Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 10/07/2025
FECHAMENTOS DO DIA 10/07
O contrato de soja para agosto, referência para a safra brasileira, fechou em alta de o,35%, ou $ 3,50 cents/bushel a $ 1012,50. A cotação de setembro fechou em alta de 0,48% ou $ 4,75 cents/bushel a $ 1002,25. O contrato de farelo de soja para agosto fechou em alta de 0,74% ou $ 2,00/ton curta a $ 271,4 e o contrato de óleo de soja para agosto fechou em alta de 0,38% ou $ 0,20/libra-peso a $ 53,49.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta quinta-feira. As cotações da oleaginosas se recuperaram após uma sessão volátil, quebrando a sequência negativa de três dias anteriores. A alta foi puxada por compras técnicas dos fundos, que viram as cotações próximas de uma mínima de três meses e por um relatório semanal de exportação levemente positivo. Somada as duas safras, os exportadores americanos venderam 7,13% a mais no comparativo semanal.
O Brasil entrou na conta de Chicago nesta quinta, com a Conab fazendo um leve ajuste de alta da safra, mas que representa um aumento de 14,7% em relação ao saldo colhido em 2024. A desvalorização do real, após a ameaça tarifaria de 50% ao Brasil pelo presidente Donald Trump, assim como a alta dos prêmios locais, podem estimular as exportações no país, tirando a competitividade do grão americano.
O mercado ainda se ajustou antes do relatório WASDE que será divulgado nesta sexta-feira.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
CONAB ELEVOU LEVEMENTE A SAFRA 24/25 NO BRASIL
Em seu novo relatório mensal de estimativas agrícolas, a Conab praticamente não alterou os números da safra 2024/2025 de soja. A colheita aumentou de 168,61 para 169,49 milhões de toneladas, e as exportações de soja, de 106,24 para 106,22 milhões. As vendas de farelo e óleo de soja permaneceram estáveis, em 23,60 e 1,40 milhão de toneladas, respectivamente.
PRÊMIOS SOBEM NO BRASIL (altista para o Brasil)
Os prêmios de exportação de soja, no Brasil, subiram + 5 cents/bushel para os meses de julho e agosto e passaram de +36 para +164 para setembro. Tenham em mente que cada 3 cents/bushel equivale a 1 dólar/tonelada.
CHINA CONTINUA NÃO COMRANDO SOJA AMERICANA (baixista para CBOT, altista para o Brasil)
A soja segue pressionada em meio à turbulência gerada pela guerra tarifária global desencadeada pelo governo Trump, com poucos acordos com países compradores de commodities agrícolas americanas, muitas ameaças e operadores relutantes em assumir riscos. Como efeito colateral, afastou as China, que ainda não encomendou nada da soja americana que está sendo plantada e julho costuma ser o mês em que o principal comprador mundial da oleaginosa começa a estocar seus estoques.
DESVALORIZAÇÃO DO REAL (baixista para CBOT, altista para o Brasil)
Além disso, após Trump anunciar ontem a imposição de tarifas recíprocas de 50% sobre produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto (mais por razões ideológicas do que comerciais, como detalhado na carta enviada pela Casa Branca), o real sofreu uma desvalorização significativa em relação ao dólar, o que não só melhora a competitividade das exportações brasileiras como também estimula as vendas dos produtores, que buscam desesperadamente abrir espaço em seus armazéns para a entrada do milho safrinha.
EUA-EXPORTAÇÕES MAIORES (altista)
O relatório semanal sobre as exportações dos EUA hoje, para o período de 27 de junho a 3 de julho. O USDA reportou vendas de soja 2024/2025 de 503.000 toneladas, acima das 462.400 toneladas do relatório anterior e dentro do intervalo estimado por traders privados, que era de 300.000 a 600.000 toneladas. Destinos desconhecidos lideraram a lista de compradores, com 114.400 toneladas. Em relação aos negócios de 2025/2026, foram reportadas vendas de 248.400 toneladas, próximas às 239.000 toneladas da semana anterior e dentro do intervalo previsto por traders, que era de 50.000 a 400.000 toneladas. Também neste caso, destinos desconhecidos lideraram as compras, com 191.000 toneladas.
Fonte: T&F Agroeconômica