Bons negócios: A comercialização da soja na safra 19/20 avançou 8,89 p.p. em janeiro, completando 67,95% das negociações esperadas. Já a safra 20/21 avançou 8,39 p.p. e alcançou 13,21% do total aguardado para ser comercializado, valores recordes para o período.
Alguns fatores influenciaram no comportamento do produtor em avançar nas vendas da soja, como: oportunidades de negócio a preços atrativos, que foram sustentados pelo alto patamar do dólar em janeiro; demanda interna para as indústrias de esmagamento; além do receio quanto a uma menor demanda mundial (gerado após o surto do novo coronavírus) e o temor da diminuição da procura pela soja brasileira em função do acordo comercial (Fase 1) entre os EUA e a China, que prevê altos valores de importação de produtos agrícolas pela China.
Com isso, o produtor de MT vem se adiantando ao mercado, aproveitando as oportunidades e garantindo um melhor preço para a safra futura.
Confira os principais destaques do boletim:
• O preço da soja disponível em Mato Grosso apresentou alta de 0,65% na média semanal, cotado a R$ 71,60/sc, fundamentada nos altos patamares da moeda norteamericana.
• As incertezas quanto ao impacto do novo coronavírus continuam afetando a economia global. O contrato corrente na bolsa de Chicago (CME – Group) fechou com uma queda de 0,78% na semana, cotado a US$ 8,80/bu.
• A média semanal da moeda norteamericana ficou em R$ 4,27/US$, alta de 0,97% em relação à semana passada. Após os recentes dados da economia dos EUA a moeda se valorizou sobre outras de países emergentes.
• A colheita em MT avançou bem na semana e alcançou 44,51% da área da cultura. Este patamar está 8,73 p.p. acima da média dos últimos cinco anos
DÓLAR FORTE: O preço da soja é balizado pela bolsa de Chicago (CME-Group), mas outros fatores são também importantes na formação do preço interno em MT, como o dólar, o prêmio portuário, o frete e o custo portuário. Assim, comparando dois dos principais itens que afetam o preço no estado, percebe-se que o câmbio vem influenciando mais o preço da soja do que a CBOT. É de destaque, inclusive, o patamar recorde que o câmbio alcançou na última semana: acima de R$ 4,30/US$; e com uma valorização dos últimos cinco anos de 53%.
Com isso, atualmente os produtores estão acessando um preço da oleaginosa mais competitivo, o que vem incentivando os negócios no estado. Por outro lado, vale salientar a importância do prêmio, que favoreceu o Brasil no período de guerra comercial, chegando próximo a US$ 3,00/bu, em contrapartida aos US$ 0,50/bu vivenciados agora, mas que ainda pode ser enfraquecido se a demanda da China voltar a ser direcionada aos EUA.
Fonte: IMEA