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Colheita da Soja no RS elevou-se em uma semana, de 55% para 68% da área cultivada

A área cultivada com a oleaginosa, no Estado, soma 6.314.490 ha na safra 2021/2022. Desse total, foram colhidos 68% dos cultivos. Houve intenso trabalho de colheita entre os dias 18 e 22/04, condicionado pelo grande número de lavouras que atingiram estádio de maturação e pelo tempo firme e seco. A operação estendeu-se durante o turno da noite com o objetivo de aproveitar as condições ideais e a previsão de chuvas para o final de abril.

O índice elevou-se, em uma semana, de 55% para 68% da área cultivada. A produtividade, nessas lavouras, é ligeiramente superior às obtidas nas semanas anteriores por terem sido beneficiadas pela recorrência de chuvas a partir de fevereiro, prevendo-se melhora um pouco mais acentuada nas implantadas no final de novembro e durante o mês de dezembro. A expectativa de produtividade para o final de safra, ponderando sobre a colheita de lavouras com diferentes potenciais produtivos, permanece em 1.511kg/ha, representando uma redução de 52% em comparação à projetada inicialmente.

As lavouras em final de ciclo representam 26% dos cultivos, mas ainda apresentam maturação desuniforme e lenta em parte do Estado. Esse fator gera preocupação, pois há a
previsão de sequência de dias com chuvas no final de abril e o crescimento de forrageiras, como azevém e aveia, que alcançam a altura das primeiras vagens, com risco potencial de dificultar o trabalho de colheita. Após a finalização da colheita, os produtores buscam antecipar a compra de insumos para o próximo ano, apesar da relação desfavorável entre o preço de insumos e o produto colhido.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em São Gabriel, 60% das lavouras foram colhidas, e as cultivares de ciclo médio alcançaram produtividade de 1.500 kg/ha, superando, de maneira significativa, a produtividade das cultivares precoces. Em São Borja, 40% das lavouras de soja já foram colhidas, e as produtividades continuam muito baixas, variando de 300 a 900 kg/ha. As lavouras com produtividades inferiores a 180 kg/ha não serão colhidas, pois elas não cobrem os custos da dessecação ao frete. Em Manoel Viana, a produtividade permanece em torno de 600 kg/ha nas áreas de coxilhas, e 1.200 kg/ha em várzeas. O tempo favorável contribuiu para o avanço da colheita na região da Campanha. O baixo volume de chuvas do dia 22/04 já permitiu a retomada da operação na tarde do dia 23/04. As lavouras de coxilha de municípios próximos a Bagé alcançam de 2.000 a 2.400 kg/ha e, nas localizadas em várzeas, acima dos 3.000 kg/ha. No aspecto fitossanitário, as lavouras com problema de controle de percevejo, também muito afetadas pela estiagem, apresentam sérios problemas de retenção foliar e hastes verdes. Outro aspecto preocupante é a ferrugem asiática, pois praticamente todas as lavouras que ainda estão em fase de enchimento dos grãos apresentam sintomas da doença.

Na de Caxias do Sul, as lavouras em colheita, beneficiadas pelas adequadas umidades nos solos durante as fases de floração e enchimento de grãos, apresentam os melhores rendimentos e a melhor qualidade de grãos até o momento. Parte dos cultivos supera 3.600 kg/ha; contudo, a produtividade média da safra na região é estimada em 2.240 kg/ha.

Na de Erechim, a proporção de colheita é a maior do Estado, alcançando 85% dos cultivos. A produtividade obtida momentaneamente é de 2.400 a 2.700 kg/ha, superior à expectativa para o encerramento de safra, que totaliza 2.082 Kg/ha.

Na de Frederico Westphalen, a colheita superou 80% dos cultivos, finalizando a operação em lavouras semeadas no final de outubro e em início de novembro. A expectativa de produtividade é de 1.372 kg/ha, representando decréscimo de 61% na estimativa inicial.

Na regional de Ijuí, a semana foi de intensa colheita, alcançando 62% da área cultivada, com produtividade levemente superior aos períodos anteriores. O produto colhido que permaneceu maduro a campo por mais tempo que o ideal apresentou início de deterioração dos grãos, mas sem comprometer a qualidade final. As lavouras em estádio de enchimento de grãos e maturação apresentam bom desenvolvimento e evolução rápida nos estádios fenológicos, mas dentro da normalidade para o período de outono.

Na de Pelotas, o período foi de intensa movimentação de máquinas de colheita, que só paralisou, nos dias 22 e 23/04, por causa da sequência das chuvas. O índice de colheita alcançou 50% da área cultivada. A produtividade de referência para o momento varia de 2.400 a 3.000 kg/ha.

Na de Santa Rosa, a colheita avançou significativamente até o dia 21/04, fazendo com que o percentual de lavouras colhidas subisse para 68% da área cultivada. Persistiu a baixa produtividade, e parte do produto colhido apresentou grãos avariados, ou seja, arroxeados, podres e enrugados devido à recorrência de chuvas nas últimas semanas. A baixa qualidade do grão provoca ainda preocupação em relação à disponibilidade de sementes de boa qualidade para a próxima safra. Parte dos produtores tem utilizado herbicidas para antecipar a maturação da parte apical das plantas que estão com vagens e folhas verdes, as quais rebrotaram após as chuvas ocorridas em fevereiro. As lavouras semeadas tardiamente – em safrinha – com variedades de ciclo longo representam 7% da área cultivada, estão em fase de enchimento do grão e apresentam bom desenvolvimento e potencial produtivo de até 1.800 kg/ha.

Na de Soledade, o predomínio de tempo firme favoreceu a colheita, que praticamente dobrou o índice da semana anterior, alcançando 65% da área cultivada. Foram colhidas cultivares de ciclo médio e semitardio. As cultivares de ciclo longo, implantadas em janeiro, encontram-se em maturação. Os tratamentos fitossanitários estão em finalização, embora os produtores ainda estejam realizando as últimas pulverizações de fungicidas para prevenção da ferrugem asiática. Em alguns casos, foram misturados inseticidas para o controle de percevejos que migraram de lavouras colhidas.

Comercialização (saca de 60 quilos) 

De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, houve elevação de +2,41% em relação à semana anterior, passando de R$ 182,46 para R$ 186,86. O produto disponível, em Cruz Alta, teve elevação de +1,59%, em relação à semana anterior, sendo cotado a R$ 192,00.

Fonte: Emater/RS-Ascar

Equipe Mais Soja
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