Com produtividade de 111,75 sc/ha o produtor Norio Fujisawa da Fazenda Campos Verdes de Itapeva, São Paulo garantiu o título de campeão da categoria Irrigado/Nacional do desafio de produtividade CESB safra 22/23. A propriedade possui 2100 hectares, das quais 1350 ha são áreas irrigadas e 901 ha são destinadas ao cultivo da soja, sendo a produtividade média a nível da propriedade de 92 sc por hectare.
A área auditada pelo CESB foi de 2,6018 ha, área a qual possui rotação de culturas há mais de 15 anos, contando com aplicação de 3 t/ha de calcário dolomítico e 1,5 t/ha de gesso em cobertura antecedendo as safras 17/18, 19/20 e 21/22. Na safra 17/18, foram cultivados soja e milheto. Na safra 18/19, foram cultivados milho semente e milho grão. Na safra 19/20, foram cultivados feijão, milho e feijão. Na safra 20/21, as culturas foram milho semente e trigo. Na safra 21/22, optou-se por cultivar milho semente, milho e feijão. Por fim, na safra 22/23, foram cultivadas soja e batata em sucessão.
Durante o período de cultivo, ocorreram chuvas e irrigação em quantidade adequada e de forma bem distribuída, totalizando 1050,3 mm, dos quais 969 mm foram oriundos das precipitações pluviométricas e 81,3 mm das irrigações. O solo apresentou condições físicas favoráveis, o que permitiu um bom desenvolvimento das raízes. Além disso, não houve restrições químicas para o crescimento radicular, uma vez que os nutrientes essenciais estavam presentes em níveis ideias em profundidade no solo.
A cultivar utilizada foi a ZEUS55I57RSF IPRO, a semeadura foi realizada no dia 7 de novembro de 2022, visando atingir uma população almejada de 287.878 plantas por hectare, no entanto, a população real obtida foi de 225.757 plantas por hectare. O espaçamento utilizado foi de 66 centímetros entrelinhas e o número de plantas por metro foi de 14,9. O peso médio de grãos (PMG) obtido foi de 214 gramas, superando o PMG de referência que é de 209 gramas.
Durante a semeadura, foi realizada a adubação de base utilizando a formulação 10-46-00+S, que foi aplicada no sulco de semeadura, fornecendo 15,3 Kg/ha de N e 70,38 Kg/ha de P2O5. Dois dias após a semeadura, foi realizada adubação à lanço em cobertura, utilizando 120 kg/ha de KCl (00-00-60), proporcionando o fornecimento de 72 Kg/ha de K2O. Posteriormente, aos 38 dias após a semeadura, foi realizada uma nova adubação a lanço em cobertura, desta vez, foi utilizada ureia (46-00-00) fornecendo 55,2 Kg/ha de N às plantas.
Com relação ao manejo de inoculante, nutrição e biofertilizante, foram dotadas algumas medidas específicas. No tratamento de sementes on farm utilizou-se Azospirillum brasilense e Bradyrhizobium japonicum. Durante a fase vegetativa V9, foi realizado o fornecimento dos micronutrientes Cobalto (Co) e Molibdênio (Mo), além de aminoácidos e STARTER Mn Platinum. Na fase reprodutiva R5, foram aplicados diferentes nutrientes via fertirrigação, esses nutrientes incluíram MAP purificado, Ácido bórico, Sulfato de Zinco, Sulfato de Potássio, Ureia (46-00-00) e STARTER Mn Platinum. Os tratamentos fitossanitários adotados durante os períodos vegetativo e reprodutivo estão detalhados nas figuras 1, 2 e 3, apresentadas abaixo:
Figura 1: Tratamentos fitossanitários utilizados durante o período vegetativo da soja, safra 22/23, Fazenda Campos Verdes, Itapeva-SP, CESB 2023.
Figura 2: Tratamentos fitossanitários utilizados durante o período reprodutivo da soja, safra 22/23, Fazenda Campos Verdes, Itapeva-SP, CESB 2023.
Figura 3: Tratamentos fitossanitários utilizados durante o período reprodutivo e na dessecação da soja, safra 22/23, Fazenda Campos Verdes, Itapeva-SP, CESB 2023.
De acordo com os dados apresentados na figura 4 a seguir, foi observado um custo total de produção de R$8.428,00 por hectare. Por outro lado, a receita líquida foi de R$10.122,50 por hectare, resultando em uma lucratividade liquida de 54,57% e um retorno sobre o real investido de R$1,20.
Figura 4: Análise do custo de produção e lucratividade, safra 22/23, Fazenda Campos Verdes, Itapeva-SP, CESB 2023.
A produção apresentou um impacto ambiental significativamente menor em comparação a média do Sudeste Irrigado. Para cada Kg de soja produzido, foi observada uma redução de 28% na emissão de CO2, redução de 26% na eutrofização de água doce, redução de 26% consumo de recursos minerais e metais, além da diminuição de 18% no uso da terra.
De acordo com o consultor Joabe Sojo, vários fatores são essenciais para a obtenção desses resultados positivos. Entre eles a rotação de culturas, perfil do solo, escarificação do solo, espaçamento e distribuição de plantas, aplicações na hora exata, irrigação e o capricho no manejo.
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Referências:
CESB. CASE CAMPEÃO REGIÃO SUDESTE/NACIONAL: CATEGORIA CULTIVO IRRIGADO, SAFRA 22/23. Comitê Estratégico Soja Brasil, 2023. Disponível em: < https://www.cesbrasil.org.br/case-campeao-irrigado-nacional-safra-22-23/ >, acesso em: 06/07/2023.
