A chuva e a pouca radiação solar ocorridas durante a semana em quase todo o Estado reduziram o ritmo de colheita, mas as áreas em desenvolvimento se beneficiaram com as chuvas.

Na região de Bagé, com o clima favorável de dezembro e janeiro, as lavouras de milho semeadas a partir de então apresentam muito bom potencial. Nas implantadas em período anterior e não irrigadas, localizadas mais na Fronteira Oeste, o potencial de produtividade é reduzido. A colheita e o corte de milho para silagem foram paralisados na Fronteira Oeste, devido ao excesso de umidade no solo.

Na Campanha, essas atividades devem ter seguimento até final de fevereiro, com perspectivas muito boas quanto ao volume e quanto à qualidade, tanto da silagem quanto do cereal. Em relação ao aspecto fitossanitário, as lavouras de híbridos transgênicos de maneira geral não sofreram maiores problemas com ataque de lagartas e infestação de ervas daninhas.

Nas áreas com banco de sementes significativo de invasoras, notou-se a presença das ervas, mas os prejuízos ao potencial produtivo foram minimizados à medida que o milho atingiu porte maior, gerando sombreamento. No entanto, a presença de lagarta do cartucho foi observada em boa parte das lavouras de milho variedade e híbridos convencionais.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, com 10% da área de milho do Estado, a colheita segue em pleno andamento. As chuvas frequentes em janeiro podem comprometer a qualidade do produto, visto que as espigas ficaram mal formadas devido à estiagem no momento da formação do grão. Seguem as perícias para seguro; com a janela de semeadura favorável, áreas serão ressemeadas.

Na de Soledade, no Baixo Vale do Rio Pardo, prossegue a colheita, chegando a 5% das áreas; as produtividades são variáveis. Lavouras com plantios mais tardios se desenvolvem bem e apresentam ótimo potencial de produção. Praticamente está encerrada a semeadura, restando por semear algumas áreas de resteva de tabaco em regiões altas.

Os tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura e de controle de plantas invasoras foram paralisados na semana devido ao período chuvoso; mesmo assim, alguns agricultores aproveitaram a trégua da chuva no sábado para aplicação de nitrogenados em lavouras com semeadura tardia. Há registros de incidência da lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda, na maioria dos casos controlada por agentes químicos; alguns agricultores complementam o controle biológico usando a vespinha.

Na regional de Ijuí, cujos cultivos correspondem a 10% da área implantada com a cultura no Estado, o período foi de alta umidade no solo e nos grãos da cultura, impossibilitando a continuidade da colheita. O longo período de alta umidade provoca pequenos danos nos grãos maduros das lavouras onde as plantas completaram o ciclo.

Foram encontrados grãos germinação inicial nas espigas que apresentam baixo empalhamento. O índice de danos é baixo até o momento, não impactando na produtividade final esperada, mas já começa a alterar a qualidade do produto a ser colhido.
As chuvas intensas não provocaram acamamento de plantas até o momento. Os produtores
estão preparados para finalizar a colheita à medida que as condições climáticas forem favoráveis.

Na de Caxias do Sul, a área de milho corresponde a 13% dos cultivos gaúchos. De modo geral, a cultura apresenta vigor e ótimo potencial produtivo, seja nas lavouras destinadas para grão, seja naquelas para produção de silagem. Na regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, as chuvas da última semana estimularam a recuperação das lavouras. Agricultores planejam a retomada do plantio de milho safrinha que se estende até final de fevereiro.

O milho encontra-se em diversas fases: plantio – 89% da área está implantada, em crescimento vegetativo, floração, enchimento de grão e maturação. Já há colheita em alguns municípios, chegando a 15% da área. Na regional de Pelotas, o plantio foi praticamente encerrado, restando apenas a implantação da cultura em áreas pós-tabaco.

Seguem as atividades de manejo da fase vegetativa, com aplicações de adubação em cobertura, e também as aplicações de herbicidas para manejo de plantas invasoras e monitoramento de pragas, principalmente a lagarta do cartucho.

Na regional de Erechim, as lavouras fortemente atingidas pela estiagem foram eliminadas e ressemeadas, estando com bom desenvolvimento. Na de Passo Fundo, o milho está 100% plantado; 80% em fase de enchimento de grãos e 20% em maturação. Devido à falta de chuvas de setembro a final de novembro, áreas cultivadas com variedades precoces tiveram perdas, e produtores solicitam perícias de Proagro.

Na de Santa Maria, as chuvas da última quinzena de janeiro favoreceram o desenvolvimento da cultura, sendo que as lavouras mais do tarde apresentam ótimo aspecto, com bom potencial produtivo. Os produtores realizam os tratos culturais nessas áreas; 15% das lavouras do cedo já foram colhidas. Nas demais, 40% estão em desenvolvimento vegetativo, 25% floração, 15% enchimento de grãos e 5% em maturação.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a área de cultivo de milho é de 139 mil hectares – que corresponde a 15% dos cultivos do Estado, considerando safra e safrinha. A área implantada é de 99%, pois as chuvas intensas da última semana interromperam os trabalhos de plantio do milho safrinha; a atividade será retomada para finalização da semeadura assim que as condições permitirem.

A cultura encontra-se 15% em desenvolvimento vegetativo, 2% em floração, 3% em enchimento de grãos, 10% maduro e 70% colhido. Nas poucas áreas onde houve produção de um mínimo que justifique colher, a colheita do milho safra foi interrompida nessa semana, devendo retornar assim que as condições de clima e umidade do solo permitirem. Mesmo com a normalidade de chuvas desde final de novembro, as perdas na cultura estão consolidadas e já chegaram a 68,4% em relação à produtividade média esperada de 8.204 quilos por hectare.

Seguem as solicitações de Proagro, totalizando até agora 1.150 comunicados de ocorrência de perdas – COPs. Com o tempo chuvoso, não foi possível realizar as pulverizações de inseticidas para controle de  lagarta do cartucho nas cultivares mais suscetíveis e de herbicidas para controle das ervas  daninhas. Já em relação à aplicação de adubação nitrogenada em cobertura nas lavouras de  milho safrinha, foi possível realizar a atividade somente nas pequenas lavouras de forma  manual a lanço, pois a alta umidade do solo impediu a entrada do trator nas lavouras.

Mercado (saca de 60 quilos)

De acordo com o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço médio do milho aumentou 2,05%, de R$ 77,53 para R$ 79,12.



Fonte: Emater/RS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.