Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 07/08/2025
FECHAMENTOS DO DIA 07/08
O contrato de soja para setembro, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,91%, ou $ 8,25 cents/bushel a $ 974,00. A cotação de novembro fechou em alta de 0,97% ou $ 9,25 cents/bushel a $ 993,75. O contrato de farelo de soja para setembro fechou em alta de 1,28% ou $ 3,50/ton curta a $ 276,10 e o contrato de óleo de soja para setembro fechou em baixa de -0,41% ou $ -0,22/libra-peso a $ 53,50.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta quinta-feira. As cotações da oleaginosa conseguiram algum impulso, dentro do ciclo de preços baixos vistos nas últimas semanas. As vendas para exportação deram o suporte necessário para o mercado aproveitar as compras de oportunidade. De fato, somado as duas safras disponíveis os americanos negociaram 30% a mais que na semana anterior, com pouco mais de 1 milhão de tonelada vendidas. A China continua ausente nos relatórios semanais de vendas e inspeções de exportação de soja.
Neste sentido, diversos destinos estão com os preços da soja americana mais competitivos que a brasileira. Com a China comprando grandes volumes no Brasil, os prêmios estão altos, como os vistos em 2018, o que torna a soja americana atraente e uma boa moeda de troca para países que buscam a negociação de tarifas com o governo Trump.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA-EXPORTAÇÕES MAIORES (altista)
De fato, o relatório semanal do USDA sobre as exportações dos EUA foi positivo, para o período de 25 a 31 de julho, pois relatou vendas de soja de 467.800 toneladas na safra 2024/2025, acima das 349.200 toneladas do relatório anterior e da faixa esperada pelos traders entre 100.000 e 300.000 toneladas. Em relação aos negócios de 2025/2026, a agência relatou transações totalizando 545.000 toneladas, acima das 429.500 toneladas da semana anterior e da faixa estimada por investidores privados, que era de 200.000 a 500.000 toneladas. Destinos desconhecidos lideraram a lista de compradores, com 179.200 toneladas.
DIA D DAS TARIFAS (baixista)
O limite para novas altas continua sendo a incerteza comercial gerada pela Casa Branca, no dia em que tarifas recíprocas entraram em vigor para diversos países e enquanto as relações com a Índia e a China estão tensas devido à exigência do presidente dos EUA, Donald Trump, de que parem de importar petróleo da Rússia.
EUA-BOM ESTADO GERAL DAS LAVOURAS (baixista)
Também no lado negativo está o bom estado geral das safras americanas e a possibilidade de o USDA revisar para cima o volume da colheita de soja no relatório mensal a ser publicado na próxima terça-feira.
BRASIL-EXPORTAÇÕES RECORDES (altista para o Brasil)
O Ministério da Indústria e Comércio do Brasil informou que as exportações de soja do país subiram para 12,26 milhões de toneladas em julho, um recorde histórico para o mês. A China continua sendo o principal comprador e o Brasil tem amplo estoque após uma colheita recorde na temporada 2024/25.
CHINA IMPORTAÇÕES RECORDES E DO BRASIL (baixista para CBOT, altista para o Brasil)
De acordo com dados da Administração Aduaneira Nacional da China, as importações de soja em julho totalizaram 11,67 milhões de toneladas, um recorde para o sétimo mês do ano, superando as 9,85 milhões de toneladas previstas para 2024 e as 10,48 milhões de toneladas previstas em média pelos operadores. “Isso sugere que o mercado está se preparando para potenciais incertezas decorrentes das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos”, disse Rosa Wang, analista da consultoria agrícola JCI, à Reuters. Ela espera que as importações permaneçam acima de 10 milhões de toneladas em agosto e setembro.
Wan Chengzhi, analista da Jingdu Capital Futures, disse à agência que o Brasil continuará sendo o maior fornecedor nos próximos meses. “A abundante produção de soja do Brasil proporcionou uma base sólida de oferta. Devido à sua safra recorde, o período de pico de oferta da soja brasileira deverá ser mais longo do que em anos anteriores, permanecendo em um nível elevado até o quarto trimestre”, observou. Nos primeiros sete meses do ano, as importações chinesas de soja totalizaram 61,04 milhões de toneladas, 4,6% a mais que no mesmo período de 2024.
Fonte: T&F Agroeconômica