CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA:

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de janeiro de 2024. Na parte centroleste do Pacífico Equatorial, foram observadas as maiores anomalias, com valores superiores a +2 °C, entre 120°W e 90°W, indicando a persistência de aquecimento das águas na região. Considerando a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias positivas de TSM têm apresentado um ligeiro decréscimo, mas ainda permanecem entre +1 °C e +1,5, principalmente a partir do segundo decêndio de janeiro, indicando a continuidade do fenômeno El Niño de intensidade forte.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta, com probabilidade acima de 90%, que as condições de El Niño (fase quente) se manterão até o final do verão 2023/24. Quanto à intensidade do fenômeno, a maioria dos modelos climáticos indica que o El Niño enfraquecerá gradualmente e depois fará a transição para Neutralidade durante o trimestre abril, maio e junho de 2024 (AMJ/2024), com uma probabilidade de 66%.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO FEVEREIRO, MARÇO E
ABRIL DE 2024

As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média em grande parte da Região Nordeste, leste da Região Centro-Oeste e oeste da Região Sudeste, enquanto na parte central da Região Norte e Região Sul há previsão de chuvas acima da média. No geral, as condições de níveis de umidade no solo nos próximos meses ainda serão favoráveis, mesmo com a previsão de chuvas mais irregulares na parte central do país.

Entretanto, na Região Nordeste e extremo-norte da Região Norte, há uma tendência de baixos níveis de água no solo. Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de chuvas acima da climatologia do trimestre. Em áreas
da divisa entre Rondônia e Amazonas, sudeste do Pará e sul do Tocantins, os volumes de chuva podem ser abaixo da média histórica.

Na Região Nordeste, que inclui áreas do Matopiba e Sealba, há previsão de chuvas abaixo da média, que podem reduzir o armazenamento hídrico e afetar o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas dentro ou abaixo da média, principalmente em março e abril de 2024. Já no nordeste do Mato Grosso, oeste do Mato Grosso do Sul, sul de São Paulo, são previstas chuvas acima da média. Porém, mesmo com a previsão de chuvas espacialmente irregulares, os níveis de água no solo nos próximos meses ainda serão favoráveis.

Na Região Sul, são previstas chuvas dentro e abaixo da média, exceto na parte central da região, onde as chuvas podem permanecer acima da média. Assim como na parte central do país, a irregularidade espacial das chuvas é uma consequência do enfraquecimento gradual do fenômeno El Niño, porém isso não deverá afetar os níveis de água no solo nos próximos meses.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando que durante todo o trimestre, as temperaturas permanecerão acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Centro e Norte do Brasil, com valores médios ultrapassando 26 °C. Destaque para as Regiões Norte e Nordeste, onde as temperaturas poderão ultrapassar 28 °C. Já em áreas costeiras e serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 24 °C,  devido ao aumento da nebulosidade e dias chuvosos.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal.inmet.gov.br).

Fonte: CONAB – Disponível no Boletim ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA Fevereiro 2024 volume 11, número 5.

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