Em maio de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm nos extremos norte e sul do país, bem como na costa leste do Nordeste. Nessas áreas, as chuvas foram suficientes para manter a umidade do solo elevada. Já em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, além do interior da Região Nordeste, os volumes foram inferiores a 70 mm, diminuindo os níveis de água no solo em algumas localidades.

No norte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 300 mm, principalmente em Roraima, onde as chuvas ultrapassaram os 500 mm. Os menores volumes de chuvas foram observados em Tocantins, sul do Pará e sudeste de Rondônia. Com exceção dessas áreas os níveis de armazenamento hídrico do solo mantiveram-se elevados na região.

Já na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados no norte do Maranhão e do Piauí, bem como na parte costeira da região, desde o Rio Grande do Norte até a Bahia, com valores superiores a 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade no solo e o desenvolvimento das lavouras de feijão e milho terceira safra. No interior do Nordeste e Matopiba, os volumes de chuva foram inferiores a 40 mm, reduzindo os níveis de umidade do solo e desfavorecendo lavouras de milho segunda safra que se encontravam em floração e enchimento de grãos.

Na Região Centro-Oeste, os maiores volumes de chuva foram observados no último decêncio no sul do Mato Grosso do Sul, contribuindo para a elevação dos níveis de umidade no solo nesta área, favorecendo a recuperação parcial dos cultivos de segunda safra. Nas demais áreas, os valores de chuva foram inferiores a 40 mm, havendo redução de umidade do solo em relação ao mês anterior.

Em grande parte da Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva abaixo de 40 mm, exceto em áreas da metade sul de São Paulo, onde as chuvas ultrapassaram os 60 mm. No geral, houve uma redução da umidade do solo em algumas localidades, desfavorecendo o desenvolvimento das lavouras de milho segunda safra em estágios reprodutivos em importantes regiões produtoras.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm em grande parte da região, porém no nordeste do Rio Grande do Sul, as chuvas ultrapassaram os 500 mm. No centro norte do Paraná, os volumes foram menores e variaram entre 70 mm e 150 mm. Em geral, os níveis de água no solo permaneceram elevados em boa parte da região, porém no Rio Grande do Sul, houve excedente hídrico devido às chuvas intensas ocorridas durante o mês, as quais provocaram alagamentos em grande parte das regiões produtoras do estado, comprometendo os cultivos de arroz, feijão, milho e soja.

Em maio, as temperaturas máximas foram superiores a 26 °C, desde o norte do Paraná até o norte da Região Norte. Destaque para o sudeste do Pará, Tocantins e sul do Maranhão e do Piauí, onde as máximas ultrapassaram os 32 °C, enquanto no sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as temperaturas foram inferiores a 20 °C. Quanto às temperaturas mínimas, foram superiores a 16 °C no centro-norte do Brasil. Já em áreas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas mínimas foram inferiores a 14 °C.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de maio de 2024. Foram observados valores de anomalias entre 1 °C e -2 °C em toda a faixa do Pacífico Equatorial.

Considerando somente a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias positivas de TSM têm apresentado um decréscimo acentuado desde o início de abril, indicando o fim do fenômeno El Niño, porém desde o início de maio até os primeiros dias de junho, as anomalias vêm oscilando entre 0,5 °C e -0,5 °C, indicando o início das condições de Neutralidade.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para condições de Neutralidade durante o trimestre junho, julho e agosto de 2024, com uma probabilidade de 71%. Entretanto, a partir do trimestre agosto, setembro e outubro, aumentam as chances de ocorrência do fenômeno La Niña (resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial).

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO JUNHO, JULHO E AGOSTO DE 2024

As previsão climática do modelo do Inmet para os próximos três meses é mostrada na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média na parte central do país. Chuvas acima da média são previstas em áreas do oeste e norte da Região Norte, além da parte costeira da Região Nordeste e extremosul da Região Sul. Ressalta-se que tivemos o início do período seco em grande parte do Brasil Central e, consequentemente, os níveis de água no solo sofrem redução.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de chuvas acima da média em Roraima e Amapá, oeste e nordeste do Amazonas, além do norte do Pará. Nas demais áreas, os volumes de chuva podem ficar próximos ou abaixo da média histórica, que pode reduzir os níveis de umidade do solo nos próximos meses, principalmente no sul da região amazônica.

Na Região Nordeste, há previsão de chuvas acima da média em áreas da parte leste da região, principalmente na região do Sealba. Para o interior da região, a previsão indica chuvas próximas ou abaixo da média, que podem contribuir para a redução do armazenamento hídrico.

Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas dentro ou abaixo da média, que podem contribuir para a redução dos níveis de água no solo nos próximos meses. Em áreas pontuais do sudeste de São Paulo e sul do Rio de Janeiro, as chuvas previstas podem ficar acima da média.

Na Região Sul, são previstas chuvas abaixo da média, exceto no centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as chuvas podem permanecer acima da média. De modo geral, os níveis de água no solo permanecerão elevados devido às chuvas ocorridas nos últimos meses. Porém, o norte do Paraná, poderá sofrer redução dos níveis de umidade no solo.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando temperaturas acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Matopiba, sudeste do Pará e norte do Mato Grosso, onde os valores médios podem ultrapassar os 26 °C. Já em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 16 °C, pois não se descarta a entrada de massas de ar frio, que podem causar declínio da temperatura mínima e possível formação de geadas. Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet.

Confira o Boletim da Safra de Grãos completo, clicando aqui!

FONTE: CONAB



 

FONTE

Autor:Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2023/2024 - 9° Levantamento

Site: CONAB

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