Autor: Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações do milho em Chicago subiram um pouco nesta semana, com o bushel fechando esta quinta-feira (30), para o primeiro mês cotado, em US$ 5,36, contra US$ 5,29 uma semana antes.

O relatório de estoques trimestrais, posição 1º de setembro, indicou um volume de 31,3 milhões de toneladas, ou seja, 36% abaixo do registrado um ano antes. Mesmo assim as cotações do milho recuaram em Chicago, no dia 30/09, pois o mercado esperava estoques ao redor de 29,3 milhões de toneladas.

Quanto a colheita do milho nos EUA, até o dia 26/09 a mesma chegava a 18% da área total, contra a média histórica de 15% e uma expectativa do mercado em 19%. Em relação as áreas a serem ainda colhidas, 59% das lavouras estavam em condições entre boas a excelentes naquela data, 26% regulares e 15% entre ruins a muito ruins. Cerca de 74% das lavouras estavam em fase de maturação, contra 64% da média histórica.

Por sua vez, os embarques de milho por parte dos EUA, na semana encerrada em 23/09, somaram 517.539 toneladas, ficando dentro das projeções do mercado. O total embarcado no atual ano comercial soma 1,14 milhão de toneladas, ou seja, 60% a menos do que as mais de 2,8 milhões de toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior.

Já na Argentina, o Ministério da Agricultura local informou que as vendas de milho, relativas a safra 2020/21, somaram 40,9 milhões de toneladas até este final de setembro, superando em 3,7 milhões o volume em igual período do ano passado. A estimativa é de que a última colheita argentina de milho foi de 50,5 milhões de toneladas, esperando-se um volume de 55 milhões nesta próxima safra 2021/22. Este novo plantio iniciou neste mês de setembro.

Por enquanto, 8,5% da área esperada em milho foi semeada no vizinho país. A área total está sendo projetada em 7,1 milhões de hectares. Neste momento há falta de chuvas nas regiões produtoras argentinas para que se acelere o plantio do cereal.

E no Brasil, os preços recuaram um pouco, ainda sob pressão da oferta da safrinha, mesmo diante da forte quebra ali registrada. O preço médio semanal do saco do cereal no Rio Grande do Sul fechou o mês de setembro em R$ 84,71, enquanto nas demais praças os valores oscilaram entre R$ 72,00 e R$ 91,00/saco, sendo que o CIF Campinas (SP) ficou em R$ 94,00/saco.


Sipcam


Pesa sobre os preços, além da entrada da safrinha, a retração das exportações e a expectativa de uma safra mais consistente neste próximo verão. Por outro lado, a nova desvalorização do Real, levando nossa moeda acima de R$ 5,40, tende a estimular as exportações, fato que pode puxar para cima, no curto prazo, os preços locais.

Já na B3 os contratos de milho com vencimento em novembro fecharam o pregão da quarta-feira (29) em R$ 93,43/saco, enquanto janeiro ficou em R$ 94,40, março em R$ 94,34, e maio em R$ 89,45/saco.

Neste contexto, por enquanto o valor posto nas indústrias de ração é de um saco de milho entre R$ 90,00 e R$ 94,00 dependendo da região do país.

Dito isso, no Paraná, onde a safrinha está colhida, a semeadura do milho de verão chegou a 62% da área total esperada. Estima-se uma produção de verão ao redor de 4,1 milhões de toneladas neste Estado. (cf. Deral)

E no Mato Grosso do Sul, até este final de setembro, os produtores locais já haviam negociado 70,6% do total produzido na safrinha, um índice 14 pontos percentuais maior do que o volume registrado neste mesmo período de 2020 para a safra colhida naquele ano. (cf. Famasul)

Enfim, no Centro-Sul brasileiro, de forma geral, até o dia 23/09 a semeadura do milho de verão chegava a 26% da área estimada para 2021/22. (cf. AgRural)


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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

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