Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 02/12/2024
FECHAMENTOS DO DIA 02/12

O contrato de soja para janeiro, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,43%, ou $ -4,25 cents/bushel a $ 985,25. A cotação de março, fechou em baixa de -0,50% ou $ -0,50 cents/bushel a $ 991,00. O contrato de farelo de soja para janeiro fechou em baixa de -1,37 % ou $ -4,0 ton curta a $ 287,9 e o contrato de óleo de soja para janeiro fechou em baixa de -0,77 % ou $ -0,32/libra-peso a $ 41,42.

ANÁLISE DA BAIXA

A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta segunda-feira. A perspectiva de uma safra robusta no Brasil pressionou as cotações da oleaginosa na primeira sessão de dezembro. O intervalo estimando entre diversas consultorias vai de 162,2 à 172,2 milhões de toneladas, mas todas as avaliações, incluindo as oficiais da USDA (169) e Conab (166,4) superam as 154,5 milhões de toneladas da safra 23/24.

As falas do Presidente eleito Donald Trump, sobre a possibilidade de “tarifas de 100%” sobre os membros do BRICS deixou o cenário geopolítico de comercialização ainda mais apreensivo. Enquanto isso a China corre para abastecer seus estoques antes da posse do novo presidente americano. Nesta segunda os chineses compraram 134 mil toneladas de soja. Volume que se soma a grande compra de sexta-feira.

O ritmo de inspeção para exportação caiu -1,37% na semana, mas a China se manteve como o principal destino absorvendo 45% da soja embarcada na última semana.

NOTÍCIAS IMPORTANTES
BRASIL-BOAS CHUVAS (baixista)

“A semana começa com bons volumes de chuva no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, sul de Mato Grosso do Sul e em São Paulo. A partir de amanhã, as chuvas devem se concentrar em áreas do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, podendo atingir áreas do Matopiba e Região Norte”, segundo relatório da empresa de agrometeorologia Rural Clima. Ele acrescentou que as chuvas deverão ser favoráveis em dezembro nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, bem como em grande parte do Sudeste.

BRASIL-91% PLANTADO (baixista)

Em relação ao andamento da semeadura, com dados da última quinta-feira, a consultoria AgRural levantou 91% da área prevista para a soja brasileira, contra 86% da semana anterior e 85% na mesma época de 2023. “Embora 91% plantado seja o maior percentual para esta época do ano desde 2018, os trabalhos de campo perderam um pouco de força no Rio Grande do Sul por conta da falta de chuvas.

Nas regiões leste de Mato Grosso e Triângulo Mineiro, o que atrasou os trabalhos foi o excesso de umidade. Porém, de modo geral, o plantio avança sem maiores problemas nos Estados que ainda possuem maquinários no campo e as lavouras estão em excelentes condições produtivas. potencial na maior parte do país”, disse a empresa. Ele acrescentou que no Paraná algumas chuvas muito bem-vindas trouxeram alívio aos produtores do oeste e do norte desde quinta-feira. “A expectativa é a recuperação de áreas que vinham sofrendo chuvas irregulare s, já que há previsão de mais chuvas. Mas o problema persiste no sul de Mato Grosso do Sul, onde ainda predomina um padrão mais seco e quente”, detalhou a AgRural.

BRASIL-MAIS UMA CONSULTORIA ESTIMA ACIMA DE 170 MT (baixista)

Diante dessas boas perspectivas para as lavouras brasileiras, a consultoria Celeres estimou hoje o volume da colheita de soja 2024/2025 em 170,80 milhões de toneladas, quase um milhão de toneladas acima da previsão de novembro e bem acima dos 154,50 milhões da campanha anterior. Também hoje, a StoneX Brasil manteve a previsão em 162,20 milhões de toneladas. Estas projeções somam-se às 172,20 milhões de toneladas previstas na semana passada pela Agroconsult. Vale lembrar que em seus relatórios de novembro o USDA e a Conab estimaram a produção brasileira de soja em 169 e 166,14 milhões de toneladas, respectivamente. Essas organizações atualizarão seus relatórios nos dias 10 e 12 deste mês.

EUA-TRUMP AGORA AMEAÇA BRICS (baixista para CBOT, altista para o Brasil)

Fora da questão das colheitas, outro fator de pressão descendente veio do lado político, depois de durante o fim de semana o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ameaçado os países membros do bloco BRICS com a imposição de “tarifas de 100%” aos seus produtos se tentarem criar uma nova moeda que afete o domínio do dólar. E para além de ninguém em sã consciência acreditar que isso possa ser posto em prática, as declarações de quem vai presidir os Estados Unidos a partir do dia 20 do próximo mês geram sempre reações. Vale lembrar que entre os membros do BRICS estão China e Índia, os principais compradores de soja e óleos vegetais, respectivamente; Brasil e Rússia, principais exportadores de soja e trigo, respectivamente.

CHINA-NOVAS COMPRAS (altista)

O bom desempenho das exportações dos EUA deu algum apoio aos preços da soja, com a China parecendo estar a antecipar compras após a tomada de posse de Trump. Nesse sentido, em seus relatórios diários de hoje o USDA confirmou uma nova venda de soja 2024/2025 para aquele destino, por 134 mil toneladas.

EUA-EXPORAÇÕES AINDA ELEVADOS (altista)

Em seu relatório semanal de fiscalização dos embarques dos EUA, para o período de 22 a 28 de novembro, o USDA reportou hoje embarques de soja de 2.088.361 toneladas, um pouco abaixo das 2.117.380 toneladas do relatório anterior, mas dentro da faixa antecipada por empresas privadas, entre 1,48 e 2,40 milhões de toneladas.

Fonte: T&F Agroeconômica



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