A colheita das lavouras de milho avançou em 4% na semana, atingindo 39% da área total estimada.Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a colheita do milho, em São Borja, já atinge 95% da área cultivada. Em Itacurubi e em Manoel Viana, alguns produtores arriscaram o plantio de milho safrinha após as chuvas da quinta-feira. Contudo, o quadro de estiagem atual e a previsão de continuidade da condição climática adversa nas próximas semanas implicam risco para essas novas áreas de plantio. Em São Gabriel, foram iniciados os trabalhos de colheita; as produtividades médias estão próximas dos 2.400 kg/ha nas lavouras de sequeiro. As lavouras implantadas um pouco mais tarde, entre o final de setembro e no mês de outubro, estão mais comprometidas; em muitas dessas áreas, não houve condições para formação dos grãos, chegando a 100% de perdas. Já as lavouras implantadas em dezembro e em janeiro estão se beneficiando das chuvas ocorridas nas últimas semanas, porém são áreas pequenas, concentradas nas propriedades de agricultores familiares que cultivam principalmente para autoconsumo. Na região da Campanha, os produtores de Hulha Negra estão passando a ensiladeira em algumas lavouras de milho para fornecimento do alimento triturado diretamente aos rebanhos. Essa estratégia está sendo adotada tanto pela pouca perspectiva em relação à possibilidade de colheita de grãos quanto pela escassez de alimentos volumosos para as criações em decorrência da estiagem.

Na regional de Caxias do Sul, embora algumas localidades apresentem déficit hídrico mais acentuado, a situação das lavouras da região é de safra dentro da normalidade, mas com uma leve queda no rendimento em relação à expectativa inicial. Alguns municípios localizados na parte oeste da região apresentam perdas mais acentuadas devido ao baixo volume de chuva e à alta temperatura no mês de janeiro e início de fevereiro.

Na de Erechim, 10% da cultura se encontra em estado de floração/pendoamento; 70%, em enchimento e maturação de grãos; e aproximadamente 20% da área já foi colhida. A expectativa é de que as colheitas iniciem de forma mais intensa na região.

Na Frederico Westphalen, a maioria das áreas estão em estágio final de maturação ou já estão colhidas.

Na de Passo Fundo, 20% da cultura está na fase de enchimento de grão; 50%, em maturação fisiológica; 15%, maduro por colher; e 15%, colhido.

Na de Ijuí, a cultura segue em colheita a medida que a umidade dos grãos atinge valores adequados para a debulha. Os produtores seguem realizando a retirada com maior umidade, o que dificulta a separação do grão da espiga. O tamanho menor do grão é outro fator inconveniente para uma boa debulha. Há relato de dificuldades para regular as plataformas recolhedoras de espigas, pois estas apresentam tamanho reduzido, o que impede o recolhimento já que permanecem presas nos colmos.

Na de Pelotas, em algumas localidades, as chuvas entre 29/01 e 04/02, mesmo que localizadas e esparsas, resultaram na recuperação da umidade nos solos, possibilitando a retomada dos plantios de milho. No entanto, em alguns municípios, as perdas se apresentam elevadas: em Capão do Leão e em Pedro Osório foram de 90%; e em Santana da Boa Vista, de 80%, considerando as áreas já semeadas. Muitas lavouras que foram severamente prejudicadas pela estiagem estão sendo cortadas para a alimentação animal, em forma de silagem, contudo destaca-se que é um alimento de baixa qualidade. Na região, 39% da cultura está em desenvolvimento vegetativo, e 37% em floração. Outros 16% estão em fase de enchimento de grãos; 3%, madura; e 5% de áreas já estão colhidas.

Na de Santa Maria, a cultura está entre as mais castigadas pela estiagem, principalmente as lavouras que se encontram em estágio reprodutivo. Em alguns municípios, as perdas chegam a 80%, como é o caso de Paraíso do Sul e Tupanciretã. Na região, 77% da área está semeada; destes 25% estão em desenvolvimento vegetativo, 40% em pendoamento ou enchimento de grãos – período mais crítico para o déficit hídrico –, 20% em maturação, e 15% colhido.

Na de Santa Rosa, a área total plantada evolui de 94% para 96%; o plantio de milho safrinha deve ser concluído durante o mês de janeiro e início de fevereiro, se a ocorrência de chuvas possibilitar condições de umidade no solo para uma boa germinação. Em relação ao desenvolvimento das lavouras, incluindo milho safrinha, 10% estão em desenvolvimento vegetativo, 2% na fase de enchimento do grão, 6% em maturação e 82% colhidos. A colheita, que vem sendo antecipada devido à maturação forçada pelas altas temperaturas e pelo sol forte, intensificou-se durante a semana e deve continuar pelos próximos dias, já que a maior parte das lavouras estão perdendo umidade dos grãos de forma mais forte em função das condições climáticas que causaram grande estresse nas plantas, encurtando o ciclo das lavouras. Em alguns municípios, por conta da finalização da colheita e da falta de chuvas, observa-se que, em algumas áreas de resteva de milho, ainda não há cultivos subsequentes. Se a falta de chuvas persistir, a semeadura de cultivos estivais deve ser prejudicada, e as áreas serão mantidas em pousio até a implantação das culturas hibernais.

Na de Soledade, as chuvas, em forma de pancadas, ocorridas na segunda metade da semana, em grande parte da região, amenizam a estiagem, favorecendo lavouras em diversas fases de desenvolvimento. Porém, devido ao clima da época, de alta evapotranspiração, a disponibilidade hídrica para a manutenção das plantas é por curto período. Em relação aos tratos culturais, de forma localizada, a adubação nitrogenada de cobertura e o controle de plantas invasoras prosseguiram na semana, em locais onde ocorreram melhores chuvas. O monitoramento e o controle da cigarrinha do milho também estão sendo realizados, assim como o da lagarta do cartucho do milho.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, a cotação média do milho na semana foi de R$ 83,31/sc, representando uma redução de 1,22% em relação a cotação da semana anterior.

Fonte: Informativo Conjuntural n° 1749 – Emater/RS



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