O produtor João Lincoln Reis Veigas, da fazendo Congonhal em Nepomuceno, Minas Gerais, é o grande campeão do Desafio de Produtividade CESB 2022/23 na categoria sequeiro. Alcançando uma produtividade extraordinária de 134,46 sc/ha. A propriedade na região Sudeste, conta com 384 hectares, dos quais 43 hectares são dedicados ao cultivo da soja. A fazenda registrou uma produtividade média de 93,2 sc/ha.
A área auditada pelo CESB abrangeu 2,6669 hectares, a propriedade adotou o sistema de plantio direto com rotação de culturas há 15 anos. Nas safras 17/18 e 19/20, foram aplicadas 2 t/ha de calcário dolomítico em superfície e 1 t/ha de gesso em superfície. Já na safra 21/22, a aplicação foi de 1,5 t/ha de calcário dolomítico em superfície e 1 t/ha e de gesso agrícola, também em superfície. Além disso, após o cultivo da soja na safra 21/22, foi realizada a aplicação de 450 Kg/ha de fertilizante formulado (21-00-21).
Nas safras17/18, 19/20, 21/22 e 22/23, foram cultivados soja e milho. Na safra 18/19, o feijão e aveia, já na safra 20/21, foi a vez do feijão e do milho. Durante o ciclo de cultivo da soja (safra 22/23), as condições climáticas foram favoráveis, com uma quantidade adequada de chuva bem distribuída ao longo dos 139 dias, totalizando 1349 mm.
As propriedades físicas do solo foram adequadas, permitindo um excelente crescimento radicular, sem encontrar nenhum impedimento físico, as raízes conseguiram atingir uma profundidade de até 2 metros. Além disso, não houve nenhum impedimento químico para o crescimento radicular, uma vez que os níveis nutricionais foram adequados em profundidade, proporcionando um ambiente favorável para o desenvolvimento da cultura.
A cultivar utilizada foi BRASMAX LANÇA58I60RSF IPRO, semeada no dia 12 de outubro de 2022. Embora a população almejada fosse de 330.000 plantas por hectare, a população obtida foi de 248.000 plantas por hectare. O espaçamento entrelinhas adotado foi de 50 cm e o número de plantas por metro foi de 12,4. O peso médio de grão (PMG) obtido foi de 210 g, superando o PMG de referência que é de 177g, esse resultado demonstra um desempenho superior na produção de grãos da cultivar utilizada.
Na safra 21/22, em pré-semeadura do milho foi realizada a adubação com 450 Kg/ha de fertilizante formulado (21-00-21) a lanço. Em seguida, em pré-semeadura da soja, foram aplicados 100 Kg/ha de KCl a lanço, fornecendo 60 Kg/ha de K2O. Durante a semeadura foi realizada a aplicação de 135 Kg/ha de MAP (11-52-00) no sulco, fornecendo 14,85 Kg/ha de Nitrogênio e 70,20 Kg/ha de P2O5.
Com relação ao uso de inoculante, nutrição e biofertilizante, algumas estratégias foram adotadas ao longo do ciclo da cultura. Na dessecação pré-semeadura, foi utilizado Boro juntamente com enzimas e microrganismos. No tratamento de sementes, utilizou-se enzimas, microrganismos, nutrientes, aminoácidos, extratos vegetais e inoculação com Bardyrhizobium japonicum. Durante o estádio vegetativo V3, foram utilizados fertilizante mineral misto, enzimas e microrganismos, Nitrogênio, Boro e compostos fenólicos. Nos estádios V4 e V6, foram aplicados extratos vegetais e nutriente, aminoácidos, Boro, Manganês, Zinco e Sulfato de Magnésio.
Já no período reprodutivo da soja, no estádio R1 foram aplicados Cálcio, Magnésio e Boro. No estádio R3 utilizou-se fertilizante mineral misto. Em R4 foram aplicados Cálcio, Magnésio, Boro, aminoácidos, Manganês, Zinco, Sulfato de Magnésio e Potássio. Já em R5.1 foram aplicados Potássio e Sulfato de Magnésio. Por fim, em R5.3 foram aplicados Potássio e Nitrogênio. Os tratamentos fitossanitários utilizados durante os estádios vegetativos e reprodutivos da soja podem ser observados nas figuras a seguir.
Figura 1: Tratamentos fitossanitários utilizados na dessecação e no estágio vegetativo da soja, safra 22/23, Fazenda Congonhal, Nepomuceno-MG, CESB 2023.
Figura 2: Tratamentos fitossanitários utilizados no estágio reprodutivo da soja, safra 22/23, Fazenda Congonhal, Nepomuceno-MG, CESB 2023.
Figura 3: Tratamentos fitossanitários utilizados no estágio reprodutivo e na dessecação da soja, safra 22/23, Fazenda Congonhal, Nepomuceno-MG, CESB 2023.
Na figura abaixo, podemos visualizar que o custo total de produção por hectare foi de R$ 6.622,35, enquanto a receita líquida foi de R$ 14.622,33 por hectare, resultando em uma lucratividade líquida de 68,83%. Além disso, o retorno sobre o real investido foi de R$2,21.
Figura 4: Análise do custo de produção e lucratividade, safra 22/23, Fazenda Congonhal, Nepomuceno-MG, CESB 2023.
A sustentabilidade ambiental foi um aspecto positivo na produção de soja, evidenciado pelos coeficientes de impacto ambiental alcançados. Para cada Kg de soja produzida, registrou-se uma significativa redução de 61% nas emissões de CO2, redução de 65% no esgotamento de recursos hídricos, redução de 73% no consumo de recursos minerais e metais, e uma redução de 36% do uso da terra.
Segundo o consultor Gerson Justo Junior, vários fatores desempenharam um papel fundamental para alcançar os resultados diferenciados. Dentre esses fatores, destacam-se a construção do perfil do solo, abrangendo aspectos químico, físico e biológico. A escolha da cultivar mais adequada, conhecer a área, conhecer a fisiologia da planta, fornecedores de qualidade e capricho. Essa combinação de elementos permitiu alcançar resultados superiores e diferenciados na produção de soja na região.
Confira o case completo do campeão Sul categoria sequeiro do CESB 2023 clicando aqui!
Veja mais: Conheça o Campeão Nacional, Cat. Irrigado do CESB 2023
Referências:
CESB. CASE CAMPEÃO REGIÃO SUDESTE/NACIONAL: CATEGORIA SEQUEIRO SAFRA 22/23. Comitê Estratégico Soja Brasil, 2023. Disponível em: < https://www.cesbrasil.org.br/case-campeao-sudeste-nacional-safra-22-23/ >, acesso em: 07/07/2023
