Grande produtor de algodão no passado, o Paraná vem investindo na reestruturação do sistema produtivo, com apoio da Associação dos Cotonicultores Paranaenses, Acopar, sob coordenação da Abrapa. Com o objetivo de atualizar os produtores da região sobre as ações para valorização da pluma e abertura de mercado, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Júlio Busato, esteve no estado no último sábado (29).
O Paraná chegou a ter a maior área cultivada de algodão do país, com 700 mil hectares na safra 1991/1992. Ainda nos anos 90, dificuldades de comercialização, carência de mão de obra, más condições climáticas e o ataque do bicudo algodoeiro praticamente dizimaram a cultura na região. Na safra 2020/2021, já em fase de colheita, a área plantada no estado é de apenas 800 hectares, mas os produtores estão dispostos a reconquistar o antigo protagonismo.
“Eles estão iniciando o novo modelo de cotonicultura, agora mecanizada. Disse a eles que a união é fundamental neste processo, foi esse o caminho que seguimos no centro-oeste”, conta Busato. O presidente da Abrapa também apresentou os projetos da entidade, como o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), e ressaltou a importância da adesão de todos para a credibilidade do algodão produzido no Brasil.
“A visita foi muito boa. Os produtores puderam ver no que a Abrapa está trabalhando e saber mais sobre as perspectivas e riscos da cultura”, avalia Almir Montecelli, presidente da Acopar. Segundo ele, o atual desafio dos cotonicultores do Paraná é absorver as novas tecnologias, para que o algodão possa entrar na rotação de culturas ou mesmo na substituição de alguma cultura de verão. “O agricultor tem que fazer a parte dele pra dentro da porteira e a associação, para fora dela”, destaca.
A agenda do presidente da Abrapa no Paraná incluiu visita à Fazenda Jaçanã, de Jarbas Silus Reis Neto, no município de Sertaneja. Acompanharam Júlio Busato, Almir Montecelli e também Milton Martinez, o vice-presidente da Acopar, Adriano Luiz Liuti, executivo da Acopar, e os agricultores Weber Reis e Leandro Yuji Izu.
Fonte: Abrapa