Autor: Dr. Argemiro Luís Brum

A cotação do milho em Chicago, para o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (04) em US$ 5,59/bushel, contra US$ 5,62 uma semana antes. A média de outubro ficou em US$ 5,36, representando um aumento de 3,5% sobre setembro. No ano passado, em outubro, a média havia sido de US$ 3,98/bushel.

A colheita da nova safra de milho dos EUA atingia a 74% da área total, contra a média histórica de 66% para esta época do ano (31/10). Em termos de embarques do cereal, os EUA indicavam um total de 1,22 milhão de toneladas na semana encerrada em 28/10, ficando dentro das projeções do mercado. Neste momento, o milho estadunidense estaria muito caro, levando os importadores a buscarem o produto no Brasil. Em todo o ano comercial atual os EUA já venderam 31 milhões de toneladas, ficando um pouco abaixo do realizado no mesmo período do ano anterior. Os EUA esperam exportar 63,5 milhões de toneladas de milho em 2021/22.

E no Brasil os preços do cereal se mantiveram estáveis. A média, no balcão gaúcho, bateu em R$ 83,00/saco, enquanto nas demais praças nacionais o valor do produto oscilou entre R$ 71,00 e R$ 85,00, enquanto o CIF Campinas (SP) permaneceu em R$ 88,00/saco.

Já na B3, a abertura do pregão da quinta-feira (04) apontava os seguintes valores: para o contrato novembro, R$ 88,52/saco; janeiro, R$ 88,68; março, R$ 88,73; e maio R$ 84,85/saco.

Apesar destes preços, o viés tem sido de baixa no momento, pois o fabricante de ração não consegue repassar os preços do cereal para o restante da cadeia animal. Além disso, a importação continua chegando aos portos nacionais. Em contrapartida, a desvalorização recente do Real favorece a um aumento nas exportações.

Em paralelo, a nova safra de verão 2021/22 atingia a 59% da área do Centro-Sul já semeada. (cf. Céleres e Abramilho) No Mato Grosso, espera-se um aumento de área de 6,4% na safra de milho, atingindo ao patamar de 6,22 milhões de hectares. Espera-se que a safrinha local seja 92% semeada dentro da janela ideal, a qual se encerra no final de fevereiro de 2022. A produtividade média esperada é de 106 sacos/hectare, ou seja, 14,5% acima do registrado neste último ano. A grande preocupação local, como em todo o Brasil e mesmo mundo, está no aumento dos custos de produção. Pelo sim ou pelo não, o Mato Grosso espera colher 39,6 milhões de toneladas de milho em 2021/22, representando 21,5% acima da parcialmente frustrada safra passada. (cf. Imea)

Quanto às exportações do cereal, o Brasil espera atingir a 1,96 milhão de toneladas em novembro. Isso significa um recuo de três milhões de toneladas sobre o mesmo mês do ano passado. Em outubro, conforme a Secex, o país exportou 1,8 milhão de toneladas de milho. Espera-se um total geral neste ano comercial de apenas 16,5 milhões de toneladas, na melhor das hipóteses 18 milhões. A média diária continua muito abaixo da obtida no ano passado. Por enquanto, entre janeiro e outubro o Brasil teria exportado 14,6 milhões de toneladas, volume cerca de 20% menor do que no mesmo período do ano anterior.

Em termos de importações, outubro acumulou um total de 503.000 toneladas do cereal. Isso significa 164% acima do registrado no mesmo mês do ano passado, sendo que o preço subiu quase 82% no período, com a tonelada passando de US$ 131,10 para US$ 238,40. Assim, nos 10 primeiros meses do ano o Brasil já teria importado cerca de 2,14 milhões de toneladas de milho. (cf. Secex)


Quer saber mais sobre a Ceema/Unijui? Clique na imagem e confira.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.