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Como a cobertura do solo afeta a soja?

De modo geral, pode-se dizer que a temperatura, a radiação solar e a disponibilidade hídrica são os principais fatores ambientais que regem o metabolismo vegetal. Cada espécie vegetal apresente determinada exigência térmica, havendo influência da temperatura tanto na germinação das sementes quando no desempenho fotossintético da planta.

Neumaier et al. (2020), destacam que para a cultura da soja, para que ocorra germinação rápida e emergência uniforme, a temperatura média ótima do solo, a 5 cm de profundidade, deve estar ao redor de 25 °C. Semeaduras com temperaturas de solo menores do que 20 °C podem prejudicar a germinação e a emergência das plântulas.

Da mesma forma, a temperatura média do ar pode influenciar na capacidade fotossintética da planta, afetando seu crescimento e desenvolvimento. As temperaturas do ar, nas quais a soja apresenta melhor crescimento e desenvolvimento, estão compreendidas entre 20 °C e 30 °C. Já a faixa ótima de temperaturas do solo é, também, de 20 °C a 30 °C.

Uma das características com maior relevância no controle da temperatura do solo é a cobertura dele, seja com plantas de cobertura ou palhada residual como é o mais comum no sistema plantio direto na cultura da soja. Conforme analisado por Vieira et al. (2020) o uso de cobertura morta na superfície do solo (palhada residual), contribui significativamente para a redução da temperatura máxima (figura 1) e amplitude térmica do solo, afetando também a umidade do solo.

Figura 1. Temperatura máxima diária do solo nos diferentes tratamentos e nas profundidades de 5-10 cm (A) e 20-25 cm (B).

Fonte: Vieira et al. (2020)

Corroborando a influência da cobertura do solo na sua temperatura, o Dr. Geraldo Chavarria demonstra de forma prática a importante contribuição da palhada na regulação térmica do solo. Conforme observado na figura 2, duas lavouras da mesma região em função da presença de palhada apresentam variações consideráveis na temperatura (diferenças de 10,4°C).

Figura 2. Variação da temperatura do solo em função da cobertura com palhada.

Foto: Dr. Geraldo Chavarria

A influência da palhada sobre a temperatura do solo ainda é observada quando analisada de forma imediata a temperatura sobre e sob a palhada, ficando evidente a contribuição da palhada não só para a redução da temperatura máxima do solo, como também da amplitude térmica dele, podendo reduzir inclusive a evaporação de água do solo, possibilitando melhores condições hídricas para a planta, em comparação a solos descobertos.

Figura 3. Efeito da palha sobre a temperatura do solo. Temperatura da superfície da palha: 49,9°C e do solo abaixo da palhada: 23,9°C.

Fotos: Dr. Geraldo Chavarria

Segundo Chavarria, as plantas C3 como a soja, tem a sua fotossíntese drasticamente limitada pela fotorrespiração com temperaturas acima de 30°C, fato que pode inclusive afetar o crescimento da cultura sob condições de estresse, agravado por déficit hídrico. Visando reduzir a temperatura média do solo e também a evaporação de água dele, quando utilizada de forma a adequada, a boa cobertura do solo pode ser uma interessante ferramenta de manejo, conduto, cabe destacar que existem mais fatores envolvidos tanto na geração de incremento de temperatura como na capacidade de mitigar os estresses oxidativos gerados pela temperatura. Tais como perfil de solo, nutrientes, compostos antioxidantes, etc… (Chavarria, 2022).

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Referências:

NEUMAIER, N. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA. Tecnologias de Produção de Soja, cap. 2, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 14/11/2022.

VIEIRA, F. F. et al. TEMPERATURA E UMIDADE DO SOLO EM FUNÇÃO DO USO DE COBERTURA MORTA NO CULTIVO DE MILHO. Científica, Jaboticabal, v.48, n.3, p.188-199, 2020. Disponível em: < https://cientifica.dracena.unesp.br/index.php/cientifica/article/view/1264 >, acesso em: 14/11/2022.

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Equipe Mais Soja
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