- A folha bandeira do trigo é uma das mais importantes para a cultura, sendo essencial mantê-la viável pelo maior período possível
- Resultados observados por Souza et al. (2013), demonstram que a simples retirada da folha bandeira do trigo, pode resultar em redução da produtividade de quase 10% (9,82%)
Uma das culturas de inverno mais importantes no sistema plantio direto no Sul do Brasil é o trigo. Além de desempenhar importante papel na rotação de culturas, o trigo desempenha função econômica em muitas propriedades agrícolas.
Contudo, assim como nas demais culturas agrícolas, uma série fatores podem interferir na produtividade do trigo, afetando não só a quantidade produzida como também a qualidade dos grãos. Dentre os principais agentes que interferem na produtividade e qualidade do trigo produzido, pragas, doenças e plantas daninhas se destacam, sendo necessário safra após safra, adotar medidas que possibilitem um bom manejo fitossanitário da cultura.
Visando garantir a manutenção do potencial produtivo do trigo, além da adequada nutrição vegetal, é essencial garantir a sanidade das folhas da planta. As folhas são responsáveis pela maior parte da produção de fotoassimilados pela planta, os quais posteriormente são destinados a produção dos grãos de trigo.
Pragas desfolhadoras, assim como doenças que reduzem a área fotossinteticamente ativa da planta podem impactar significativamente a produtividade do trigo. Avaliando a desfolha em diferentes estádios fenológicos sobre características agronômicas em trigo, Souza et al. (2013) observaram que dependendo do nível de desfolha e folha afetada, reduções de produtividade de quase 20% podem ser observadas em relação a testemunha (planta sem desfolha).
Os autores analisaram diferentes tratamentos, em que o tratamento 1 (T1), consistia na testemunha (sem desfolha); T2 desfolha realizada após a emissão da terceira folha pelo primeiro afilho, destacando-se a primeira e segunda folha, remanescendo apenas a terceira folha; T3 desfolha realizada após a emissão da quarta folha pelo primeiro afilho, destacando-se a primeira, segunda e terceira folha, permanecendo apenas a quarta folha na planta; T4 desfolha realizada após a emissão da quinta folha pelo afilho principal, destacando-se a primeira, segunda, terceira e quarta folha, permanecendo apenas a quinta folha na planta; T5 desfolha após a emissão da sexta folha ou folha bandeira, destacando-se a primeira, segunda, terceira, quarta e quinta folha, permanecendo apenas a folha bandeira; T6 destaque da folha bandeira; T7 destaque das duas folhas superiores, folha bandeira e abaixo da folha bandeira.
É conhecido que a folha bandeira do trigo é uma das mais importantes para a cultura, sendo essencial mantê-la viável pelo maior período possível. Mas qual o impacto da perda da folha bandeira na produtividade do trigo? Conforme resultados observados por Souza et al. (2013), a simples retirada da folha bandeira resultou em redução de produtividade de quase 10% (9,82%), demonstrando a importância da manutenção dessa folha para a obtenção de boas produtividades.
Tabela 1. Resultados médios para as variáveis número de grãos nos afilhos férteis (NGAF), massa de grãos dos afilhos férteis de uma planta em gramas (MGAF), peso hectolitrico (Ph) e Rendimento em sc ha-1 (Rend), Frederico Westphalen, 2013.
Resultados ainda superiores de redução de produtividade foram observados pelos autores em níveis maiores de desfolha (tratamentos 5 e 7) demonstrando que a retirada de todas as folhas abaixo da folha bandeira e o destaque da folha bandeira e uma abaixo, reduzem o rendimento. Os autores concluem que a perda foliar das duas folhas superiores mais próximas da espiga na planta de trigo (folha bandeira e uma abaixo) representam uma redução de 19,26% do rendimento de grãos.
Confira o trabalho completo de Souza e colaboradores (2013) clicando aqui!
Veja Mais: A escala fenológica da cultura do trigo
Referências:
SOUZA, V. Q. et al. DESFOLHA EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS SOBRE CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS EM TRIGO. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 6, p. 1905-1911, Nov./Dec. 2013. Disponível em: < https://seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/22243 >, acesso em: 09/05/2023.
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