O capim-amargoso (Digitaria insularis) é considerado uma das principais plantas daninhas que infestam as lavouras no Brasil. De acordo com Gazziero et al. (2012), a presença dessa planta daninha pode resultar em uma redução de até 44% na produtividade quando em competição com a cultura da soja, sendo a produtividade da soja inversamente proporcional a infestação de capim-amargoso na lavoura. Plantas perenizadas formam touceiras, com muitos afilhos, folhas em diferentes idades e rizomas curtos. Pertencente à família Poaceae, o capim-amargoso é uma planta daninha perene com mecanismo fotossintético C4 e, sua propagação ocorre predominantemente por meio de sementes (Bianchi, 2016).
Figura 1. Regressão linear estimada entre as produtividades de soja e densidades de infestação de capim-amargoso.

A espécie possui alto potencial de infestação, além de uma a elevada capacidade de formar touceiras. Somado a isso, os casos de resistência a herbicidas tornam o controle do capim-amargoso um desafio ainda mais complexo. O surgimento de resistência começou a ser observado em 2008 no Brasil, ao herbicida glifosato. Em 2016, foi registrado o caso de resistência aos inibidores da ACCase e, posteriormente, em 2020 foi confirmado o caso de resistência múltipla a dois mecanismos de ação, aos inibidores da EPSP’s e inibidores da ACCase (Heap, 2023).
O controle químico do capim amargoso em pré-emergência apresenta alta eficiência. No entanto, em pós-emergência, a disponibilidade de herbicidas registrados para aplicação é limitada. Entre os herbicidas registrados para uso em pós-emergência, destacam-se os inibidores da ACCase (graminicidas) que apresentam capacidade de translocar até os rizomas, característica importante para assegurar um controle eficiente (Pinho et al., 2018).
De acordo com o pesquisador Guilherme Ohl (2023), os produtos mais utilizados em pós emergência da soja para o controle do capim-amargoso são os princípios ativos cletodim e haloxifop-metil. O controle do capim amargoso na cultura da soja, deve ocorrer antes que haja o perfilhamento da planta em pós-emergência, no caso de plantas perenizadas com a formação de touceiras o controle é muito mais difícil, sendo essencial controlar em estádios iniciais. De acordo com Rizzardi (2019), na fase de pós-emergência, a maior sensibilidade para o controle do capim-amargoso ocorre nas fases iniciais de desenvolvimento, quando as plantas possuem no máximo 3 a 4 perfilhos.
É importante destacar que, nesse estádio inicial, o crescimento da planta é relativamente lento. No entanto, a partir dos 45 dias após a emergência, observa-se um aumento significativo no crescimento, com uma considerável produção de biomassa aérea e subterrânea e, consequentemente a formação de rizomas.
Em plantas que já formaram touceiras, conforme destacam Oliveira Jr.et al. (2020), o controle torna-se particularmente oneroso, uma vez que é necessário aplicar doses mais elevadas. Mesmo assim, em grande parte dos casos, ocorre rebrota, demandando uma segunda ou até mesmo terceira aplicação, em aplicações sequenciais. Os graminicidas atuam diretamente nos pontos de crescimento da planta, mas não são eficientes em reduzir de forma significativa a área foliar dessas plantas, permitindo que haja competição por luz com a cultura. Além disso, a aplicação de doses elevadas aumenta o risco de fitotoxicidade na soja.
Para auxiliar no controle de plantas daninhas na soja, a tecnologia Einlist® surge como uma alternativa, possibilitando a aplicação de herbicidas como o Glufosinato de amônio que possui eficácia no controle da espécie.
Visando um manejo eficiente de plantas daninhas com o foco em capim-amargoso e capim-pé-de-galinha, o Mais Soja lançou, com o apoio da IHARA, o Missão Mato Zero, um programa que conta com uma série de vídeos com alguns dos mais renomados pesquisadores do país, podcasts e textos técnicos, com o objetivo de trazer a informação e auxiliar no manejo de plantas daninhas.
No décimo vídeo da série o pesquisador da Ceres Consultoria Agronômica, Dr. Guilherme Ohl, aborda o tema: Controle em pós emergência de capim amargoso: como manejar? Quais as dicas de utilização? confira:
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Referências:
BIANCHI, M. A. ESTRATÉGIAS DE CONTROLE PARA CAPIM AMARGOSO. Boletim técnico, CCGL Pesquisa e Tecnologia, n. 62, 2018. Disponível em: < https://upherb.com.br/ebook/boletim_t%C3%A9cnico_62.pdf >, acesso em: 29/12/2023.
GAZZIERO, D. L. P. et al. EFEITOS DA CONVIVENCIA DO CAPIM-AMARGOSO NA PRODUTIVIDADE DA SOJA. XXVIII Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas na ERA da Biotecnologia, 2012. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/67061/1/733-XXVIIICBCPD.pdf >, acesso em: 29/12/2023.
HEAP, I. Banco de dados internacional de ervas daninhas resistentes a herbicidas. Online, 2023. Disponível em: < https://weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 29/12/2023.
PINHO, C. F. et al. CAPIM AMARGOSO E INTERAÇÃO DE HERBICIDAS. Revista Cultivar, Grandes Cultura, ed. 230, 2018. Disponível em: < https://revistacultivar.com.br/artigos/capim-amargoso-e-interacao-de-herbicidas >, acesso em: 29/12/2023.