A cigarrinha do milho Dalbulus maidis é o principal vetor dos enfezamentos que acometem a cultura do milho e causam significativas perdas produtivas na cultura. Os enfezamentos são doenças do milho causadas pela infecção da planta por microrganismos denominados molicutes (classe Mollicutes-Reino Bactéria), que são um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e um fitoplasma (Maize bushy stunt). Basicamente, há dois tipos de enfezamentos: o enfezamento-pálido (causada por espiroplasma) e o enfezamento-vermelho (causada por fitoplasma) (Embrapa).

Embora possa causar danos diretos ao milho, a cigarrinha se destaca pelos danos indiretos em decorrência da transmissão dos enfezamentos. Ainda que não haja nível de ação pré-estabelecido para a praga, levando em consideração seu potencial em causar danos pela transmissão dos enfezamentos, a presença da cigarrinha em lavouras de milho já justifica seu controle, independentemente da densidade populacional da praga.

A capacidade da cigarrinha em transmitir os enfezamentos está relacionada a quantidade de indivíduos infectados por molicutes e não necessariamente a densidade populacional da praga. Além do controle químico com o emprego de inseticidas registrados, o manejo entressafra com o controle do milho tiguera (espontâneo) constitui uma das principais estratégias de manejo da cigarrinha do milho.

Segundo Cota et al. (2021), o milho é o único hospedeiro conhecido da cigarrinha Dalbulus maidis no Brasil, apesar desse inseto poder usar outras plantas como sorgo, trigo e brachiaria como alojamento. A praga se aloja no interior do cartucho do milho, sendo frequentemente observada nele (figura 1).

Figura 1. Cartucho infestado pela cigarrinha-do-milho.

Divulgação – Fundação MT

As fêmeas da cigarrinha do milho colocam seus ovos, através de seu ovipositor, dentro do tecido da nervura central das folhas – postura endofítica. Elas depositam cerca de 14 ovos dia-1, podendo colocar 611 ovos durante os seus 45 dias de vida (Waquil, 2004).

Com base na elevada habilidade da praga em se reproduzir e levando em consideração que o milho é o principal hospedeiro da cigarrinha Dalbulus maidis, o controle do milho tiguera nos períodos entressafra do milho e milho safrinha (segunda safra) é essencial para reduzir as populações da cigarrinha do milho e a transmissão dos enfezamentos na cultura do milho. Para tanto, pode-se fazer uso de ferramentas como herbicidas graminicidas específicos para o controle do milho tiguera na entressafra do milho.

Confira abaixo as dicas do Professor e Pesquisador Alfredo Paiola Albrecht para o controle eficiente do milho tiguera e manejo da cigarrinha-do-milho.


Veja mais: Controle químico da cigarrinha do milho: confira o desempenho de alguns ativos




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Referências:

COTA, L. V. et al. MANEJO DA CIGARRINHA E ENFEZAMENTOS NA CULTURA DO MILHO. Embrapa Milho e Sorgo, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1130346/manejo-da-cigarrinha-e-enfezamentos-na-cultura-do-milho >, acesso em: 01/11/2022.

EMBRAPA. CONTROLE DA CIGARRINHA DO MILHO: ENFEZAMENTOS POR MOLICUTES E CIGARRINHA NO MILHO. Embrapa. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/controle-da-cigarrinha-do-milho#:~:text=Os%20enfezamentos%20s%C3%A3o%20doen%C3%A7as%20do,fitoplasma%20(Maize%20bushy%20stunt). >, acesso em: 01/11/2022.

WAQUIL, J. M. et al. CIGARRINHA-DO-MILHO: VETOR DE MOLICUTES E VÍRUS.  Embrapa, Circular Técnica, n. 41, 2004. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/cigarrinha-do-milho-vetor-de-molicutes-e-virus.pdf/17d847e1-e4f1-4000-9d4f-7b7a0c720fd0 >, acesso em: 01/11/2022.

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