Os últimos meses foram marcados por um aumento generalizado das cotações do milho no mercado global. Esse movimento resultou das elevadas compras chinesas, das adversidades climáticas na América do Sul e das expectativas de estoques mais apertados nos principais players. Na CBOT e na B3, as cotações do cereal acumularam valorizações de, respectivamente, 16,6% e 14,5% no último trimestre. Nos próximos três meses, os preços do grão deverão ser direcionados pela definição da área plantada no hemisfério norte, pelo desenvolvimento da safrinha no Brasil e pela demanda chinesa, indicando com mais clareza a disponibilidade do cereal.

No caso dos EUA, considerando o relatório de intenções de plantio do USDA para a safra 2021/22, espera-se uma área semeada do cereal de 36,9 milhões de hectares, 131,5 mil hectares acima do registrado no ano passado, mas abaixo da expectativa média do mercado e da projeção do Fórum Agrícola.

Com a área trazida nas intenções de plantio e o rendimento estimado pelo Fórum Agrícola, a produção nos EUA chegaria a 380,9 milhões de toneladas na safra 2021/22, mais de 20 milhões acima do produzido na safra anterior. Contudo, esse crescimento não seria o suficiente para compensar o aumento da demanda total pelo grão norte-americano, que deverá chegar a 384,2 milhões, segundo dados do Fórum Agrícola, resultando em uma queda do estoque final para 31,7 milhões de toneladas. Desse modo, a relação estoque/uso chegaria a 8,3%, o menor patamar desde a temporada 2012/13.

Uma parte importante do país está enfrentando condições mais secas, mas a maior parte do cinturão do milho não deve ser afetada, o que reduz as preocupações quanto aos impactos sobre a safra de milho. Contudo, o clima no país será de grande importância ao longo dos próximos meses, visto que uma alteração do cenário poderá impactar a produtividade americana e tornar balanço de oferta e demanda mais apertado.

Por outro lado, uma possível redução na demanda chinesa poderá aliviar esse cenário. No primeiro trimestre de 2021, novos casos de PSA atingiram o país, gerando incertezas sobre a recuperação do rebanho de suínos e levantando questionamentos sobre uma possível redução na demanda do país por grãos. Além disso, motivada pelos altos custos e pelo objetivo de reduzir a dependência pelo milho importado, a China lançou recentemente um plano incentivando sua substituição na ração animal.

Na Europa, a região do Mar Negro, especialmente a Ucrânia, também deverá ganhar maior destaque nos próximos meses. Neste ano, a semeadura no país começou apenas no final de março, o que representa quase um mês de atraso. Mesmo assim, a área prevista de milho não deverá ser afetada, visto que as condições climáticas são, e devem permanecer, favoráveis ao desenvolvimento da safra.

O Ministério da Agricultura da Ucrânia estima que 5,3 milhões de hectares serão destinados ao cereal, em linha com o observado em 2020. Porém, a produção está projetada em 33,2 milhões de toneladas, contra 30,3 milhões na safra anterior.

Na América do Sul o foco deve se manter nas condições climáticas, um dos principais fatores de suporte às cotações do cereal nos últimos meses. No Brasil, após chegar a ser estimada em 82,4 milhões de toneladas pela StoneX no início do ano, a projeção para a 2ª safra foi reduzida para 77,7 milhões de toneladas, em função dos atrasos no ciclo e potencial perda de rendimento. Mesmo com essa queda, destaca-se que o resultado ainda configuraria um recorde. Contudo, é importante ressaltar que a safrinha ainda não está definida, com o clima nos próximos meses sendo fundamental para a oferta do grão.

Para a Argentina, a Bolsa de Buenos Aires estima uma produção de 45 milhões de toneladas em 2020/21, recuo de 6,5 milhões no comparativo anual. Porém, assim como para a safra de inverno brasileira, a produção não está totalmente definida, visto que condições climáticas favoráveis ao longo dos próximos meses podem impactar positivamente a produtividade no país, principalmente nas áreas plantadas tardiamente.

Fonte: Assessoria de imprensa StoneX

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