CHICAGO: Soja fecha em alta de 0,91% no dia, mas quedas de 1,04% na semana e de 0,40% em maio
Com o mês de maio entrando como mês de entrega, mudamos nossa base para julho. O contrato de soja para julho22 fechou em alta de 0,91% ou 15,25 cents/bushel a $ 1705,75. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em alta de 0,67%, ou $ 10,0 cents/bushel a $ 1513,50. O contrato de farelo de soja para julho fechou em alta de 0,96%, ou $ 4,1/ton curta a $ 429,4 e o contrato de óleo de soja fechou em alta de 1,66%
ou $ 1,32/libra-peso a $ 80,85.
Fontes comerciais indicam que a Indonésia voltará a permitir a exportação de óleo de palma a partir de segunda-feira.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou a colheita de soja em 78% concluída em comparação com 65% na semana passada.
O relatório de vendas de exportação de quinta-feira mostrou que os compromissos de exportação estão acima (102%) da projeção total do USDA, em comparação com a média de 98% e acima (101%) do ano passado. O otimismo renovado sobre a demanda de exportação sustentou os preços, que permanecem em torno das máximas de 3 semanas. O mercado mantém perspectivas de um cenário de estoques finais ajustados. Além disso, as expectativas de deslocamento da área de milho para soja se diluem, dado o bom andamento da semeadura do cereal.
A CFTC informou que os Fundos estavam com 147.335 contratos líquidos comprados de soja em17/05. Essa foi uma compra líquida de 16.674 contratos a mais desde a semana que antecedeu o relatório WASDE, alimentada principalmente pela compra de novos contratos. Os comerciantes de soja comercial adicionaram 5 mil novos contratos de venda para um total de 4.134 mil a mais para um total de 233.528 contratos vendidos. No farelo de soja, o relatório semanal do CoT mostrou que os Fundos fecharam 11,8 mil comprados existentes e venderam 4,56 mil contratos a descoberto líquidos de compra, tornando a posição mais fraca desde dezembro, com 35.923 contratos. A partir de 17/05, os Fundos tinham 86.237 contratos líquidos comprados em óleo de soja, uma posição líquida menor em 2.139 contratos semana/semana.
A demanda por soja americana continua firme: Ontem o USDA divulgou as vendas semanais. Para a temporada 2021-22 as vendas passaram novamente da estimativa do USDA de 58,25 milhões de toneladas. A China continua comprando soja para embarque agosto nos EUA e para julho no Brasil. Provavelmente o USDA deverá reduzir mais 25-30 milhões de bushels de soja nos estoques finais para essa temporada. O consenso é que para a soja o estoque final projetado em maio 8,44 milhões de toneladas é o maior que veremos para a temporada 2022-23.
O grande spread de mais de US$ 70/t entre os preços da safra 21/22 e os da safra 22/23
Como se percebe na imagem acima, fornecida pelo CME Group para as cotações de soja desta sexta-feira, o fechamento do mês de JULHO 2022 foi de $17,0575/bushel e o de MAIO 2023 foi de US$ 15,1250/bushel, uma diferença de US$ 1,9325/bushel ou cerca de US$ 64,41/tonelada ou, ainda, de R$ 322,08/toneladas a menos para MAI/23 do que a cotação atual.
O que isto significa?
a) Que o quadro de oferta e demanda para a próxima safra é bem mais folgado do que o da safa atual. Segundo o IGC-International Grain Council, de Londres, a safra 22/23 será de 387 milhões de toneladas, contra 349 MT da safra atual. Segundo o USDA, a folga é maior ainda: a safa de 22/23 será de 394,69 MT, contra 347,37 MT da safra 21/22;
b) Com relação aos preços, as cotações da soja bateram uma vez em $ 17,3550 no primeiro dia da invasão russa da Ucrânia, mas logo retornaram; o segundo nível mais alto foi $17,330 no dia 22 de abril e retornaram e depois bateu três vezes em $17,080 e também retornou, tendo fechado nesta sexta-feira a $ 17,0575. O gráfico mostra uma clara tendência para o lado, como se pode ver na figura abaixo, oscilando entre $ 1708,0 e $15,6450:
Já para a próxima safra a cotação de MAIO 2023 também começa a andar para o lado, como mostra o outro gráfico abaixo, só que num espaço mais apertado, entre $ 15,1275 e $14,7625: Como se percebe, as cotações estão se desenvolvendo numa faixa estreita de apenas $36,5 cents/bushel ou US$ 12,16/tonelada ou algo ao redor de R$ 60,80/tonelada, ou ainda R$ 3,65/saca para a próxima safra.
Outros fatores que complicam as negociações da próxima safra de 2022/23
Pelo lado dos vendedores, o maior entrave é o do preço: a maioria estranha preços tão menores do que os da safra atual. No porto de Paranaguá, por exemplo, o preço atual é de R$ 197,00/saca para embarque em maio de 2022 e para embarque em maio de 2022 está ao redor de R$ 180,00/saca, uma diferença a menor de R$ 17,00/saca ou 8,63%.
Em segundo lugar, há as incertezas sobre o clima: alguns agricultores ainda estão ressabiados com as secas das duas últimas safras e anúncios de falta de chuva nos próximos meses de inverno, não umedecendo adequadamente o solo para o plantio vindouro.
Por parte dos compradores (Tradings), há a grande incerteza generalizada pelo mundo todo a respeito dos fretes, tanto nacionais, como internacionais, já que terão que fretar navios para a soja para o seu destino final. No Brasil tentam comprar CIF nos portos de embarques, mas nenhum vendedor aceita, justamente porque ninguém sabe o custo do frete daqui a quase um ano.
Qual a solução?
A solução seria vender apenas no mercado futuro, sem comprometer o físico Como já mencionamos aqui algumas vezes, a grande solução – para evitar problemas na entrega, no caso de quebra de safra e para poder adaptar mais para cima o preço, no caso de alta eventual – seria a venda apenas no mercado futuro de Chicago.
Esta solução permitiria aos vendedores aproveitar os ainda bons preços antes que caiam (porque existem duas grandes chances de os preços caírem: quando a safra americana for colhida em setembro e, outra quando as safras sul-americanas forem colhidas no próximo ano), ao mesmo tempo que evitam os grandes problemas que podem existir numa eventual quebra de safra (muitos já tiveram grandes dores de cabeça com isso). Por outro lado, se você vender e o preço subir, poderá readaptar a sua posição para um nível mais elevado, coisa impossível de fazer numa venda de mercadoria física. E os compradores teriam futuros em suas mãos para negociar os preços finais quando forem efetuar vendas no físico.
Ficou em dúvida de como se faz isto? Por favor nos chame no email contato@tfagroeconomica ou no telefone 41 9 92513697 que poderemos lhe mostrar em detalhes esta e outras operações para o melhor desempenho de sua comercialização.
GIRO PELOS ESTADOS
- RIO GRANDE DO SUL: Semana termina com preços em queda; colheita retorna
Após mais de uma semana de colheita parada finalmente ocorre o retorno nesta sexta-feira, estima-se que o total colhido no estado de Rio Grande do Sul seja de 90%, com algumas regiões avançando mais do que outras. Ademais a queda de 0,87% do dólar nesta sexta-feira anulou a alta de 0,90% da cotação da soja em Chicago.
Preços de pedra: manteve-se a R$ 184,00. Preços no porto: devolve novamente os R$ 0,50/saca evoluídas ontem, a melhora já era quase desprezível e nem mesmo elevou o preço da soja no porto para R$ 200,00.
Preços no interior: retorna a recuar quase que de forma geral, apenas Passo Fundo manteve-se na posição anterior de R$ 192,00, as demais perderam até R$ 2,00/saca. Ijuí perde R$ 2,00/saca e vai a R$ 192,00, Cruz Alta perde R$ 1,50/saca e vai a R$ 193,00 e Santa Rosa ao perder também R$ 2,00/saca vai a R$ 193,00.
- SANTA CATARINA: Preços sobem contrariando as expectativas
Embora o cenário econômico mundial não esteja na melhor situação, preços de Santa Catarina marcam humilde evolução de R$ 1,00/saca. Isso ocorre pelo humor estático do produtor que não efetuou vendas nos níveis anteriores, fazendo com que a balança da demanda pesasse para seu lado, assim elevando os preços. Além de volumes mais próximos vendidos a R$ 198,00 ocorreram vendas a R$ 200,00 para julho, o valor total ainda foi baixo, cerca de 1.500 toneladas.
- PARANÁ: Preços e negócios seguem parados assim como em toda a semana
Mercado paranaense segue tão ruim quanto o clima: nada em negócios são vistos, o interior após sessão de leves quedas conseguiu se firmar, mas não passou por mais evoluções consistentes. Após isso, apenas pequenas melhoras ontem, com certas regiões nem mesmo se movendo e nenhuma mudança hoje.
Quanto à safra, especialistas indicam que está basicamente finalizada, com apenas pequenas quantidades espalhadas por diversos campos para que possa de fato ser dada como completa. O clima bastante frio e úmido tem sido um fator de dificuldade para que ocorra a finalização.
Preços no interior: assim como no porto nenhuma região do interior reagiu aos fatores de variação de preços no dia de hoje, o dólar decaiu em 0,87% e a soja subiu em 0,90%, dada está quase igualdade Cascavel e Maringá Permaneceram em R$ 178,00, Ponta Grossa permaneceu em R$ 194,00 e Pato Branco permaneceu a R$ 177,00.
Preço no porto Spot: permaneceu a R$ 197,00. Preços Porto Futuros-Soja 22-CIF Pagua: Entrega 01/06 A 10/06 com pagamento 05/07 – R$ 197,80; entrega 15/06 A 30/06 com pagamento 05/07 – R$ 198,30; entrega 01/07 a 15/07 com pagamento 05/08 – R$ 201,00; entrega 15/07 a 30/07 com pagamento 05/08 – R$ 201,50. Soja 23-CIF Pagua: FEV até 20/02 pagamento 30/03, ideia de R$ 182,70; MAR pagamento 29/04 ideia de R$ 180,80.
- MATO GROSSO DO SUL: Quedas gerais de 1,1%, mercado parado
Mato Grosso do Sul passa por outro dia fraco, sem muita expressão no mercado. os preços por sua vez sentiram os efeitos do pregão matutino onde estiveram mais baixos e acabaram puxando as médias do dia.
Preços: todas as regiões passaram por baixas de R$ 2,00/saca. Dourados foi a R$ 181,00, Campo Grande foi a R$ 181,00, Maracaju foi a R$ 180,00, Chapadão foi a R$ 178,00 e Sidrolândia foi a R$ 179,00.
- MATO GROSSO: Estado já comercializou 73,37% da safra 21/23 e 22,52% da safra 22/23
A soja produzida no estado do Mato Grosso, da safra 21/23 já foi 73,37% comercializada até o momento, segundo o IMEA e da safra 22/23. 22,52%. O esmagamento de abril foi de 920 mil toneladas, contra 910 mil toneladas esmagadas em março.
As exportações do estado foram de 3,53 milhões de toneladas de grã, contra 4,07 MT em março. A estimativa de custos da safra 22/23 avançaram para R$ 5.242,609/hectare, contra R$ 4.444,28 de março. E a estimativa de produtividade da safra 22/23 caiu ara 58,62 sacas/hectare contra 60,27 sacas estimadas em março.
O dia mostra um mercado muito dividido, assim como foi visto nas demais regiões atualizadas no decorrer deste dia, estes preços são médias de mercadoria disponível fornecidas pela base de dados do BC Rural. Dito isso, vamos aos preços: Campo Verde se valoriza em 0,46% e vai a R$ 176,30, Lucas do Rio Verde se valoriza 1,9% e vai a R$ 160,60 finalmente se movendo, Nova Mutum passa por baixa de 3,35% e vai a R$ 173,00, marcando perda de R$ 6,00/saca, Primavera do Leste também passa por baixa de 0,96% e vai a R$ 176,30, Rondonópolis, por sua vez, decai 0,55% e vai a R$ 179,50 e Sorriso, pôr fim, marca baixa de 1,15%, indo a R$ 171,50.
- GOIÁS: Negociadas 176.811 toneladas de soja na semana
Foram negociadas 176.811 toneladas de soja na semana, no estado de Goiás, das quais 170.711 da safra 21/22 e 6.100 tons da safra 22/23. Os preços em Goiás fecharam a semana ao redor de R$ 183,00 em Anápolis, R$ 174,00/saca em Cristalina, R$ 168,00/saca em Itumbiara, R$ 176 em Jataí e R$ 178,00/saca emRio Verde.
- MATOPIBA: Dia sem movimentos
Região de Balsas no Maranhão, o preço da soja seguiu a R$ 180,00. O porto maranhense de Itaqui ficou a R$ 164,00. Porto Nacional-TO, por sua vez também não se moveu e ficou a R$ 150,40. Uruçuí-PI por sua vez não se moveu e permaneceu a R$ 174,50. Por fim, em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, após preços passarem por retorno expressivo, embora ainda parcial ao perder R$ 4,50/saca em seu preço spot, o dia de hoje permaneceu parado em R$ 174,00, contratos de julho, por outro lado passaram por leve alta e foram a R$ 181,00.
Fonte: T&F Agroeconômica