As condições seguem desfavoráveis à comercialização e aos preços da soja no mercado brasileiro. Apesar da reação dos prêmios, Chicago segue sob pressão – julho abaixo de US$ 14 -, assim como o dólar, que, mesmo em leve alta, permanece em patamar inferior a R$ 5,00. Os produtores, portanto, deverão seguir negociando apenas o necessário.
O mercado brasileiro registrou negócios em ritmo moderado nesta quarta-feira. Os preços, em sua maioria, caíram nas principais praças de comercialização do país, acompanhando os movimentos do dólar e da bolsa de Chicago.
Os produtores, de modo geral, seguem reticentes em negociar nos atuais patamares. O lado comprador, por sua vez, não cede. Os preços devem seguir baixos até o escoamento de boa parte da safra, melhorando a partir do segundo semestre.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos seguiu em R$ 135,00 a saca. Na região das Missões, a cotação estabilizou em R$ 134,00. No Porto de Rio Grande, o preço decresceu de R$ 143,50 para R$ 143,00.
Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 130,00 para R$ 129,00. No porto de Paranaguá (PR), a saca desvalorizou de R$ 141,00 para R$ 140,00.
Em Rondonópolis (MT), a saca caiu de R$ 121,50 para R$ 120,00. Em Dourados (MS), a cotação baixou de R$ 126,00 para R$ 125,00. Em Rio Verde (GO), a saca passou de R$ 122,50 para R$ 121,50.
CHICAGO
* Os contratos da soja com vencimento em julho operam com baixa de 0,64% a US$ 13,95 1/4 por bushel.
* O mercado estende as perdas da sessão anterior, pressionado pelo avanço no plantio dos Estados Unidos e pelas previsões de clima favorável para o cultivo no país.
* O cenário externo é volátil, com as cotações de petróleo em Nova York oscilando dentro de pequenas margens. Já o dólar sobe frente a outras moedas.
* Além disso, os operadores se posicionam frente ao relatório mensal do Departamento de Agricultura do Estados Unidos (USDA), que sai amanhã. Hoje, saem as exportações norte-americanas, que devem oscilar entre 175 mil e 550 mil toneladas.
USDA
* O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve elevar a sua estimativa para os estoques finais dos Estados Unidos em 2022/23.
* Além disso, é esperada nova redução na projeção de safra da Argentina. O relatório de maio do Departamento será divulgado nesta sexta, 12, às 13h. Serão divulgados ainda os primeiros números para a safra 2023/24, tanto nos Estados Unidos como em nível mundial.
* Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em estoques americanos de 212 milhões de bushels em 2022/23. Em abril, a previsão ficou em 210 milhões de bushels. Para 2023/24, o USDA projeta estoques de 282 milhões de bushels. A primeira projeção de safra dos EUA deve ser de 4,484 bulhões.
* Em relação ao quadro de oferta e demanda mundial da soja, o mercado aposta em estoques finais 2022/23 de 99,4 milhões de toneladas, contra 100,3 milhões previstos em abril. Para 2023/24, a estimativa do mercado é de 105,8 milhões de toneladas.
* O USDA deve cortar a projeção de safra da Argentina de 27 milhões para 24,4 milhões de toneladas, reflexo da prolongada estiagem naquele país. Para o Brasil, a aposta é que a produção tenha sua previsão elevada de 154 milhões para 154,6 milhões de toneladas.
PRÊMIOS
* Os preços FOB da soja subiram na quarta-feira no mercado brasileiro, puxados pela firmeza nos prêmios de exportação. O desempenho dos prêmios suplantou o impacto negativo da queda dos contratos futuros em Chicago. Houve melhor atividade em Paranaguá. Em Santos, poucos negócios.
* Os prêmios de exportação da soja estavam em -120 a -90 sobre Chicago no final da quarta no Porto de Paranaguá, para maio. Para junho, o prêmio era de -75 a -70. Para julho de 2023, o prêmio estava em -55 a -45 pontos, conforme dados de SAFRAS & Mercado.
* O preço FOB (flat price) para junho ficou entre US$ 488,30 e US$ 490,20 a tonelada na quarta-feira. No dia anterior, a cotação oscilou entre R$ 484,70 e R$ 488,40.
CÂMBIO
* O dólar comercial opera com alta de 0,2% a R$ 4,961. O Dollar Index sobe 0,28% a 101,76 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
* As principais bolsas da Ásia fecharam mistas. Xangai, -0,29%; Tóquio, +0,02%.
* As principais bolsas na Europa operam mistas. Paris, +0,25%; Frankfurt, -0,06%; Londres, -0,33%.
* O petróleo registra perdas. O WTI para junho recua 0,44% para R$ 72,28 o barril.
Fonte: Agência Safras