Em abril de 2022, os maiores acumulados de chuva foram registrados principalmente no extremo-norte e Região Sul do país, chegando a valores superiores a 500 mm. Já em grande parte do Brasil central, as chuvas foram mais escassas, não ultrapassando os 100 mm, fato que acarretou na redução do armazenamento de água no solo em algumas localidades.
Na Região Norte foram observados grandes acumulados de chuva, superiores a 150 mm, principalmente no Amazonas, Pará e Amapá, que mantiveram os níveis de armazenamento de água no solo elevados. Na Região Nordeste, a faixa norte apresentou volumes de chuva elevados, chegando a valores acima de 200 mm devido à presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A região do Matopiba recebeu bons volumes de chuva, entre 50 mm e 150 mm, exceto no extremo-oeste da Bahia, onde as chuvas foram inferiores a 60 mm, diminuindo os níveis de umidade no solo, o que pode afetar o potencial produtivo das lavouras.
Na Região Centro-Oeste, os maiores acumulados de chuva não ultrapassaram os 100 mm, e a redução das chuvas, o que é característico dessa época do ano, impactaram as localidades que já apresentavam baixos níveis de umidade do solo, afetando o desenvolvimento das culturas dessas áreas, principalmente o milho segunda safra.
Na Região Sudeste, os maiores acumulados de chuva foram registrados no litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, com acumulados acima de 200 mm. Entretanto, os baixos volumes de chuva registrados principalmente nas regiões central, norte e leste de Minas Gerais, reduziram ainda mais o armazenamento de água no solo e, consequentemente, impactaram os cultivos de algodão e milho segunda safra.
Na Região Sul do país, os maiores acumulados de chuva registrados ficaram entre 150 mm e 300 mm, principalmente na parte oeste da região. Esses acumulados mantiveram altos os níveis de umidade do solo e afetaram a colheita da soja e milho primeira safra em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, porém beneficiaram as lavouras de milho segunda safra que se encontravam no início do estágio reprodutivo no Paraná.
CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA
Na figura 2 é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) durante a segunda quinzena de abril de 2022. Nas partes central e leste do Pacífico equatorial houve a predominância de anomalias negativas de até -2 °C, indicando temperaturas mais frias nesta região.
Já na região do Niño 3.4 (entre 170°W e 120°W), a anomalia média de TSM durante abril ainda continuou negativa, seguindo uma tendência de diminuição ao longo do mês, chegando a valores próximos de -1 °C no final de abril. Essas anomalias negativas indicaram a persistência de condições de uma La Niña fraca.
A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul) realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI) indica que as condições de La Niña ainda devem permanecer até o trimestre maio, junho e julho, com probabilidades acima de 60% neste período. Para o final do inverno, o modelo indica probabilidades de La Niña e neutralidade praticamente iguais em torno de 50%, principalmente durante o trimestre junho, julho e agosto.
PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASI L – PERÍODO MAIO, JUNHO E JULHO DE 2022
As previsões climáticas, segundo o modelo estatístico do Inmet, são mostradas na figura 3. Para a Região Norte do país, há previsões de chuva acima da média climatológica, com exceção de áreas no norte de Roraima, onde as chuvas poderão ficar abaixo da média. Na Região Nordeste e no Matopiba, o modelo indica chuvas dentro e acima da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente em maio. Os bons acumulados de chuva deverão favorecer o desenvolvimento e as fases finais das culturas na região.
Para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão trimestral indica tendência de chuvas dentro e abaixo da faixa normal na maioria dos estados, com exceção do centro-norte do Mato Grosso e nordeste do Mato Grosso do Sul, onde são previstos acumulados de chuva ligeiramente acima da média climatológica.
Para a Região Sul, no trimestre maio, junho e julho, o prognóstico climático aponta para chuvas abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente no Paraná e Santa Catarina, enquanto em porções do sudeste e noroeste do Rio Grande do Sul são previstos acumulados próximos à média.
Em relação à temperatura, há previsão de temperaturas dentro e acima da média climatológica em praticamente todo o país, com exceção da faixa norte da Região Nordeste, onde os dias chuvosos poderão ocasionar a diminuição das temperaturas na região. Além disso, como é característico desses meses do ano, não se descarta a de diminuição das temperaturas e ocorrência de geadas na Região Sul e regiões de altas altitudes do Sudeste do Brasil devido à entrada de massas de ar frio nestas áreas já durante maio.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet.
Fonte: CONAB