As principais doenças que ocorrem na cultura da soja no Brasil apresentam grande potencial de dano, exigindo gastos adicionais para o controle através das medidas disponíveis atualmente, destacando-se as aplicações de fungicidas.

São muitas as questões que influenciam na produtividade da soja, porém o manejo correto das doenças é um fator que pode interferir significativamente na produtividade e consequente lucratividade do produtor rural. A decisão do momento correto de aplicação do primeiro fungicida, realizado de maneira preventiva, é o ponto mais importante de todas as aplicações de fungicida que serão realizadas durante o ciclo da soja. Então, mesmo utilizando fungicida, mas neste caso de forma tardia, provavelmente teremos um controle ineficaz e teremos de combater um surto de ferrugem ou manchas.


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O momento ideal para a realização do primeiro fungicida é a partir do estádio de V5 (cinco trifólios abertos) até o pré fechamento da carreira. Neste período conseguimos atingir o fungicida nas folhas do baixeiro da soja, protegendo-as de infecções de doenças como manchas foliares, antracnose e ferrugem. Será muito difícil as gotas da pulverização atingirem as folhas do baixeiro se esperarmos a soja fechar carreira para então fazermos os fungicidas. Isso acontece devido a estrutura da planta e da área foliar maior, onde as chances da instalação de doenças, em função do microclima que se forma na parte baixeira da soja, são maiores.

Ao realizar esta aplicação ainda no pré-fechamento da carreira, o produtor estará sempre trabalhando de maneira preventiva garantindo melhores resultados e menores custos. Mas, se o produtor deixar para fazer a aplicação com a soja já fechada ele aumentará os riscos de instalação de doenças e consequentemente os custos também, pois precisará fazer os fungicidas de maneira curativa, diminuindo os intervalos de aplicação e aumentando o número de aplicações.

Apesar da Ferrugem-asiática, ser a principal doença da cultura da soja, o Complexo de doenças do final do ciclo (DFC), vem causando preocupação aos agricultores, devido à maior incidência e severidade que vem sendo observado nas variedades mais recentemente lançadas.

Doenças de final de ciclo como a cercosporiose (Cercospora kikuchii), a mancha parda (Septoria glycines) e mancha-alvo (Corynespora cassiicola), reduzem a eficiência fotossintética, prejudicando o enchimento de grãos e reduzindo a produtividade (TESTON; FAVERO; MADALOSSO, 2017).



Pensando nisso, em trabalho apresentado e publicado nos anais da 37ª Reunião de Pesquisa de Soja, os pesquisadores Madalosso, T.; Roy, J.M.T.; Muhl, A.; Favero, F.; Nogueira, A.C.C.; e Hoelscher, G.L.realizaram um trabalho intitulado “Eficiência agronômica de diferentes fungicidas no controle da ferrugemasiática (Phakopsora pachyrhizi Sidow) na cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill]”, com o objetivo de avaliar o efeito da aplicação de diferentes fungicidas no estádio V5 da cultura da soja para o controle de oídio, crestamento de cercospora, ferrugem da soja e no rendimento de grãos da cultura. Para acessar o trabalho completo clique aqui.

Os autores concluíram com o trabalho que a utilização de fungicidas no estádio vegetativo (V5) da soja diminuiu a severidade de oídio e crestamento de cercospora e não interferiu na severidade de ferrugem e no rendimento de grãos da cultura. A eficácia da utilização desta tecnologia dependerá da pressão do complexo de DFCs da região aonde será trabalhada, devendo ser tomada a decisão do seu uso em função de trabalhos regionais. Para a região oeste do PR não foram observados ganhos significativos pela utilização desta tecnologia.


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Veja os resultados obtidos pelos autores nas tabelas abaixo.

Tabela 1. Descrição dos produtos aplicados no estádio vegetativo (V5) da cultura da soja com seus respectivos ingredientes ativos, dose do produto comercial.

Fonte: Madalosso et al., (2019).

Tabela 2. Severidade de ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) (Fer), de oídio (Microsphaera diffusa) (Oíd), de crestamento foliar de cercospora (Cercospora kikuchii) (Cer), rendimento de grãos e incremento no rendimento (Inc) em relação ao tratamento sem aplicação no vegetativo em função do uso de diferentes fungicidas aplicados no estádio V5, Cafelândia PR, safra 2018/2019.

Fonte: Madalosso et al., (2019).

Para acessar o trabalho completo clique aqui.



Elaboração: Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.

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