As chuvas registradas nas últimas semanas em todas as regiões do Estado amenizaram os efeitos do déficit hídrico provocado pela estiagem, e as plantas já apresentam sinais de retomada no desenvolvimento.

A cultura está nas seguintes fases: 37% das lavouras na fase de desenvolvimento vegetativo, 36% em floração e 27% na fase de enchimento de grãos. Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a área de soja corresponde a 11,8% dos cultivos no Estado, e as fases da cultura são as seguintes: 32% da área se encontra na fase de desenvolvimento vegetativo, 54% em florescimento e 14% em enchimento de grãos. As chuvas registradas nas últimas semanas em todas as localidades amenizaram os efeitos do estresse hídrico nas plantas.

A cultura apresenta bom desenvolvimento vegetativo, sendo observado grande acúmulo de matéria seca na parte aérea das plantas e formação de um bom dossel, que proporciona o fechamento de linhas na maior parte das lavouras semeadas em meados de novembro. As lavouras em floração evidenciam formação de novas floradas e das primeiras vagens. Nas áreas implantadas em outubro com cultivares de ciclo precoce, o rendimento foi prejudicado irreversivelmente pelo déficit hídrico e pelas altas temperaturas ocorridas nas fases críticas de floração e de enchimento de grãos, sobretudo em locais com afloramento de rochas e solos rasos.

A maior parte dos cultivos (68%) encontra-se em floração e enchimento de grãos, fase em que a presença de umidade no solo é determinante para garantir uma boa produção e durante a qual as precipitações determinarão o aumento ou não de perdas na região. Já nas áreas implantadas na resteva de milho silagem, atualmente em fase de germinação e início de desenvolvimento vegetativo, a umidade no solo favoreceu o bom estande atual de plantas, fator estratégico para o rendimento de grãos. Na semana foram realizadas análises fitossanitárias que identificaram a presença de esporos de fungos e também de tripes e
ácaros; os produtores realizaram aplicações de inseticida na calda de pulverização contendo fungicida para controle da ferrugem.

Na regional de Ijuí, onde a cultura representa 16,3% da área do Estado, 35% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 45% em floração, 19% em enchimento de grãos e iniciando a fase de maturação (1%). A soja foi beneficiada pela umidade que permitiu a retomada do desenvolvimento vegetativo; as folhas que se encontravam amareladas caíram, e as lavouras passaram a apresentar coloração verde escura.

O crescimento acelerou com emissão de novas folhas e aumento da altura das plantas, já próxima da ideal para as áreas implantadas em novembro com cultivares de ciclo mais longo. As de ciclo mais rápido, implantadas em final de outubro, não estão conseguindo se recuperar da estiagem, apresentando baixo número de vagens por planta. Em pequenas áreas, produtores de Quinze de Novembro e Panambi vêm optando por deixar de cultivar soja para implantar nova lavoura de milho. Os tratos culturais de aplicação de fungicidas e inseticidas estão sendo intensificados, beneficiados pelas condições climáticas favoráveis de
umidade, temperatura do ar e ausência de ventos.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, que representa 7,3% da área do RS, a cultura foi favorecida com as condições do tempo na semana; a ocorrência de chuvas na terça (21) e quarta-feira (22) elevou o nível de umidade do solo que, associado a temperaturas mais amenas e boa taxa de radiação solar, acelerou o crescimento e o desenvolvimento das plantas, que recuperaram a altura e a área foliar. Tal situação se verifica na maior parte da região. Das lavouras de soja implantadas na regional de Soledade, 35% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 55% em floração e 10% em enchimento de grãos.



No Baixo Vale do Rio Pardo, houve mortalidade de plântulas decorrente das condições do solo seco à época da emergência; com a normalização da umidade do solo, parte dessas falhas vem sendo compensada pelo fato de as plantas estarem emitindo maior número de ramificações. As condições de tempo mais ameno e a maior disponibilidade de umidade relativa do ar propiciam ambiente favorável à incidência de doenças, principalmente ferrugem asiática. Os produtores realizam tratamentos fúngicos preventivos.

Em relação às pragas, há baixa incidência de lagartas; em algumas lavouras, a presença de
percevejos e ácaros vem sendo controlada. Na de Erechim, que apresenta 4% da área com a cultura no Estado, 20% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 75% em floração e 5% em enchimento de grãos. Com as chuvas ocorridas na semana anterior, a umidade do solo ainda é suficiente para manter o bom desenvolvimento da cultura. Em geral, as lavouras apresentam bom aspecto e baixa incidência de insetos e de doenças. Apesar disso, o estresse hídrico reduziu o potencial produtivo na região.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, que detém 7% da área do Estado, as lavouras se encontram nas seguintes fases: 20% em desenvolvimento vegetativo, 30% em floração, 44% em enchimento de grãos e 6% já entraram na fase de maturação. As chuvas ocorridas na semana anterior contribuíram para que a umidade do solo se mantivesse adequada ao bom desenvolvimento da cultura. Em geral, as lavouras apresentam bom aspecto e baixa incidência de insetos e de doenças.

Os produtores sinalizam redução do potencial produtivo. Na de Passo Fundo, que compreende 11% da área de soja do Estado, 25% das lavouras implantadas estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 55% em florescimento e 20% em enchimento de grãos. A redução das precipitações dos últimos meses, associada às altas temperaturas, prejudicou o desenvolvimento da cultura resultando em perdas, principalmente em Camargo, Casca, Ernestina, Nova Alvorada e São Domingos do Sul.

Com o fechamento da entrelinha nas lavouras, a maioria dos produtores já aplicaram fungicida para fins de proteção do estágio reprodutivo, que tem maior propensão à ocorrência de doenças. Junto com o controle da ferrugem, é realizado também o controle de lagartas. Outros insetos que recomendam atenção no período reprodutivo são os percevejos, predominantemente o percevejo-marrom (Euschistus heros).

Na região de Bagé, que conta com 13,1% da área de soja do Estado, a chuva trouxe um pouco de tranquilidade aos produtores, apesar da manutenção das altas temperaturas (36°C a 39°C). Em Rosário do Sul, as lavouras semeadas no cedo estão entrando em floração e enchimento de grãos e já recebem aplicação de fungicida. Em Dom Pedrito, as chuvas abrangentes e com volumes significativos ocorridas em janeiro favoreceram as plantas.

Em geral, as lavouras que se apresentam nas fases de desenvolvimento vegetativo e em floração estão em bom estado fitossanitário; os produtores vêm controlando as ervas invasoras nas lavouras mais novas e, nas mais adiantadas, as pragas. Em Hulha Negra, no geral, o estande da maior parte das lavouras apresenta falhas motivadas pela ocorrência de chuvas excessivas pós-plantio nas lavouras do cedo, e nas do tarde, pela falta de precipitações.

Tal irregularidade ocasionou porte desuniforme das plantas. A fitossanidade é boa, com poucos casos de doenças de manchas foliares e oídio; nas pragas, constata-se incidência de lagartas desfolhadoras, ácaros e tripes. Os produtores realizam os controles, juntamente com o das reinfestações de ervas daninhas. Em Manoel Viana e São Borja, apesar das chuvas, o volume tem sido insuficiente às plantas em período crítico de florescimento e enchimento de grãos.

Já são observadas reduções no potencial produtivo das lavouras. Na região de Pelotas, que apresenta 6,8% da área da cultura no Estado, a cultura está nas fases de emergência/desenvolvimento vegetativo, florescimento e em enchimento de grãos. As chuvas no período ocorreram de forma localizada e com volumes bastante variados, contribuindo para a recuperação parcial das plantas.

Em geral, não são suficientes para a necessidade de aporte hídrico, principalmente para as cultivares em fase de floração. Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, onde há 2% da área implantada no Estado, as chuvas ocorridas nas últimas semanas vêm atenuando os efeitos das perdas provocadas pela estiagem. Ao mesmo tempo, têm proporcionado aos produtores a continuidade dos tratamentos fitossanitários e do controle de invasoras, que haviam sido interrompidos.

Na de Caxias do Sul, que representa 3,7% das áreas, o desenvolvimento da soja vem evidenciando boa recuperação, principalmente com as precipitações e a consequente reposição da umidade do solo. Também contribuem para esse quadro as mudanças das condições do tempo, com arrefecimento das temperaturas diurnas e das altas taxas de insolação. As lavouras não têm apresentado sinais de ataque de pragas e nem incidência de doenças.

No entanto, os produtores vêm realizando tratamentos foliares preventivos para a manutenção da sanidade. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria a área de soja representa 16,7% da safra do Estado, 58% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 32% em floração e 10% em enchimento de grãos. A estiagem afetou a uniformidade de algumas lavouras e reduziu o estande de plantas, acarretando perdas de rendimento.



Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 77,48/sc., com redução de 0,91% em
relação à semana anterior.

Nas regiões de Passo Fundo e Santa Maria, a oleaginosa continua sendo comercializada a R$ 77,00; na de Erechim, a R$ 80,00; na de Santa Rosa, a R$ 73,50; em Caxias do Sul, a R$ 79,00/sc. Na região de Bagé, oscilou entre R$ 71,00 e R$ 86,00. Na de Ijuí, o preço médio foi de R$ 75,55/sc.

O produto disponível em Cruz Alta é comercializado a R$ 84,50. Em Soledade, os preços variaram entre R$ 77,00 e R$ 79,50; em Porto Alegre, as oscilações de preço se mantiveram entre R$ 78,00 e R$ 87,00; na região de Frederico Westphalen, o preço médio foi de R$ 76,50; e na de Pelotas, entre R$ 79,00 e R$ 87,00/sc

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