Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira
As cotações do milho em Chicago se mantiveram estáveis, com um pequeno viés de baixa. O fechamento, para o primeiro mês cotado, neste dia 23/07, ficou em US$ 3,28/bushel, contra US$ 3,30 uma semana antes.
As dificuldades de exportação por parte dos EUA; a grande safra esperada para ser colhida a partir de setembro, com o clima positivo até o momento naquele país; a forte concorrência brasileira e argentina; e a parcial redução na demanda por etanol devido a pandemia, seguram os preços do cereal em Chicago.
Neste sentido, na semana encerrada em 20/07 as condições das lavouras estadunidenses de milho se mantiveram em 69% entre boas a excelentes, com 23% regulares e 8% entre ruins a muito ruins. Já 59% das mesmas entram em fase de polinização, o período mais crítico em termos climáticos. Outros 9% já estão na fase de enchimento de grãos, contra 7% na média histórica.
Quanto aos embarques de milho, na semana anterior os EUA teriam alcançado 1,1 milhão de toneladas, ficando dentro do extrato superior esperado pelo mercado, porém, com um total de apenas 36,3 milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 43 milhões exportadas no mesmo período do ano anterior.
No Brasil, os preços se mantiveram firmes nas regiões carentes do produto e em baixa naquelas em que a safrinha está sendo colhida. Assim, a média gaúcha no balcão ficou em R$ 44,76/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços assim ficaram: R$ 44,00 no centro de Santa Catarina; R$ 41,50 a R$ 42,00 no Paraná; R$ 35,00 na região de Campo Novo do Parecis (MT); R$ 38,00 em Maracaju (MS); R$ 47,00 em Itapetininga (SP); R$ 50,50/saco no CIF Campinas, também em São Paulo; R$ 38,00/saco em Rio Verde (GO).
Por sua vez, na B3 o vencimento setembro atingiu a R$ 46,75/saco em meados da semana, enquanto novembro ficou em R$ 48,52; janeiro em R$ 50,67; e março em R$ 50,65/saco. O aumento no ritmo da colheita da safrinha também força baixas nos contratos da Bolsa brasileira.
Quanto às exportações, a expectativa agora é de que o país feche o mês de julho com 5,6 milhões de toneladas vendidas, somando 8,2 milhões no total dos primeiros sete meses do ano. Nos primeiros 13 dias úteis de julho o país exportou 1,7 milhão de toneladas do cereal. Se o Brasil conseguir manter a cadência de 5 milhões de toneladas mensais exportadas nos cinco meses restantes, o ano de 2020 terminará com vendas externas de milho em 33,2 milhões de toneladas, volume que ficaria acima de grande parte das expectativas atuais. Mas o resultado final destas exportações dependerá muito do comportamento cambial no Brasil. Em o Real de valorizando, haverá pressão para vender o produto no mercado interno ao invés da exportação.
Dito isso, é bom lembrar que a média diária de exportações em julho está 48,7% menor do que o registrado no mesmo período de 2019. O preço médio da tonelada de milho exportada em julho ficou em US$ 167,50, ou seja, 2,6% mais baixo do que a média de julho do ano anterior.
Em termos estaduais, o Mato Grosso do Sul havia chegado a apenas 5,1% da área colhida até meados da semana, contra 43,6% em igual momento do ano passado e 27,8% na média histórica. Já a comercialização da safra avançou para 48,3% do total esperado, ficando sete pontos percentuais acima do registrado no mesmo período do ano passado. No Mato Grosso a colheita atingia a 75,6% da área até o dia 17/07, enquanto no Paraná a mesma chegava a apenas 17% da área (cf. Imea). Já em São Paulo apenas 7%, em Goiás 23% e em Minas Gerais 3%. A colheita da safrinha, até o dia 17/07, atingia a 41% no Centro-Sul brasileiro, contra 61% no mesmo momento de 2019 e 40% na média histórica para esta data. (cf. Safra & Mercado)
Enfim, no Mato Grosso a comercialização da safra 2019/20 atingia a 87,1% do total, enquanto a safra 2020/21 batia em 41% já vendida. Neste Estado, o custo varável de produção da safrinha teria ficado em R$ 2.885,74/hectare, ou seja, R$ 22,58/saco considerando a produtividade média da atual safrinha. (cf. Imea)
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ