre as exportações dos Estados Unidos também teve influência baixista, desta vez para o segmento de 20 a 26 de dezembro, dado que o USDA reportou vendas de soja 2024/2025 de 484,7 mil toneladas, abaixo das estimativas de 978,4 mil toneladas do relatório anterior e. a faixa prevista pelo setor privado, que era de 500 mil a 1.200.000 toneladas. “As vendas líquidas foram as mais baixas do ciclo económico, além de serem 51% inferiores ao relatório anterior e 67% inferiores à média das últimas quatro semanas”, afirmou o USDA. A China foi o principal comprador, com 617,7 mil toneladas, incluindo 316 mil inicialmente indicadas para destinos desconhecidos;

d) A fraqueza dos subprodutos da soja completou hoje o quadro negativo. Nesse sentido, os contratos de março do farelo e do óleo caíram US$ 12,46 e 7,50, enquanto o reajuste foi de US$ 340,17 e 880,26 dólares por tonelada, respectivamente;

e) Melhora das lavouras argentinas: Em seu relatório semanal sobre o estado das lavouras argentinas, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) informou hoje progresso no plantio de soja em 92,7% dos 18,4 milhões de hectares planejados, após progresso de 8 pontos nos últimos sete dias. “Os progressos estão a ser feitos a bom ritmo no norte da zona agrícola, onde as plantações cobrem 73% da superfície plantada. Por sua vez, a nível nacional, 81% do que já foi implementado tem condições hídricas adequadas/ótimas, após queda de 7 pontos em relação à semana anterior em função da maior demanda por culturas nobres e da heterogeneidade nas chuvas.

No entanto, 93% das lavouras ainda mantêm uma condição de colheita normal/boa. A persistência dependerá das chuvas futuras. 32% da soja de primeiro grau já iniciou a fase reprodutiva, enquanto 86% da soja de segundo grau já foi implantada, necessitando agora de umidade para finalizar o trabalho na superfície restante”, afirmou a entidade.

Fonte: T&F Agroeconômica



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