A colheita é a última operação no processo de produção de soja, e nessa etapa o produtor pode controlar de forma planejada as perdas de grãos.
Em vídeo divulgado no canal do Youtube Embrapa – Radar da Tecnologia Soja, foi explicado que a Embrapa considera aceitável que o produtor perca durante a colheita até 1 saca de soja de 60 kg por hectare para que o agricultor não tenha prejuízos, mas existem produtores que perdem muito menos que isso.
Um exemplo é o agricultor Aleocídio Balzanelo, da região de Sertanópolis, no norte do Paraná, que perde aproximadamente meia saca, ou seja, 30 kg de soja por hectare.
De acordo com o agricultor, em sua área preconiza-se o trabalho com perdas mínimas, e o resultado é muito gratificante, destacou ele.
Para se fazer o monitoramento das perdas de grãos na colheita da soja, a Embrapa possui uma metodologia prática, cujo kit básico é composto por um copo medidor e uma armação de 2 metros quadrados.
A armação de coleta pode ser feita com ripas de madeira e barbante, e deve ser colocada no solo transversalmente às linhas de semeadura após a passagem da colhedora. Depois disso, os grãos que estão soltos sobre o solo e dentro das vagens na área de coleta, são depositados no copo medidor.
O nível de perdas é determinado em uma escala graduada cujo resultado observado já está em sacas por hectare. Se o produtor perde mais que uma saca por hectare significa que está ocorrendo desperdício.
Para eliminar as perdas, o produtor necessita identificar a causa do problema. De acordo com o pesquisador José Miguel Silveira da Embrapa Soja, o excesso de velocidade da colhedora é um dos principais responsáveis pelo desperdício. Para evitar esse problema, o deslocamento da máquina deve ficar entre 4 e 6,5 km/hora, em função do funcionamento da barra de corte e da plataforma de alimentação.
O pesquisador destaca que a plataforma de alimentação compreende a barra de corte, que é o elemento que irá cortar a soja, em virtude disso, o operador deverá observar o alinhamento, as facas, os dedos, a tensão da barra, observando sempre se há quedas ou falhas, sendo esse o principal componente de perdas na plataforma de alimentação.
Outro componente importante da colhedora que deve ser observado para que não gere perdas é o sistema de recolhimento das plantas ou molinete, cuja função é transportar as plantas que já foram cortadas na barra de corte para o sistema de trilha. Por isso, é importante que a velocidade do molinete não seja excessiva, de modo a não jogar as plantas cortadas para fora da plataforma.
Para isso, é importante consultar o manual que acompanha o copo medidor disponibilizado pela Embrapa, onde pode-se verificar que de acordo com o diâmetro do molinete existe uma regulagem de sua velocidade em função da velocidade de deslocamento da colhedora.
Depois que as plantas são cortadas pela barra de corte, transportadas para a esteira pelo molinete através das barras e dos dedos, a planta é conduzida para o centro da máquina que através da garganta do equipamento leva as plantas para o sistema de trilha.
De acordo com alguns trabalhos, o pesquisador cita que as máquinas que possuem um sistema por esteira apresentam menores perdas em relação às maquinas com sistema tradicional de caracol.
Confira o vídeo abaixo
Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.