Muitos produtores rurais têm convivido com um sinal de alerta diante das recentes chuvas registradas em novembro e das que ainda devem ocorrer nos próximos meses no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a primeira semana de dezembro foi marcada por riscos de temporais intensos com ventanias em áreas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do país, cenário que ampliou as preocupações sobre o impacto do excesso hídrico no desenvolvimento de culturas como milho, soja e café. Em todas essas lavouras, o encharcamento prolongado tende a comprometer o sistema radicular, reduzir a oxigenação do solo e favorecer a proliferação de fungos oportunistas, resultando em perda de vigor, amarelecimento, atraso no crescimento e queda de folhas ou frutos.
De acordo com Lucas Dotto, Desenvolvimento Técnico de Mercado da Nitro, o excesso de umidade gera uma série de distúrbios fisiológicos que afetam diretamente o desempenho das plantas. “No milho e na soja, a baixa disponibilidade de oxigênio no solo limita a respiração das raízes, enfraquece a estrutura vegetal e aumenta a suscetibilidade a doenças de solo, como podridões radiculares. No café, além dos mesmos impactos radiculares, a instabilidade hídrica interfere na florada, provocando desuniformidade e comprometendo o potencial produtivo da safra. Esse conjunto de efeitos pós-chuva exige uma estratégia de recuperação eficiente, na qual os insumos biológicos assumem papel fundamental”, explica o especialista.
Nos períodos pós-encharcamento, os biológicos atuam na recolonização da rizosfera, estimulando a emissão de novas raízes, favorecendo a retomada da absorção de nutrientes e modulando a resposta fisiológica das plantas diante do estresse. Microrganismos como Bacillus, Trichoderma, Azospirillum e rizóbios produzem fitormônios, compostos bioestimulantes e metabólitos que aceleram a reestruturação radicular, ao mesmo tempo em que degradam compostos tóxicos acumulados no solo saturado e contribuem para restabelecer a microbiota benéfica. “Esses microrganismos devolvem funcionalidade ao solo e ajudam a planta a retomar seu metabolismo após a fase de hipóxia. Além disso, reduzem o estresse oxidativo típico do pós-chuva, permitindo que o sistema vegetal se recupere com mais rapidez”, destaca Dotto.
A pressão de patógenos também tende a aumentar logo após períodos de excesso hídrico, principalmente devido à elevada umidade e ao solo desestruturado. Nessa condição, fungos oportunistas como Pythium, Fusarium, Rhizoctonia e Phytophthora encontram ambiente ideal para proliferação. Os biológicos atuam como uma barreira viva na rizosfera, competindo com esses organismos por espaço e nutrientes, e produzindo substâncias que inibem sua multiplicação. Além disso, estimulam mecanismos naturais de defesa das plantas, reduzindo a evolução de podridões e favorecendo uma recuperação mais uniforme da lavoura.
Embora os princípios biológicos sejam comuns entre as culturas, cada sistema produtivo exige uma abordagem específica no pós-chuva. No caso do milho, o foco inicial deve ser a rápida emissão de raízes e a contenção de fungos de solo, devido à alta compatibilidade com a cultura. Na soja, a prioridade é restabelecer a nodulação, já que os períodos de encharcamento tendem a comprometer os rizóbios presentes no solo; por isso, a re-inoculação torna-se essencial. No café, o manejo exige continuidade ao longo do ciclo, e microrganismos se destacam pela ação prolongada na rizosfera, ajudando na recuperação fisiológica após queda de folhas, desuniformidade de florada e estresses sucessivos.
Segundo o técnico, parte das perdas produtivas observadas em anos de chuvas intensas ocorrem devido a erros comuns de manejo, como entrar nas áreas antes que o solo recupere sua oxigenação mínima ou ignorar o avanço de patógenos no pós-encharcamento. Nessas situações, os biológicos atuam diretamente nos pontos críticos do sistema ao estimular novas raízes, recompor o equilíbrio microbiológico e diminuir a pressão de doenças. O uso adequado dessas ferramentas resulta em plantas com maior vigor, maior capacidade de absorção de nutrientes, melhor sanidade e, consequentemente, ganhos em produtividade e uniformidade da área.
Além da recuperação, o Lucas reforça a importância do manejo preventivo como estratégia para reduzir impactos causados por extremos climáticos. Entre as tecnologias disponíveis, o Bacillus aryabhattai vem ganhando destaque na literatura científica pela capacidade de modular o estresse hídrico, funcionando como um escudo fisiológico que fortalece a planta antes de eventos de excesso ou falta de chuva. “O manejo pós-chuva é determinante para manter o teto produtivo, mas o manejo preventivo é ainda mais decisivo. Preparar a lavoura para enfrentar variações climáticas garante uma resposta mais rápida e eficiente no pós-estresse”, reforça o especialista.
À medida que regiões como Mato Grosso, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Rio Grande do Sul registram períodos de saturação hídrica, temperaturas irregulares e maior pressão de patógenos, os bioinsumos tornam-se ferramentas essenciais para minimizar perdas produtivas e acelerar a recuperação das lavouras. A atuação desses microrganismos no equilíbrio da rizosfera, na retomada radicular e na redução do estresse oxidativo consolida o uso dos biológicos como uma das principais estratégias da agricultura de alta performance em cenários de clima instável.
Sobre a Nitro
A Nitro é uma multinacional brasileira com quase 90 anos de história, com atuação nos segmentos de insumos para o agronegócio, especialidades químicas e químicos industriais. A Nitro ingressou no agro em 2019 e, em cinco anos no segmento, se consolidou como uma das três maiores empresas de nutrição e biológicos do setor. A Nitro conta com 6 unidades de produção no Brasil e 4 centros de Pesquisa e Desenvolvimento, além dos centros de distribuição, unidades internacionais e escritório administrativo em São Paulo (SP).
Fonte: Assessoria de Imprensa Nitro




