Durante esta última semana de setembro, as cotações da soja em Chicago continuaram, por certo período, abaixo do piso dos US$ 13,00/bushel, porém, na segunda metade da semana houve uma pequena reação. Assim, o fechamento do primeiro mês ficou em US$ 13,00/bushel, na quinta-feira (28), contra US$ 12,93 uma semana antes.
A colheita da soja, nos EUA, continua avançando e pressionando as cotações, tendo chegado a 12% em 24/09. Embora um patamar pouco menor do que o esperado pelo mercado, o percentual está acima dos 11% da média histórica para esta data. Das lavouras ainda a colher, 50% estavam entre boas a excelentes condições, perdendo dois pontos percentuais em relação à semana anterior, outros 32% estavam regulares e 18% entre ruins a muito ruins. Destas lavouras, 73% estavam na fase na queda de folhas.
Por outro lado, o mercado criou expectativas de que o relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, venha com redução, devendo registrar 6,58 milhões de toneladas. Este volume seria inferior às 7,46 milhões de toneladas registradas na mesma data de 2022 e igualmente abaixo das previsões do USDA, que estariam em 6,8 milhões de toneladas. (cf. Successful Farming)
Quanto às exportações estadunidenses de soja, na semana encerrada em 21/09 as mesmas atingiram a 481.638 toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. Assim, no atual ano comercial daquele país, iniciado em 1º de setembro para a soja, o total exportado é de 1,28 milhão de toneladas, ou seja, 6,6% acima do exportado no mesmo período do ano anterior.
Já no Brasil, com a desvalorização do Real na semana, que levou o câmbio a R$ 5,05 por dólar, os preços da soja melhoraram novamente. Esta desvalorização se deve ao aumento nos preços do petróleo, no mercado mundial, o qual pressiona a inflação global e dos EUA em particular. Com isso, a inflação estadunidense fica mais pressionada e o Banco Central daquele país tende a aumentar novamente seu juro básico. Como o Brasil, por enquanto, manteve sua política de redução da Selic, isso provoca saída de dólares e/ou menor entrada da moeda estadunidense em nosso país, levando a sua desvalorização. Se esse quadro cambial continuar, o Copom poderá rever sua estratégia de redução da Selic já na próxima reunião, em novembro.
Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 133,50/saco, enquanto as principais praças do Estado negociaram o produto entre R$ 133,00 e R$ 134,00/saco. Já nas demais regiões do país, o preço da oleaginosa girou entre R$ 117,00 e R$ 128,00/saco.
Dito isso, o plantio da nova safra de soja brasileira avançou para 2,3% da área nacional esperada, até o dia 22/09. No ano passado, na mesma época, ele estava em 2,06%. Este plantio está sendo puxado, agora, pelo Paraná. (cf. Pátria AgroNegócios)
De fato, segundo o Deral, o plantio da soja no Paraná atingia a 16% da área prevista, contra 9% na média histórica. Já no Mato Grosso, o mesmo alcançou a 1,8%, contra 0,25% na média histórica. O ritmo de plantio de soja do Paraná, neste ano, só fica atrás dos 18% registrados em 2018 nesta época.
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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).