Considerada por muitos a praga mais temida do milho atualmente, a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) se destaca pelos danos indiretos ocasionados na cultura, mais especificamente para transmissão do complexo de enfezamentos. Os enfezamentos são doenças causadas por microrganismos denominados molicutes, como elevada capacidade em causar danos em plantas de milho, podendo até mesmo, comprometer a produção dependendo do estágio em que a planta é infectada.
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Segundo Waquil (2004), a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), é o principal vetor da transmissão dos enfezamentos, sendo o milho, a principal planta hospedeira da praga. Logo, medidas de manejo como o controle de plantas de milho voluntárias (milho tiguera), podem contribuir para a redução populacional da praga.
Contudo, nem sempre práticas de manejo alternativas são suficientes para o controle da cigarrinha do milho, sendo necessário intervir por meio do controle químico, utilizando inseticidas. Atualmente, ainda não há nível de ação pré-estabelecido para controle da cigarrinha-do-milho, sendo avaliado para isso, a presença ou ausência da praga na cultura, especialmente durante o período crítico de infecção (de V1 a V5).
Avaliando a eficiência de diferentes inseticidas no controle da cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), Grigolli & Grigolli (2019) observaram que Bifentrina + Imidacloprido; seguido por Lambda-Cialotrina + Tiametoxam e Acefato apresentam a maior eficiência de controle da cigarrinha do milho 1 dia após a segunda aplicação dos inseticidas (90,3%; 86,8% e 85,1% respectivamente).
Tabela 1. Eficiência de controle (%) de Dalbulus maidis em plantas de milho aos 1, 4, 7, 10 e 14 dias após a segunda aplicação dos tratamentos. FUNDAÇÃO MS, Maracaju, MS, 2020.

Os ingredientes ativos dos correspondentes inseticidas que compuseram os tratamentos avaliados por Grigolli & Grigolli (2019) podem ser observados na tabela 2.
Tabela 2. Inseticida, dosagem (mL ou g.ha-1) e ingrediente ativo dos produtos utilizados no experimento de controle químico de cigarrinha Dalbulus maidis.

As aplicações foram realizadas em nos estádios V5 e V6 do desenvolvimento do milho, com um intervalo entre aplicações de 7 dias e realizou-se a contagem da praga aos 1, 4, 7, 10 e 14 dias após a segunda aplicação dos tratamentos (DAA2) (Grigolli & Grigolli., 2019).
Com base nos resultados observados pelos autores, o maior efeito residual proporcionando controle satisfatório da cigarrinha do milho foi obtido com o uso de Lambda-Cialotrina + Tiametoxam, destacando o potencial uso desse inseticida no controle e manejo da cigarrinha. Embora alguns inseticidas possibilitem o controle significativo da praga, não se deve renunciar às boas práticas agronômicas visando o manejo integrado da praga, sendo necessário muita atenção com o monitoramento da cigarrinha do milho, especialmente em áreas de milho segunda safra (milho safrinha).
Referências:
GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. MANEJO E CONTROLE DE PRAGAS DO MILHO SAFRINHA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Milho Safrinha 2019, 2019. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/354/354/5ebc46562b3e23b8b4cbb5fa16275a971d474ae699160_03-pragas-do-milho-safrinha-2019-somente-leitura-.pdf >, acesso em: 28/09/2021.
WAQUIL, J. M. CIGARRINHA-DO-MILHO: VETOR DE MOLICUTES E VÍRUS. Embrapa, Circular Técnica, n. 41, 2004. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/cigarrinha-do-milho-vetor-de-molicutes-e-virus.pdf/17d847e1-e4f1-4000-9d4f-7b7a0c720fd0 >, acesso em: 28/09/2021.
Foto de Capa: Dr Glauber R. Sturmer
Olá, vocês poderiam atualizar a fonte “Grigolli & Grigolli (2019)”, agradeço!
Olá, poderiam atualizar o link da fonte “Grigolli & Grigolli (2019)”, agradeço!
https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/Tecnologia-e-Producao-Milho-Safrinha-2019.pdf
paginas 102 e 103