A redução e até mesmo a ausência de chuvas em algumas regiões já deixa aparente o estresse hídrico da cultura em determinadas áreas. A presença de pragas é em geral baixa; no entanto, a ferrugem asiática aumenta nas lavouras do Estado. Estão em maturação 15% das lavouras implantadas.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, em parte da Campanha, as condições climáticas mais secas foram benéficas, propiciando recuperação das lavouras com sintomas de estresse pelo excesso de chuvas registradas na primeira quinzena de fevereiro. De modo geral, as lavouras apresentam porte relativamente alto, variando de acordo com a cultivar e o nível de fertilidade do solo, com alta carga de vagens e folhas de coloração verde-escuro. Entretanto, a má distribuição de chuvas forma bolsões com menor umidade nos solos, como em Dom Pedrito, São Gabriel e São Borja. A cultura está em fase reprodutiva e tem alta demanda de água para formação de vagens e enchimento de grãos. Há risco de redução de produção, e produtores que dispõem de pivôs de irrigação voltaram a utilizá-los. As lavouras continuam apresentando ótima condição fitossanitária. Na Campanha, observaram-se algumas áreas com oídio, míldio, crestamento foliar e mancha parda de baixa intensidade nas folhas do terço inferior. Durante a semana, foram identificados os primeiros casos de ferrugem asiática no município de Bagé, interferindo na definição de manejo e de intervalos e fungicidas a serem empregados. Quanto à ocorrência de insetos, o quadro também continua relativamente satisfatório, com reduzida presença de lagartas desfolhadoras, percevejos abaixo do nível de controle na maior parte das lavouras e, onde necessário, controlados com produtos específicos adicionados à aplicação de fungicidas. Há presença regular, porém em pequena quantidade, de lagartas que atacam vagens. Não há mais relatos de problemas com ataque de ácaros. Em Itaqui, foram colhidas as primeiras lavouras.

Na de Caxias do Sul, a fase predominante é a de enchimento de grãos; porém, as primeiras áreas entram em maturação e algumas poucas já foram até mesmo colhidas, com rendimentos surpreendendo positivamente, como é o caso de Esmeralda, onde a produtividade obtida foi de 4.200 quilos por hectare. Os produtores intensificam o manejo das doenças, especialmente a ferrugem, identificada em grande número de áreas cultivadas. Nas áreas onde é realizado monitoramento, as pragas seguem em níveis muito baixos, dispensando a realização de práticas de controle para lagarta e nem para percevejos.

Na de Erechim, 70% dos cultivos seguem em enchimento de grão (R5) e 30% das lavouras – entre as plantadas em início de dezembro – estão em início de formação e desenvolvimento inicial de legume (R3 e R4). Havendo precipitações regulares a partir desta semana, a safra será excelente. Doenças e pragas estão sob controle.

Na de Passo Fundo, 90% das lavouras estão em enchimento de grãos, 7% em maturação fisiológica e 3% estão colhidos.

Na regional de Frederico Westphalen, lavouras seguem em desenvolvimento, recuperado da estiagem. A cultura está principalmente em formação de grãos – 65%, e 12% das áreas estão em maturação. A incidência de mofo branco é alta na região; produtores enfrentam dificuldades no controle, principalmente em lavouras semeadas mais tarde e com dossel de plantas mais fechado. Em algumas lavouras, também se observa dificuldade de controle de invasoras.

Na de Santa Maria, com mais de 16% da área implantada no Rio Grande do Sul, a falta de chuvas já preocupa os agricultores, pois não chove há mais de 15 dias em muitos municípios. Em Restinga Seca, as lavouras já mostram sinais de estresse hídrico, com queda de vagens em alguns locais e morte das folhas baixeiras. Quanto à evolução, em torno de 15% da cultura encontra-se em maturação fisiológica.

Na regional de Ijuí, os cultivos de soja correspondem a 16% da área implantada no Estado. A cultura segue com desenvolvimento normal, mas já apresenta sintomas de déficit hídrico em locais pontuais nas lavouras – caminhos de trânsito de maquinários, solo compactado ou solos rasos. Nas localidades onde as precipitações foram superiores a 10 mm, a condição de desenvolvimento é excelente. As plantas apresentam elevado número de vagens; cultivares mais precoces iniciam o estádio de maturação, correspondendo a quase 7% da área. Produtores realizam o controle de doenças e adicionam fungicidas específicos para mofo branco. A aplicação é monitorada constantemente para verificar a eficácia, pois a localização do patógeno, a dificuldade de o produto atingir o local de infestação pelo elevado dossel da cultura e o período de aplicação não são favoráveis ao sucesso do controle. Aumentou a incidência de oídio nas lavouras onde as precipitações foram menos intensas. Produtores encontram dificuldades no controle desta doença, pois o fungo está estabelecido nas folhas mais baixeiras das plantas, local de difícil aplicação de produtos.



Na regional de Pelotas, no geral, as chuvas mantêm a plena umidade no solo, justamente na principal fase do cultivo da soja – o enchimento de grãos, projetando perspectivas de bons a altos rendimentos por hectare. Todos os produtores de soja, independente da escala de plantio, do tipo de solo e relevo, estão bastante satisfeitos e são de boas a ótimas as expectativas de produtividade e produção de soja. Mesmo com todas as precipitações e algumas dificuldades de entrada de maquinário nas lavouras, as áreas de soja estão em boas condições, com bom estande de plantas, boa altura e carga de vagens e sem problemas mais intensos de doenças e pragas. Os tratamentos preventivos para a ferrugem foram intensificados, objetivando prevenção e controle.

Na regional de Santa Rosa, as lavouras do cedo que estão sendo colhidas apresentam baixa produtividade, mas correspondem a uma área muito pequena – menos de 1%. O desenvolvimento da cultura evoluiu: 72% das lavouras em enchimento de grãos e 3% em fase de maturação. A maioria das lavouras está com bom aspecto e boa população de plantas, com excelente porte, altura e boa formação de vagens. O visual das lavouras demonstra boa sanidade devido à baixa incidência de pragas e ao bom manejo de controle de pragas e doenças, favorecido pelo clima que permite as pulverizações. Na unidade de referência técnica – URT de soja de Cerro Largo, observa-se a presença de ferrugem nas folhas em todos os pontos avaliados, com urédias ativas (esporulando), mas em baixo número; porém, é possível observar também um grande número de urédias controladas em cada folha (sem condição de formar esporos ou vazias). Assim, a maioria das lavouras recebeu duas pulverizações com fungicidas para controle preventivo da ferrugem e algumas já recebem a terceira dose de fungicida. Mesmo sendo orientados na direção contrária, muitos agricultores colocam o inseticida para percevejo na calda com o fungicida. É baixa a presença de lagarta, dispensando nova aplicação de inseticidas. Em áreas de solo pedregoso, algumas lavouras apresentam sinal de estresse hídrico, e são necessárias chuvas nessa fase de floração e enchimento de grãos, quando a cultura precisa de umidade no solo para não perder flor e vagem e manter o potencial de produtividade.

Na regional de Soledade, com 7% da área implantada no Estado, a maior parte da área cultivada está na fase reprodutiva avançada – enchimento de grãos e maturação fisiológica. Embora as chuvas das últimas duas semanas tenham sido fracas, o solo mantém umidade suficiente para o desenvolvimento da cultura. Quanto à sanidade, o clima mais seco da semana contribuiu para redução da ocorrência de doenças fúngicas – ferrugem e mofo branco. As lavouras apresentam boa densidade de plantas, boa sanidade e potencial produtivo dentro da média esperada; 70% das lavouras estão em enchimento de grãos e 2% maduras. É alta a incidência de buva nas lavouras, por rebrote, ou favorecida por pouca palhada e problemas de manejo com herbicidas. Em geral, é baixa a incidência de pragas. Em Soledade, os resultados seguem negativos na área monitorada semanalmente para ferrugem asiática com coletor de esporos.

Na de Porto Alegre, a maior parte da área está em estádio reprodutivo, de desenvolvimento da vagem (R4) a enchimento do grão (R5). A produtividade prevista está dentro da esperada, pois a boa altura e o porte das plantas reiteram a perspectiva de boa safra. A expectativa é de pico de colheita em 30 dias. Produtores realizam monitoramento de pragas e doenças: é necessária aplicação para controle das lagartas, e já foi constatada a presença de inóculo do fungo na unidade de monitoramento da ferrugem asiática em Palmares do Sul. O estado fitossanitário é bom, mas os produtores devem ficar atentos à presença de pragas e principalmente à ferrugem asiática. A cultura se desenvolve bem, apesar da condição climática de baixos volumes de precipitação de dezembro a fevereiro.

Comercialização (saca de 60 quilos)

No levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, a cotação média da soja aumentou 1,92%, ficando em R$ 158,71/sc. Na regional de Porto Alegre, contratos futuros são negociados a R$ 164,00/sc.

Fonte: Emater/RS – Ascar

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