O capim-amargoso (Digitaria insularis) sempre foi tido como uma importante invasora no Brasil, porém, na cultura da soja nunca ocupou um lugar de destaque como aconteceu a partir da safra 2011/2012. Seu potencial se dá em virtude da possibilidade de as sementes serem carregadas pelo vento a grandes distâncias e por terem bom poder germinativo, pela manifestação de biótipos resistentes e pelo uso de subdoses para seu controle.
Essa planta daninha possui um crescimento inicial lento até os 45 dias da sua emergência e um rápido incremento das raízes a partir dos 45 dias, que se deve à formação dos rizomas. Em virtude disso a planta deve ser controlada até os 35 dias após a emergência, ou seja, quando ainda não se deu a formação dos rizomas.
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“Em algumas situações, pode chegar a uma perda de 60% da lavoura ou mais, porque o amargoso compete diretamente com a cultura por luz, água e nutrientes do solo”, afirmou o pesquisador da Embrapa Fernando Adegas.
Uma vez perenizado, uma aplicação única de herbicidas, mesmo em altas doses, não será suficiente para um controle eficaz de capim-amargoso, por isso tem-se a necessidade de se fazer aplicações sequenciais de graminicidas em associações e intercalados com outros produtos, buscando-se evitar o uso do graminicida para que não se perca a eficiência de controle.
Em geral, as aplicações sequenciais envolvem uma primeira aplicação com herbicidas sistêmicos (ex: glifosate e graminicidas) e aplicações sequenciais com herbicidas de contato (glufosinato de amônio e paraquat).
Pensando nisso, em trabalho apresentado e publicado nos anais da 37ª Reunião de Pesquisa de Soja, os pesquisadores Roy, J.M.T.; Madalosso, T.; Muhl, A.; Favero, F.; Nogueira, A.C.C. e Hoelscher, G.L. realizaram um trabalho intitulado “Controle de capim amargoso (Digitaria insularis) em função da utilização de diferentes herbicidas pré-emergentes na cultura da soja”, com o objetivo de avaliar a eficiência de controle do capim amargoso em função da aplicação de diferentes herbicidas pré-emergentes e seu reflexo no rendimento de grãos da soja. Para acessar o trabalho completo clique aqui.
Esses autores concluíram com o trabalho que os tratamentos que receberam a aplicação de trifluralina apresentaram os melhores resultados de controle do capim amargoso em pré-emergência. A utilização de trifluralina, trifluralina + imazetapir, S-metolacloro e diclosulan diminuíram significativamente a massa seca do capim amargoso. O maior rendimento de grãos de soja foi observado na testemunha capinada, sem diferir significativamente dos tratamentos com trifluralina, trifluralina + imazetapir, S-metolacloro e diclosulan.
Veja os resultados obtidos pelos autores abaixo.
Tabela 1. Controle de capim amargoso (Digitaria insularis) em função da aplicação de diferentes herbicidas pré-emergentes na cultura da soja. Cafelândia, 2019.

Tabela 2. Massa seca de capim amargoso (Digitaria insularis) aos 120 dias após a aplicação, redução de massa seca (R.M.S.) e rendimento de grãos da soja em função da utilização de diferentes herbicidas pré-emergentes. Cafelândia, 2019.

Figura 1. Rendimento de grãos de soja em função da massa seca de capim amargoso (Digitaria insularis). Cafelândia, 2019.

Para acessar o trabalho completo clique aqui.
Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.