A colheita avançou para 14% dos cultivos. A estimativa de produtividade é 1.460 kg/ha, representando decréscimo de 55% da expectativa inicial de produção. Nas regiões Oeste e Norte do Estado, onde a produtividade permanece muito baixa, houve crescimento das solicitações de cobertura de seguros privados e Proagro.

No aspecto fitossanitário, houve aumento na incidência de lagartas desfolhadoras e, em menor proporção, percevejos, principalmente em lavouras de maior massa verde. Produtores prosseguiram com a realização de monitoramento e controle, visando mitigar os impactos econômicos. Também foram realizadas pulverizações preventivas com fungicidas, em municípios próximos a focos de ferrugem asiática, divulgados no monitoramento estadual. Alguns produtores estão recorrendo ao serviço de aplicação de inseticidas e fungicidas com drones para evitar danos pelo amassamento das plantas em lavouras que possuem plantas de porte mais elevado.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o tempo seco favoreceu o avanço da colheita na Fronteira Oeste. A produtividade manteve-se baixa. Em São Borja, cerca de 90% das perícias de Proagro atestam a perda total nas lavouras, mas lavouras com cultivares de ciclo longo ou plantadas tardiamente têm potencial produtivo satisfatório. Em Santana do Livramento, as lavouras de soja implantadas no final de dezembro e em janeiro, apresentaram melhoria significativa no desenvolvimento ao longo das últimas semanas e podem contribuir para a elevação das médias de produtividade. Na Campanha, em Hulha Negra a colheita foi concentrada em pequenas áreas de cultivares precoces. A produtividade variou de 1.000 a 2.100 kg/ha, conforme o volume de chuvas registradas nas lavouras. As diferentes práticas de manejo adotadas e a tolerância das cultivares ao estresse hídrico e térmico também contribuíram para essa variação de rendimentos. Em Dom Pedrito, mesmo as lavouras mais afetadas pela estiagem foram colhidas, pois a cotação de mercado da saca de soja viabilizou economicamente a operação. Em Aceguá, houve grande infestação de caruru, comprometendo a produtividade, e há alto risco de disseminação pelo maquinário para outras lavouras, especialmente nos casos de colheita terceirizada.

Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, as lavouras em sucessão ao trigo totalizam 40 mil hectares, estão em fase de enchimento de grãos e têm perspectiva de rendimento próximo ao inicial. Contudo, parte do cultivo apresenta maturação desuniforme e presença de plantas invasoras devido ao não fechamento de linha. Com isso, os produtores se obrigam a fazer a dessecação pré-colheita para uniformizar a lavoura, mas, mesmo assim, a colheita resulta em muitos grãos esverdeados, chochos e ardidos. O período transcorreu com muita umidade no ambiente e poucos dias favoráveis à colheita, que evoluiu pouco. Enquanto municípios tradicionais no cultivo da oleaginosa, como Esmeralda e Muitos Capões, obtêm rendimento até o momento entre 1.200 a 1.500 kg/ha, em São Francisco de Paula, onde iniciou-se mais recentemente a produção, o rendimento é, em média, de 2.400 kg/ha, pois foi menos afetada pela estiagem.

Na regional de Erechim, 7% dos cultivos foram colhidos, e as cultivares precoces obtêm rendimento que varia de 900 a 1.800 kg/ha.

Na de Frederico Westphalen, a colheita alcança 12%. Nessas regiões, as chuvas em março interromperam o cenário de estiagem e favoreceram o desenvolvimento das lavouras implantadas em sucessão ao milho ou de outras culturas.

Na regional de Ijuí, a colheita ocorre em ritmo lento, pois produtores ainda esperam uniformizar um pouco mais a maturação para realizar a operação. Nas primeiras lavouras colhidas, foi necessária aplicação de herbicidas dessecantes, pois a maturação era muito desuniforme. Com o avanço da colheita, foi possível observar que houve pequena melhora na qualidade dos grãos, que sofreram redução na proporção de grãos chochos, esverdeados e avariados, mas ainda alcançando índice superior a 10% do volume colhido. Houve melhora significativa nas lavouras semeadas em final de novembro a janeiro, as quais apresentam um desenvolvimento mais uniforme dos grãos e maior número de vagens por planta.

Na de Passo Fundo, a cultura tem 15% da área colhida, 40% em maturação fisiológica e 45% em enchimento de grãos.

Na de Pelotas, a ocorrência de chuvas regulares, durante o mês de março, manteve a umidade nos solos, possibilitando a plena evolução das plantas em estágios até o enchimento de grãos, que representam 85% dos cultivos. As lavouras em maturação somam 12%, e colhidas, 3%.

Na de Porto Alegre, as chuvas foram regulares a partir de janeiro, e estima-se uma produtividade 2.800 kg/ha. O estágio predominante é de enchimento de grãos com 69%; em maturação, 14%; sendo que apenas 1% dos cultivos foram colhidos, especialmente os localizados próximos ao rio Jacuí.

Na de Santa Maria, as chuvas na última quinzena trouxeram benefícios especialmente para 70% dos cultivos, que se encontram em fase de floração ou enchimento de grãos. As lavouras colhidas representam 15% da área cultivada

Na de Santa Rosa, a maturação alcançou 43% dos cultivos. Nas plantas no início dessa fase, há uma proporção elevada de legumes recém-formados em meio aos mais antigos maduros. Parte dos produtores, com o objetivo de uniformizar a colheita, deverão dessecá-las, perdendo a produção, formada após as chuvas, para não ocorrer a deiscência nas primeiras vagens formadas. A colheita ou descarte de lavouras alcançou 14% da área cultivada. Com o avanço da operação, a produtividade foi reavaliada e estimada em 84%, sendo menor que a inicial, alcançando somente 533 kg/ha. Em Guarani das Missões e Santo Ângelo, mais da metade das lavouras não serão colhidas por inviabilidade econômica e operacional.

Na de Soledade, a colheita evoluiu pouco e ainda não alcança 2%, em variedades super-precoces e precoces. A produtividade é variável, entre 600 kg/ha a 2.700 kg/ha, em lavouras que receberam maiores volumes de chuvas e com melhor manejo de fertilidade dos solos, localizadas no Vale do Rio Pardo. Algumas lavouras apresentam alta infestação de plantas invasoras, como buva e papuã, que não foram controladas devido ao baixo teor de umidade nos solos na época adequada.

Programa Monitora Ferrugem RS

A ocorrência de esporos da ferrugem asiática da soja continua seu processo de elevação, no período de 07/03/2022 a 14/03/2022, constatou-se esporos na maioria dos coletores distribuídos no território gaúcho, destacam-se as regiões da Fronteira Oeste e Leste do Estado.

Mapa da presença de esporos da ferrugem da soja no período de 07 a 14/03/22, Rio Grande do Sul, Safra 2021-2022. Resultados compilados de 15 a 21/03/22 e divulgados em 22/03/22.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado identificou cotação média da saca com variação negativa de -0,67% em relação à da semana anterior, ou seja, passou de R$ 205,14 para R$ 203,76. O produto disponível em Cruz Alta reduziu para R$ 208,00/sc.

Fonte: Emater/RS-Ascar – Informativo Conjuntural – nº 1703

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