A colheita da segunda safra de milho da temporada 2021/22 atingiu 71,1% da área plantada no Brasil até o último sábado (30), informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em levantamento semanal de progresso de safra. Os trabalhos de campo avançaram 11,5 pontos porcentuais na semana e estão 19,5 pontos porcentuais adiantados em relação a igual período do ano anterior (51,6%).

Dos Estados que estão colhendo a safrinha, a retirada do cereal está mais adiantada em Mato Grosso, com 95,3% da área total colhida, e mais lenta em Mato Grosso do Sul (com 37%).

Quanto ao milho verão, a Conab informou que a colheita estava em 99,4% da área plantada no País – avanço de 1,4 ponto porcentual ante a semana anterior, mas 0,5 ponto porcentual atrás de igual período do ano anterior (99,9%). Bahia é o Estado em que os trabalhos estão mais avançados, com 99% da área colhida, enquanto Piauí e Maranhão estão com a colheita mais lenta (97%).

B3: Terceiro recuo consecutivo do milho na B3

A continuação da queda das cotações na Bolsa de Chicago (-2,80%), maior do que a alta do dólar no Brasil (1,94%) resultou em depreciação dos preços do mercado físico, que repercutiram no mercado futuro do milho na B3. Tem muito a ver com a liberação dos portos ucranianos, que podem tomar parte da demanda internacional do milho brasileiro.

Com isto, as cotações futuras fecharam em queda no dia e na semana: o vencimento setembro/22 fechou a R$ 85,62, queda de R$ 0,21 no dia e de R$ 1,73 na semana nos últimos 5 pregões (semana); já novembro/22 fechou a R$ 87,71, queda de R$ 0,02 no dia e de R$ 2,05 na semana e janeiro/23 fechou a R$ 90,47, queda de R$ 0,12 no dia e de R$ 1,54 na semana.

CHICAGO: Milho recuou novamente 2,80%, com clima e embarque na Ucrânia

A cotação do milho para setembro, que é o novo mês base, fechou em nova queda de 2,80% ou $ 17,0 cents/bushel a $ 590,0. A cotação para março 2023, início da nossa safra de verão, fechou em queda de 2,63% ou $ 16,25 cents ou a $ 600,50.

O USDA manteve inalterado o número de lotes em boas a excelentes condições (61%), quando o mercado esperava uma leve deterioração. Além disso, o embarque da Ucrânia transmitiu otimismo ao mercado. Dólar subindo em relação a outras moedas, pressionando as commodities.

Mais milho nos EUA? A corretora Barchart ajustou sua perspectiva de produção de milho em 11 mbu (279,4 MIL T) para 14,682 bbu (372,92 mt), por meio de um aumento de rendimento de 0,34 bpa (22,87 kg/hectare), levando o rendimento de milho cmdtyView para 177,81 bushels/acre (11957,91 kg/hectare). No nível estadual, IL e IA abaixo da marca de 200 com 199,85 e 198,58 bpa, respectivamente. MN é estimado em 193,9 bpa, com NE em 175,6. O milho TX está previsto em 134,5 com MO e SD em 152,2 e 158,3 bpa, respectivamente.

Lavouras Americanas de Milho: Os dados de Progresso Semanal da Cultura mostram 80% do espigamento da safra de milho em 31/07. Isso foi acima dos 62% da semana passada e apenas 5% abaixo do ritmo médio. O NASS disse que 26% da safra atingiu o estágio de massa em comparação com 31% em média. As condições das colheitas caíram apenas 1 ponto no índice Brugler500 para a semana, contra ideias comerciais de um declínio de 3-4 pontos. O NASS indicou que 1% da amostragem caiu para VP de ruim.

Brasil-Colheita de Milho: uma consultoria privada brasileira registrou colheita de milho 2ª safra com 73% concluída na região Centro-Sul.

A moagem de milho de junho foi relatada como 441,95 mbu (11,22 mt) para etanol, queda de 1% em relação ao mês anterior, mas subiu em relação a junho de 21. O relatório teve 1,919 milhão de toneladas de DDGS produzidas em junho, contra 1,89 milhão no mês passado.



GIRO PELOS ESTADOS:

  • RIO GRANDE DO SUL: Mercado segue pressionado pela oferta de fora

Mercado segue igual, compradores e vendedores locais, muito ausentes. Fábricas com foco total em receber contratos futuros do centro-oeste, sem olhar muitas ofertas novas. Há muitas reclamações sobre atrasos de entregas dos milhos contratados, que acaba tumultuando o mercado, pois a indústria não faz novas compras, para não comprometer seus fluxos de recebimentos.

O spread do Interesse de compra no RS aumentou a agora situa-se entre R$ 89,00 até R$ 92,50 dependendo da localização, tanto para diferido quanto para tributado. Porém não se acha ofertantes nestes níveis. Preços de balcão, em Panambi, mantiveram-se em R$ 80,00 ao produtor.

  • SANTA CATARINA: Preços do milho do Centro-Oeste é menor do que o do milho local

Continuam os pequenos negócios para pequenas granjas, mas nada que forme mercado. Os vendedores continuam resistindo em fazer negócios com preços mais baixos. Os preços do milho dos estados do Centro-Oeste chegariam ao redor de R$ 78,50, abaixo das pedidas dos vendedores locais.

Os grandes compradores continuam recebendo contratos fechados anteriormente no Centro-Oeste do país, sem nenhum interesse nas ofertas locais (mais altas), no momento.

  • PARANÁ: Mercado mais agitado, mas preços menores

Na ferrovia, em Maringá, negociadas 2.000 t a R$ 82,00 pagamnto final de setembro. Perto de Londrina 1.000 t a R$ 78,00. No noroeste do estado, 5.000 tons a R$ 77,00. Houve mais negócios pontuais, inclusive em Cascavel (de milho ruim) mas lotes pequenos.

No mais, as ofertas de compradores e as indicações de compradores ficaram assim. nesta terça-feira: Guarapuava R$ 82,00 x R$ 80,00/saca; Ponta Grossa R$ 81,00 x R$ 77,00; Cascavel R$ 78,00 x R$ 76,00. No porto as cotações recuaram entre R$ 0,30-0,5/saca em relação a ontem.

MATO GROSSO DO SUL: Preços recuam e se tornam ainda mais competitivos no Sul do país e exportação

O excesso de oferta, provocado pela colheita, que continua firme no estado, fez os preços recuarem de 3% a 7%, como mostramos na tabela acima. Com tem acontecido todos os dias, mais uma vez os exportadores do estado venderam mais milho para exportação, mas na ferrovia, em Maringá-PR a preços ao redor de R$ 81,50/82,00/saca posto.

MATO GROSSO: Safrinha deverá alcançar 29,16 MT, 20,24% a mais que a anterior

Mato Grosso deve colher, na safra de inverno de milho referente ao ciclo 2021/22, um total de 39,16 milhões de toneladas, 20,24% a mais que a safra passada, estimou hoje o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em boletim. Já a área semeada deve ser 9,43% maior, com 6,39 milhões de hectares, “pautada pelo aumento da demanda externa por milho e pelas usinas de etanol de milho no Estado”. Além disso, com 97,95% das áreas já colhidas, o Imea manteve a projeção de rendimento em 102,10 sacas por hectare.

Os preços giraram ao redor de R$ 62,50 em Campo Verde, R$ 63,50 em Primavera do Leste, R$ 61,00 em Lucas do Rio Verde, R$ 66,50 em Rondonópolis, R$ 61,40em Sinop R$ 1.10 em Sorriso e R$ 65,00em Tangará da Serra.

GOIÁS: Mais projetos de etanol e DDG no estado

Boas margens do etanol de milho: No Brasil as margens do etanol de milho continuam muito boas para o MT e, também, para o estado de Goiás. Mais projetos são esperados para esses próximos dois anos e expansão de antigos. Se tudo sair do papel, a capacidade de consumo de milho pode sair de 11 milhões de toneladas para mais de 20 milhões. O DDG para o Brasil está começando a sobrar. A Ásia ainda está com dificuldade de aceitar a qualidade, superior ao DDG americano. O brasileiro quer receber por isso, mas o mercado não está acostumado a pagar muito pelo produto.

Competitividade no Sul e na Exportação: Os preços em Goiás estão muito competitivos, tanto para a exportação como para o mercado interno, inclusive dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, como mostramos na tabela ao lado. Hoje seria possível comprar milho a R$ 69 no sul do estado de Goiás, que chegaria a Santa Catarina ao redor de R$ 85,00/saca, mais ICMS, contra R$ 90,00 negociados no estado. No Rio Grande do Sul este milho chegaria ao redor de R$ 85,00 (ou menos), contra R$ 90 locais.

MILHO PARAGUAIO: Preços subiram, colheita atingiu 64% e será maior que a anterior

Acompanhando a queda dos preços, mais indicações retiradas foram observadas durante o dia de segunda-feira em relação à sexta-feira passada. Todos os mercados apresentaram números ligeiramente inferiores, o que limitou o interesse de venda durante o dia.

A mudança mais importante está ocorrendo na indústria de etanol local, que está ampliando cada vez mais a diferença de preços entre as qualidades dos produtos, devido ao grande volume de lotes com problemas que estão sendo observados. Mas em geral, para as qualidades padrão de cada mercado, a queda foi de cerca de 5 USD/MT, o que limitou os movimentos durante o dia.

MILHO BRASIL-EXPORTAÇÃO: Novamente um dia sem vendedores; preços se mantiveram iguais

Os negócios de exportação de milho são feitos à base de prêmios, aqui reproduzidos. Nós calculamos os preços flat para dar uma ideia do valor das exportações para poderem ser comparados aos do mercado interno.

Pelo quinto dia consecutivo os vendedores ficaram ausentes do mercado. Mais uma vez só houve prêmios dos compradores. Como resultado, os preços FOB do milho brasileiro em Santos/Tubarão, para agosto e setembro não foram cotados; outubro manteve US$ 298, novembro caiu para US$ 283 e dezembro para US$ 285/tonelada. Para embarques em Barcarena e Itaqui-MA, outubro e novembro recuaram para US$ 277/t.

MILHO ARGENTINO: Preços recuam novamente

Os negócios de milho são feitos com base em prêmios, mas nós os convertemos aqui em US$/t para dar uma ideia do que poderiam significar em termos de custo efetivo para os importadores brasileiros.

Com a alta dos prêmios e queda de 1,86% em Chicago, os preços equivalentes do milho argentino que utilizam navios Handysize nos portos do UpRiver voltaram a recuar para os embarques de agosto e setembro para o equivalente a US$ 260/t e outubro foi cotado a US$ 263. Todos os demais meses não receberam cotação. Para os embarques em navios Panamax, nos portos oceânicos de Bahia Blanca e Necochea, outubro foi cotado a US$ 280; e todos os demais meses também não foram cotados.

Fonte: T&F Agroeconômica

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