A trapoeraba (Commelina benghalensis) é uma complexa planta daninha que infesta lavouras anuais, matocompetindo com as culturas de interesse econômico. A trapoeraba apresenta uma característica singular que a distingue das demais plantas daninhas e dificulta o manejo e controle eficiente dessa daninha.

A espécie apresenta reprodução por sementes subterrâneas e da parte aérea da planta. Flores modificadas nos rizomas, com formação de sementes por partenocarpia, um pouco maiores que as sementes das flores aéreas, proporcionam maior capacidade de infestação da planta daninha, podendos as sementes subterrâneas germinar até 12 cm de profundidade (Blanco, 2010).

Embora até então não hajam relatos da resistência da Commelina benghalensis a herbicidas (Heap, 2022), é notório que algumas populações dessa planta daninham apresentam tolerância a alguns herbicidas. Além disso, a trapoeraba apresenta uma significativa capacidade de rebrota, contribuindo para a sobrevivência da planta daninha, mesmo após seu corte, na colheita de culturas como a soja.

Em áreas infestadas, é comum observar grandes populações de trapoeraba no milho safrinha, como resultado do manejo inadequado dessa planta na soja. Embora o manejo e controle eficiente da trapoeraba sejam extremamente difíceis na soja, no milho safrinha o controle dessa planta daninha é mais eficaz, pela possibilidade de utilizar herbicidas de diferentes mecanismos de ação, aos utilizados em soja.



Avaliando a eficácia de [Atrazine + Mesotrione] para o controle de plantas daninhas na cultura do milho, Matte et al. (2018) observaram que Atrazine + Mesotrione proporcionam um ótimo controle da trapoeraba (Commelina benghalensis) aos 28 Dias Após Aplicação (DAA), demonstrando a importância desses ingredientes ativos no controle da trapoeraba.

Tabela 1. Porcentagens de controle de Conyza bonariensis e Commelina benghalensis (Trapoeraba) em três avaliações realizadas após a aplicação de [Atrazine + Mesotrione] isolado ou em associação com diferentes herbicidas.

Fonte: Matte et al. (2018)

Cabe destacar que os níveis de eficácia obtidos por Matte et al. (2018) para o controle da trapoeraba, se basearam em aplicações dos herbicidas nos estádios de 4 a 6 folhas de desenvolvimento da planta daninha, sendo esses os estádios indicados para o controle químico da trapoeraba. Plantas em avançado estádio de desenvolvimento, podem não ser controladas eficientemente com o uso dos herbicidas Atrazine + Mesotrione.

Além disso, conforme orientado pelo Professor e Pesquisador Alfredo Albrecht, visando o controle eficiente da trapoeraba no milho, deve-se sempre utilizar “doses cheias” dos herbicidas, conforme recomendações técnicas.

Confira o vídeo abaixo com as dicas do Professor e Pesquisador Alfredo Albrecht.


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Referências:

BLANCO, F. M. G. TRAPOERABA – UMA PLANTA DANINHA DE DIFÍCIL CONTROLE. Governo do Estado de São Paulo, 2010. Disponível em: < http://www.biologico.sp.gov.br/publicacoes/comunicados-documentos-tecnicos/comunicados-tecnicos/trapoeraba-%E2%80%93-uma-planta-daninha-de-dificil-controle >, acesso em: 18/04/2022.

HEAP, I.  THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE.  ONLINE.  MONDAY, APRIL 18, 2022. Disponível em: < https://www.weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 18/04/2022.

MATTE, W. D. et al. EFICÁCIA DE [ATRAZINE + MESOTRIONE] PARA O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO. Revista Brasileira de Herbicidas, v.17, n.2, e587, abr./jun. 2018. Disponível em: < http://www.rbherbicidas.com.br/index.php/rbh/article/view/587/587 >, acesso em: 18/04/2022.

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