É consenso que o uso de bioinsumos na agricultura contribui para o aumento da produtividade e sustentabilidade das lavouras, possibilitando uma melhor rentabilidade em sistemas de produção de grãos. Dentre as ferramentas mais utilizadas com esse intuito, destacam-se as bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras do crescimento vegetal, usuais na cultura da soja.
A coinoculação da soja com essas bactérias (Bradyrhizobium spp. e Azospirillum spp.) é capaz de fornecer todo o nitrogênio necessário para boas produtividades, bem como estimular o crescimento e desenvolvimento das raízes da planta, contribuindo para o aumento da tolerância a estresses e aumento da capacidade da soja em absorver água e nutrientes do solo.
Avaliando os efeitos da coinoculação da soja com diferentes estirpes de Azospirillum brasilense sobre a produtividade da cultura, Araujo et al. (2025) observaram que a coinoculação com as estirpes comerciais AbV5/AbV6 resultou em um ganho médio de 7,4% quando comparada à inoculação padrão. A incorporação das estirpes IH1 e HM210 proporcionou aumentos adicionais de 4,7% e 7,3%, respectivamente. Contudo, os incrementos mais expressivos foram obtidos com Azospirillum brasilense HM053, que elevou o rendimento em até 25,4%. Considerando a média das regiões avaliadas pelos autores, a coinoculação com HM053 promoveu acréscimo de 14,2% em relação à inoculação padrão.
Figura 1. Efeitos da coinoculação de A. brasilense na produtividade de grãos de soja. Os dados representam os valores médios de todos os locais de campo em Rio Verde (GO), Indiara (GO), Pindorama (SP) e Mandaguaçu (PR).

Adaptado: Araujo et al. (2025)
Além dos ganhos diretos de produtividade observados por Araujo et al. (2025), estudos demonstram que a coinoculação da soja com Bradyrhizobium + Azospirillum, pode contribuir para a melhoria de variáveis fisiológicas da planta. Analisando o efeito da coinoculação com Bradyrhizobium japonicume Azospirillum brasilense no desenvolvimento da cultura da soja, Santos et al., (2024) observaram que, a coinoculação da soja com essas bactérias, possibilita o melhor desenvolvimento de estruturas da planta, em especial do sistema radicular da soja.
Conforme resultados observados pelos autores, o comprimento de raiz, o comprimento dos pelos radicular e o número de nódulos, foram positivamente afetados pela coinoculação da soja, apresentando resultados superiores aos obtidos em soja somente inoculada com Bradyrhizobium e a testemunha (não inoculada).
Figura 2. A =Comprimento das raízes; B= comprimento pelos radiculares e C= Número de nódulos: AZUL= Bradyrhizobim japonicum; LARANJA = Bradyrhizobim japonicum + Azospirillum brasiliense; VERDE = Testemunha. Pontos representam a média dos tratamentos enquanto as barras representam o erro padrão das respectivas médias.

Os resultados obtidos por Santos et al., (2024) demonstram que a coinoculação da soja apresenta eficácia para melhorar o desenvolvimento das estruturas da planta de soja, especialmente do sistema radicular das plantas, possibilitando um maior sistema radicular, capaz de absorver água e nutrientes das camadas mais profundas do solo, além de apresentar uma maior capacidade de fixação biológica de nitrogênio pelo aumento do número de nódulos, impactando positivamente a produtividade.
Confira o estudo completo desenvolvido por Santos e colaboradores (2024) clicando aqui!
Referências:
ARAUJO, S. C. Enhancing soybean yield through co-inoculation of Bradyrhizobium spp. and ammonium-excreting Azospirillum brasilense HM053. Plant Soil, 2025. Disponível em: < https://www.researchgate.net/publication/389419410_Enhancing_soybean_yield_through_co-inoculation_of_Bradyrhizobium_spp_and_ammonium-excreting_Azospirillum_brasilense_HM053 >, acesso em: 11/08/2025.
SANTOS, A. L. G. et al. IMPORTÂNICA DAS TÉCNICAS DE INOCULAÇÃOE COINOCULAÇÃO NA CULTURA DA SOJA. Scientific Electronic Archives, 2024. Disponível em: < https://scientificelectronicarchives.org/index.php/SEA/article/view/2019 >, acesso em: 11/08/2025.