Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 10/07/2025
FECHAMENTOS DO DIA 10/07

Chicago: A cotação de setembro, referência para a nossa safrinha, fechou estável a $399,25. A cotação para dezembro, referência alternativa, fechou em alta de 0,24% ou $ 1,00 cents/bushel a $ 416,50.

ANÁLISE DA ESTABILIDADE

O milho negociado em Chicago fechou praticamente estável nesta quinta-feira. As cotações permanecem no menor patamar de 8 meses. As leves recuperações do dia se deram pelo forte relatório de vendas externas, que somados foram 46,02% superiores aos da semana anterior e acima da expectativa do mercado. A pressão sobre os preços do cereal está na safra recorde que os EUA devem colher, assim como a grande safra brasileira, que Conab projetou um aumento nesta quinta.

Não colabara as ameaças tarifarias de Trump sobre vários países, na noite desta quinta-feira, Canadá foi avisado de tarifas de 35% e se juntou a longa lista que incluem Brasil, Japão e Coreia do Sul com aumento de tarifas que podem inviabilizar o comercio entre os países.

B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: Milho B3 fechou em baixa com aumento de safra pela CONAB

Os principais contratos de milho encerraram em baixa nesta quarta-feira. As cotações da B3 cederam com o aumento projetado para a colheita do milho safrinha pela Conab. Nesta quinta a Conab apontou um aumento da safra de milho de 128,25 para 131,97 milhões de toneladas, com uma alta de 101,01 para 104,54 milhões de toneladas na colheita do milho safrinha. Com isso aumenta a disponibilidade do cereal no país, apesar da Companhia também elevar as exportações.

Tudo isso se mistura a apreensão do setor com as ameaças tarifarias de Donald Trump, que prometeu elevar em 50% as tarifas para o Brasil em 1º de agosto. Apesar do impacto direto ao milho ser mínimo, o indireto pode ser sentido, caso se concretize as tarifas, visto que o cereal é largamente usado para ração no Brasil e os EUA é um dos principais consumidores da carne brasileira.

OS FECHAMENTOS DO DIA 10/07

Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa no dia: o vencimento de julho/25 foi de R$ 62,46, apresentando baixa de R$ -0,53 no dia e baixa de R$ -0,05 na semana; setembro/25 fechou a R$ 62,95, baixa de R$ -0,85 no dia e alta de R$ 0,34 na semana; o vencimento novembro/25 fechou a R$66,61, baixa de R$ -1,11 no dia e baixa de R$ -0,11 na semana.

NOTÍCIAS IMPORTANTES
CONAB ELEVA A PRODUÇÃO DO MILHO NO BRASIL

A Conab elevou sua estimativa para a safra total de milho de 128,25 para 131,97 milhões de toneladas hoje, após elevar a estimativa da safrinha de 101,01 para 104,54 milhões de toneladas. Com esse salto no mix, a agência projetou as exportações para 2024/2025 em 36 milhões de toneladas, acima dos 34 milhões projetados em junho. Enquanto aguardamos a divulgação dos números do USDA amanhã, vale lembrar que, no mês passado, a previsão era de produção e vendas brasileiras de 130 milhões de toneladas e 43
milhões de toneladas, respectivamente.

QUEDA DAS COTAÇÕES TORNA O MILHO AMERICANO MAIS COMPETITIVO (altista)

O milho continua sendo negociado com leves oscilações em Chicago e próximo às mínimas contratuais atingidas na terça-feira, com os traders sofrendo com a incerteza gerada pela batalha tarifária impulsionada pelo governo Trump e a falta de acordos concretos com muitos dos países que devem demandar commodities agrícolas dos EUA, antes de uma colheita recorde de milho. Paradoxalmente, o lado positivo desta crise é que tal fraqueza tornou o milho americano um dos mais baratos para a demanda internacional, que continua aguardando a lenta entrada do milho safrinha brasileiro no mercado.

EUA-EXPORTAÇÕES MAIORES (altista)

O relatório semanal de exportação do USDA de hoje foi positivo para o mercado americano, pois reportou vendas de 1.262.100 toneladas na safra 2024/2025, acima das 532.700 toneladas reportadas no relatório anterior e da faixa estimada por investidores privados, que era de 375.000 a 900.000 toneladas. O México liderou as compras, com 469.900 toneladas. Em relação aos negócios da safra 2025/2026, a agência reportou 888,6 mil toneladas, abaixo das 940,2 mil toneladas da semana passada, mas acima da faixa esperada pelos traders, entre 150 mil e 700 mil toneladas. Com 423,9 mil toneladas, o México também foi o principal destino.

EUA-NOVA VENDA (altista)

Além disso, em seus relatórios diários, o USDA confirmou hoje uma nova venda de milho americano da safra 2025/2026 para destinos desconhecidos, por 110 mil toneladas.

PRODUTORES AMERICANOS PEDEM UM NEGOCIADOR A TRUMP (altista)

Em relação à incerteza gerada pela cruzada tarifária da Casa Branca no setor agrícola dos EUA, na terça-feira, 42 organizações de produtores enviaram uma carta a Trump solicitando a nomeação de um novo Negociador-Chefe Agrícola para o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos, acreditando que esta posição é “crucial para priorizar as necessidades da agricultura dos EUA em meio às negociações comerciais recíprocas em andamento”, destacaram os signatários do documento, incluindo a Associação Nacional de Produtores de Milho, a União Nacional de Agricultores, a Associação Americana de Soja e a Federação Americana de Escritórios Agrícolas.

“Um defensor forte nesta função ajudará a garantir que as prioridades agrícolas sejam integradas precocemente e de forma consistente ao longo do processo de negociação e trará experiência crucial em produção agrícola, cadeia de suprimentos e questões técnicas. Isso, portanto, levará a acordos que gerem benefícios reais e tangíveis para as comunidades rurais e para a economia americana em geral. Um Negociador-Chefe Agrícola é um trunfo para agricultores e pecuaristas em todos os Estados Unidos, bem como para o governo federal”, declararam as organizações, preocupadas com a falta de ênfase dada ao agronegócio na disputa tarifária.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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