As lavouras no Estado estão nas seguintes fases: 4% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 5% em floração, 13% em enchimento de grãos, 15% maduro e 63% já foram colhidos.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, 12% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 4% em floração, 1% em enchimento de grãos, 1% em maturação e 82% já foram colhidas. As lavouras de milho safra colhidas, em geral, apresentaram baixo percentual de perdas de produtividade, inclusive muitos municípios das microrregiões da Grande Santa Rosa e de Três de Maio não tiveram perdas nas lavouras de milho safra grão e de silagem.
Já as lavouras de milho safrinha têm se ressentido com a estiagem; as plantas estão paralisando o crescimento, e as folhas começam a secar; além disso, não tem sido possível realizar adubação nitrogenada em cobertura, fazendo com que as perdas aumentassem para 8%, com rendimento de 7.267 quilos por hectare. Eugênio de Castro e Entre-Ijuís são os municípios que registram as maiores perdas, respectivamente 50% e 41,7%. As condições do tempo seco na semana paralisaram a aplicação de adubação de cobertura nitrogenada. É baixo o ataque de pragas.
Na regional de Frederico Westphalen, 90% das lavouras já estão colhidas. Os milhos híbridos precoces semeados até a primeira quinzena de setembro apresentam bom potencial produtivo; diante do atual cenário de estiagem, há lavouras chegando a até 9.600 quilos por hectare. Já nas lavouras semeadas a partir da segunda quinzena de setembro, a cultura se ressentiu mais com a estiagem e as perdas são maiores, chegado a até 35%. Os produtores estão solicitando Proagro.
Na de Ijuí, a colheita de milho foi interrompida para a realização de colheita da soja. O milho de segundo cultivo com destino à colheita de grão apresenta pequena área implantada, concentrada em locais com irrigação.
Na de Erechim, a colheita já alcançou 90% da área plantada. O rendimento médio tem chegado a 7.560 quilos por hectare.
Na de Soledade, 60% das lavouras já foram colhidas. Entre as demais, 13% estão em estágio de desenvolvimento vegetativo, 7% em floração, 14% em enchimento de grãos e 6% em maturação.
As lavouras de semeadura tardia são as mais afetadas pela estiagem na região e já acumulam perdas de 42% em relação à produtividade esperada. Por conta do clima seco, os serviços de adubação nitrogenada em cobertura e de controle de plantas invasoras em lavouras do tarde estão paralisados. Somente estão sendo feitos controles de lagartas do cartucho nos locais de infestação.
Na regional de Santa Maria, as lavouras de milho safra estão em fase final de ciclo; nas de segundo plantio, as fases variam conforme o período de plantio, desde o desenvolvimento vegetativo até maturação. A falta de precipitações que restringiu as condições ideais de umidade no solo fez com que os produtores plantassem área 4,2% menor que o esperado, totalizando 38.600 hectares.
Na de Bagé, 70% das lavouras estão colhidas, 7% em maturação, 20% entre floração e enchimento de grãos e 3% em desenvolvimento vegetativo. A produtividade tem sido variável na região. Em cultivos menos tecnificados e com limites nas áreas físicas – em função, por exemplo, da topografia e do tipo de solos–, chegou a 2.300 quilos por hectare.
Em áreas irrigadas, a produtividade alcançou 7.800 quilos por hectare, como em Itaqui, Alegrete, Maçambará e São Borja. Nas áreas restantes, que representam 50% da região e onde são plantadas lavouras sem irrigação, a estiagem tem causado perdas e a previsão é de rendimentos de 1.600 quilos por hectare.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a cultura está predominantemente na fase de enchimento dos grãos. Segue a colheita; em Pelotas, 25% das áreas estão colhidas; em São Lourenço do Sul, 10%; e em Canguçu, 9%. As produtividades alcançadas refletem as perdas na região. Em Canguçu, o rendimento foi de 1.701 quilos por hectare; e em São Lourenço do Sul, 2.090 quilos por hectare.
Na de Porto Alegre, segue a colheita do milho. Em toda região, a estiagem causou dificuldades no desenvolvimento, ficando abaixo do normal devido à falta de umidade no solo. Há falhas de germinação, florescimento sem chuva, falhas no enchimento de grãos e aceleração da maturação, ocorrências que têm causado grande queda na produção de grãos.
Diante da manutenção das altas temperaturas e da baixa umidade relativa do ar, a estimativa de perdas tende a se agravar para os cultivos realizados pós-fumo que se encontram nas fases de desenvolvimento vegetativo e em início de floração.
Na de Passo Fundo, 20% das lavouras estão nas fases de enchimento de grãos e maturação e 80% já foram colhidas. O reduzido volume de precipitações provocou queda acentuada na produtividade, sobretudo pela ausência de umidade nas fases de floração e enchimento de grãos.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, março até o momento tem uma das piores estiagens já registradas nos Vales do Taquari e Caí. Já são 17 dias sem chuvas na região. Esta primeira quinzena foi marcada pela baixa umidade relativa do ar e por altas temperaturas, o que fez com que se agravassem as perdas na produção de milho na região. Aumentam a cada dia as perdas consolidadas.
É uma perda silenciosa, sem morte de plantas; o que ocorre é o retardo do desenvolvimento e a senescência das plantas sem que tenham atingido todo o seu potencial de produção. Nas localidades com microclimas, nas noites frias, há formação de orvalho, e a planta absorve umidade que ameniza o quadro.
As plantas que estariam enchendo o grão neste momento estão em senescência e “deitando a espiga”, resultando grãos totalmente murchos, que não servirão nem para grão e sequer para uma silagem de qualidade. Com isso, há a preocupação de toda a cadeia produtiva ligada à alimentação animal, baseada no milho em grão e na silagem que estará comprometida ao longo deste ano.
O segundo plantio está igualmente comprometido, salvo entre alguns produtores que plantaram mais cedo e cujas lavouras escaparam da janela crítica dessa grande estiagem; outra exceção ao comprometimento grave da cultura são as lavouras localizadas em pequenos microclimas de baixada, que reservam mais água, ou as raras lavouras que contam com algum sistema de irrigação.
As perdas na cultura do milho excederão 50% nos grãos, com silagem de baixíssima qualidade, com plantas secas, baixa matéria seca e baixa qualidade nutricional. Em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, foram plantados 1.250 hectares destinados a milho grão. A expectativa é de colher 5.100 quilos por hectare, com redução de produtividade de 32%.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de cotações realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio do milho no Estado ficou em R$ 44,51/sc., com aumento de 0,82% em relação ao da semana anterior.
Na regional de Santa Rosa, o preço está cotado em R$ 42,00/sc.; em Frederico Westphalen, a variação se manteve entre R$ 43,00 e R$ 44,00; na de Pelotas os preços variaram entre R$ 42,00 e R$ 50,00; na de Erechim chegou a R$ 45,00; em Ijuí, a R$ 43,56; em Bagé, os preços têm variado entre R$ 41,00 e R$ 50,00. Em Caxias do Sul, o preço médio permaneceu em R$ 44,50; em Ijuí, em R$ 43,56; na regional de Soledade, em R$ 43,50; em Santa Maria, o preço médio chegou a R$ 44,78 e em Porto Alegre a R$ 50,00/sc.
Fonte: Emater/RS