A colheita da safra de arroz chegou a 8% das áreas implantadas no Estado. As condições de radiação solar e temperaturas foram mais favoráveis à cultura na semana que passou. Mais ao Sul, a cultura se desenvolve bem, demais regiões apresentam menor disponibilidade de irrigação, apresentando redução no potencial produtivo.
Na regional da Emater RS/Ascar de Bagé, a colheita já chega a 5% da área plantada em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Os relatos de maiores perdas de produtividade são relacionados com as altas temperaturas e o uso da irrigação intermitente. O rendimento de grãos inteiros também foi comprometido pelas condições climáticas adversas, situação que afeta os preços pagos, já considerados muito baixos para cobertura dos custos de produção. Com período novamente marcado pela falta de chuvas, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, as reservas hídricas continuam reduzindo rapidamente e aumenta a área abandonada devido à falta de água para irrigação. Em São Gabriel, a colheita foi iniciada e já atinge 5% da área. As produtividades superam 10 mil quilos por hectare refletindo a alta disponibilidade de radiação solar ao longo do ciclo da cultura, embora o forte calor durante a fase de enchimento dos grãos tenha refletido em índice elevado de grãos gessados. As perdas estimadas para a cultura são de 10% e devem ser observadas nas lavouras tardias – semeadas a partir da segunda quinzena de outubro. Em São Borja, a colheita já alcançou 10% da área, sendo que os problemas relacionados com a disponibilidade de água continuam para 25% das lavouras que se encontram na fase de enchimento dos grãos e ainda necessitam de irrigação. Em Maçambará, a colheita atinge 8% da área plantada e de forma semelhante aos demais municípios da região, as melhores produtividades devem ser destas primeiras lavouras.
Na Campanha, o período foi marcado por temperaturas menos prejudiciais ao desenvolvimento das lavouras e boa disponibilidade de radiação solar. Mesmo com reservas de água ajustadas para utilização na maioria das áreas, há relatos de perdas de 20% em Caçapava do Sul ocasionadas pela irrigação intermitente e alta incidência de panículas com falhas devido ao registro de baixas temperaturas noturnas durante a floração. Produtores monitoram a ocorrência de doenças, lagartas e percevejos nas lavouras em fase de enchimento de grãos. O cenário de alto custo de produção com riscos ao potencial produtivo devido à estiagem levou muitos produtores a eliminar a segunda aplicação de fungicida ou até mesmo conduzir as lavouras sem pulverização desta classe de defensivos.
O plantio das lavouras entre setembro e início de outubro deve novamente resultar nas melhores produtividades, reforçando a estratégia de manejo mais destacada pela assistência técnica. Esta projeção tem relação com as perdas estimadas para as lavouras do tarde, que tem maior risco de falta de água para irrigação até o final do ciclo e sofrerão perdas consideráveis relacionadas com a esterilidade de espiguetas decorrente das temperaturas extremas registradas entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro.
Na de Pelotas, iniciou a colheita do arroz irrigado. O clima de 14 a 20/02 foi benéfico para a cultura, com dias ensolarados e temperaturas em elevação durante o dia. As noites com predomínio de temperaturas acima de 18°C também favoreceram o desenvolvimento do arroz. Arrozeiros seguem ajustando a demanda de água para a irrigar as lavouras. Na região não há relatos de abandono de áreas por falta de água para irrigação. As lavouras estão predominantemente na fase de granação – 65% neste estágio; 31% em floração com 31% e 3% na fase de maturação. As áreas colhidas representam 1% das lavouras. As plantas estão com bom desenvolvimento e sem relatos de problemas fitossanitários expressivos.
Na de Porto Alegre, foi iniciada a colheita no Litoral Norte. As lavouras encontram-se predominantemente no estágio reprodutivo. De forma geral, seguem com bom desenvolvimento e expectativa de produtividade, mas parte dos agricultores segue em alerta e raciona água para água irrigação; as chuvas não reestabeleceram o nível dos reservatórios. A expectativa de produtividade segue em oito mil quilos por hectare. Sem relato de problemas fitossanitários até o momento. Produtores realizam manejo da irrigação e tratos culturais com adubação em cobertura, inseticida e fungicida.
Na de Santa Maria, a área implantada foi um pouco menor do que a prevista, e até o momento as perdas chegam a mais de 20% na cultura.
Na regional de Santa Rosa, as chuvas ainda não repuseram o nível nos reservatórios utilizados para irrigação, e a disponibilidade de água está muito baixa e reduzindo a cada dia. Produtores manejam visando garantir o recurso para o enchimento de grãos da cultura, mas algumas áreas já foram abandonadas. Outras anteciparam o ciclo e já apresentam maturação fisiológica. A maioria das lavouras recebe aporte de água apenas para manter a umidade do solo, a cada semana ou a cada duas semanas.
Na de Soledade, o aspecto geral das lavouras é bom; os níveis de água dos arroios diminuíram significativamente e a captação para irrigar segue racionalizada. Tendo em vista que a maior parte das lavouras entrou nas fases reprodutivas – críticas para necessidade de água, os prognósticos de continuidade de escassez de chuvas preocupam. Com relação a pragas, há alguns casos de incidência de percevejos, que são monitorados e controlados. 10% da área está em maturação.
Comercialização (saca de 50 quilos)
Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço da saca de arroz reajustou +3,46% em relação ao da semana anterior, passando de R$ 67,71 para R$ 70,05.
Fonte: Emater/RS-Ascar