Os preços do milho subiram 70,88% durante o ano de 2020, como mostra o gráfico anual abaixo. Em Chicago os preços também subiram 24,8% no ano. A TF Consultoria Agroeconômica previu, numa entrevista que está gravada no Canal Rural, com absoluta exatidão, que os preços do milho no mercado interno brasileiro atingiriam R$ 77,00/saca para os agricultores, quando ainda estavam a R$ 55,00. Quem seguiu nossas orientações teve um lucro adicional de 40%. Se foi um investidor na B3, transformou algo como R$ 1.400,00 em robustos R$ 20.000,00.

Mas,  no mercado físico de lotes, os preços chegaram a R$ 90,00 no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, dois estados que tem forte demanda devido à sua grande produção de carnes. Com a boa produção do Mato Grosso do Sul, que barateou os preços locais, os preços do milho nestes dois estados do extremo Sul tiveram os seus preços reduzidos para algo ao redor de R$ 71,00/saca, voltando a subir na segunda quinzena de dezembro sem, contudo, atingir os níveis mais altos do ano.

Mas, a grande pergunta, neste momento, é: os preços do milho podem subir mais?

O que se pode ver no horizonte é o seguinte:

  1. Com a suspensão de embarques de milho para exportação durante os meses de janeiro e fevereiro na Argentina, é possível que a demanda internacional se volte para o Brasil, elevando os preços internos de arrasto. Este é um fato novo, que foi implantado dois dias antes do término do ano;
  2. Contudo, os estoques de milho no Brasil estão baixos e, por isto, os preços já vinham subindo novamente. A estes estoques baixos deve-se juntar a seca que atingiu o Oeste do RS e de SC e que reduziu ainda mais a oferta do produto nestes dois importantes estados consumidores. Assim, se esta demanda se confirmar, impulsionada por altas no dólar como a do último dia do ano, é provável que os preços internos do milho em nosso país também se elevem proporcionalmente, para poder reter o pouco de disponibilidade ainda existente.
  3. Deve-se levar em consideração que a área plantada de milho de 2020/21 no Brasil deverá ter uma redução de 9,6%, segundo o último relatório da Conab de dezembro. E, embora o USDA e algumas consultorias estimem a produção brasileira em 110 milhões de toneladas, a Conab a estima em apenas 102,59 MT, um acréscimo de apenas 0,1% sobre a safra anterior.
  4. A demanda por carnes pela China está subindo acentuadamente, o que fará aumentar a demanda por milho no mercado interno e, consequentemente, manter os preços elevados em 2021.
  5. A lucratividade do milho da primeira safra está por volta de excelentes 80,64%, devendo ser aproveitada. Já para o milho Safrinha, a lucratividade cai para 41,25% (ainda assim, acima dos 30% que os agricultores consideram excelente), mas que dará mais dinheiro ao produtor porque tem quase o dobro do volume.

Conclusão

O ano de 2021 tem tudo para ser extremamente lucrativo para os agricultores, assim como foi 2020. Diríamos que até um pouco mais, porque vendeu volumes maiores a preços elevados.

As recomendações da T&F Agroeconômica são as seguintes:

  • a) Não corra atrás de preço; busque lucratividade.
  • b) Divida o seu volume produzido em pelo menos cinco lotes e vá fixando à medida que seu lucro pretendido for atingido. E não se arrependa, porque quem tem lucro constante, jamais terá prejuízo, ao contrário daquele que perseguem grandes lucros e que podem ter grandes prejuízos (alguns até perdem a fazenda).


 

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