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Condições climáticas da última semana favoreceram o desenvolvimento das lavouras de soja no RS

A incidência de precipitações, em 16 e 17/01, contribuiu para a restauração dos níveis apropriados de umidade no solo. Além disso, as elevadas temperaturas e a exposição à radiação solar proporcionaram a aceleração do crescimento e do desenvolvimento vegetal, culminando no aumento da estatura e na expressão de um vigor característico nas plantas.

Consequentemente, foi observada significativa melhoria nas condições das lavouras em todo o Estado e a diminuição de sintomas de estresse hídrico em algumas áreas. A maioria das lavouras já concluiu ou está em fase de fechamento das entrelinhas, evidenciando uma interação sinérgica entre a cultura e as condições climáticas ocorridas recentemente. As plantas apresentam a emissão de folhas novas bem desenvolvidas, com entrenós mais longos a partir do terço intermediário em direção às pontas, além da ocorrência de brotações laterais no terço inferior. Nas áreas de cultivares precoces, o período de formação das vagens se iniciou, e a fixação deverá ser satisfatória, dadas as condições ambientais favoráveis.

Em termos fitossanitários, as lavouras mais adiantadas já foram submetidas a pelo menos duas aplicações de fungicidas. Em razão das chuvas regulares, o monitoramento de doenças tem sido constante, sendo adotados intervalos menores entre as pulverizações. No Oeste do Estado, há relato da presença de percevejo nas lavouras. Entretanto, os produtores têm sido orientados a utilizar inseticidas somente a partir da fase de formação das vagens, pois, nas fases vegetativa e de floração, o impacto desse inseto na cultura é baixo.

Esses cuidados em relação ao estágio das plantas promove a racionalização do uso de inseticidas bem como evita os riscos de ocorrência de mortalidade de insetos polinizadores. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, apesar de alguns registros de granizo e do escorrimento superficial, que causou erosão em determinadas áreas, as precipitações do período foram altamente benéficas para as lavouras em função da distribuição uniforme e dos volumes mais significativos em comparação aos eventos das semanas anteriores.

Nesse contexto, a umidade foi restabelecida em níveis satisfatórios tanto para o desenvolvimento das plantas quanto para a semeadura das parcelas restantes em Dom Pedrito e Hulha Negra. Houve melhoria na coloração das plantas, que anteriormente apresentavam aspecto verde-pálido e limitações de crescimento em virtude da escassez de umidade.

As lavouras implantadas no início de janeiro ainda podem apresentar emergência de plantas como consequência do aporte mais expressivo de umidade, reduzindo parcialmente algumas falhas no estande, embora seja comprovadamente menor o potencial produtivo de plantas emergidas com atraso. Na Fronteira Oeste, em São Gabriel, as lavouras semeadas no início de janeiro sofreram danos pontuais decorrentes da intensa chuva de 16/01, especialmente em áreas declivosas onde a força da água provocou a erosão laminar e arrancou plântulas, situação essa mais evidente em áreas com pouca cobertura de palha.

Em Alegrete, observou-se alguns movimentos de plantio, indicando um aumento na área de cultivo ou replantio não concluído. Em Manoel Viana, há relatos de incremento da população de lagartas em algumas lavouras, exigindo aplicações de inseticidas, que têm sido efetivos no controle.

Em Maçambará, 10% das lavouras estão em fase inicial de enchimento de grãos, e o potencial produtivo é considerado muito bom, exceto nas áreas afetadas por erosão e pelo excesso de umidade durante a fase de desenvolvimento vegetativo.

Na de Caxias do Sul, as lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo e no início da floração. O período chuvoso, com a elevada umidade no ambiente, criou condições propícias para o desenvolvimento de doenças, tais como mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) e ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi); os produtores têm designado especial atenção para o manejo e controle dessas enfermidades.

Na de Erechim, o estágio de desenvolvimento das lavouras é considerado normal para o período em função das precipitações ocorridas. Do total plantado, 30% encontra-se em desenvolvimento vegetativo, 50% em fase de floração e 20% no estágio de enchimento de grãos. Para esta fase, os agricultores estão executando práticas culturais adequadas, como aplicações de herbicidas, em regiões de plantio tardio, e de fungicidas nas demais áreas.

Uma parcela significativa da área foi plantada em datas mais tardias, principalmente no final de novembro e dezembro; porém, ainda dentro da janela de plantio recomendada. Na de Ijuí, a cultura mantém desenvolvimento satisfatório, sendo favorecida pelas condições climáticas quentes e úmidas. As primeiras lavouras de variedades precoces, semeadas em outubro (3% do total), encontram-se no início da formação de vagens, entre os estádios R1 e R3, e apresentam elevado número de canivetes por inflorescência.

A maioria das lavouras (61%) encontra-se no final do estádio vegetativo, ingressando rapidamente na fase de floração. Ocorreu a semeadura de soja nas áreas anteriormente destinadas ao cultivo de milho, que está em processo de colheita. As condições fitossanitárias são consideradas boas, embora o clima úmido esteja intensificando a pressão de doenças. No entanto, o controle por meio do manejo adequado de fungicidas tem sido eficaz.

Na de Pelotas, a maior parte das lavouras encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo, e algumas já iniciaram a floração. O estado sanitário é considerado excelente, e as plantas demonstram desenvolvimento saudável e robusto.

Na de Santa Maria, de maneira geral, as lavouras apresentaram germinação satisfatória e bom desenvolvimento fisiológico. Dada a ocorrência de chuvas recorrentes, a principal preocupação se volta para as aplicações preventivas de fungicidas em decorrência da identificação de esporos de ferrugem-asiática, identificada também nos coletores monitorados pela Emater/RS-Ascar.

Na de Santa Rosa, a maior parte das lavouras está em desenvolvimento vegetativo, totalizando 55%; em florescimento, 40%; e em enchimento de grãos, 5%. Na de Soledade, prosseguiu o controle pós-emergencial de plantas invasoras em lavouras com semeadura tardia, e foi intensificada a frequência das aplicações de fungicidas.

Em decorrência das condições climáticas propícias para a proliferação da ferrugem-asiática, como calor e umidade, houve relatos de quatro aplicações de fungicidas em lavouras que estão no início da fase de enchimento de grãos, evidenciando desafios no controle da doença. A incidência de pragas permanece baixa nesta safra.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 2,96%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 121,04 para R$ 117,46.

Fonte: EMATER/RS



 

Equipe Mais Soja
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