Autor: Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações do milho em Chicago, para o primeiro mês cotado, ficaram estáveis, com leves variações nesta semana. Tanto que o fechamento desta quinta-feira (23) ficou em US$ 5,29/bushel, ou seja, o mesmo valor de uma semana antes.

Nos EUA, a colheita do milho evoluiu para 10% da área até o dia 19/09, ficando um pouco acima dos 9% da média histórica. Sem surpresas igualmente foi indicado que 59% das lavouras do cereal, ainda a serem colhidas, estavam entre boas a excelentes condições. Outras 26% estavam em condições regulares e 15% entre ruins a muito ruins.

Quanto aos embarques de milho, os EUA, na semana encerrada em 16/09, atingiram a 403.104 toneladas, com este volume ficando dentro das expectativas do mercado. O volume total embarcado neste novo ano comercial 2021/22, iniciado em 1º de setembro, chega a 601.986 toneladas, sendo 70% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

Aqui no Brasil os preços estão relativamente estáveis, com algumas regiões apresentando um pequeno viés de baixa ainda devido a pressão da colheita da safrinha. Assim, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 85,97/saco. Este valor está 56,7% acima do valor médio registrado na mesma época do ano passado. Ou seja, em relação a soja, no mercado gaúcho o milho está percentualmente bem mais valorizado passados 12 meses. Nas demais praças nacionais, os preços atuais do milho oscilaram entre R$ 73,00 e R$ 91,00/saco, sendo que o CIF Campinas (SP) fechou a semana em R$ 93,50/saco.

Por sua vez, na B3, o início do pregão desta quinta-feira (23/09) registrava os seguintes valores: contrato novembro/21 em R$ 91,80/saco; janeiro/22 em R$ 93,42; março/22 em R$ 93,10; e maio/22 em R$ 89,20/saco.

Dito isso, o plantio da safra de milho de verão, 2021/22, atingia no Brasil, no dia 16/09, a 22% da área esperada para o Centro-Sul nacional. As novas chuvas no sul do país auxiliam muito ao desenvolvimento da planta e do próprio plantio. (cf. AgRural)

Já no Paraná, conforme o Deral, a colheita da segunda safra de milho chegou a 98% da área total. Em paralelo, o plantio da safra de verão do milho chegava a 45% da área esperada até o dia 20/09. Deste total semeado, 98% estavam em boas condições.

No Mato Grosso, segundo o Imea, registrou-se um novo aumento no custo de produção do milho para 2021/22, com o mesmo se elevando 2,09% apenas em agosto, sendo a oitava alta consecutiva desde janeiro passado. Esta constante evolução do custo reduz os ganhos de quem vendeu antecipadamente o cereal, a preços menores do que os atuais. Isso faz com que os produtores, nos últimos tempos, reduzam suas vendas antecipadas, esperando preços melhores.

Enfim, no Mato Grosso do Sul, conforme a Famasul, a colheita da safrinha atingia a 99% da área no início da presente semana. Por enquanto, confirma-se uma quebra de 2,72 milhões de toneladas no milho safrinha deste Estado. Em termos de preços médios, no Mato Grosso do Sul o valor de setembro está em R$ 81,27/saco, com alta de 66,2% sobre o valor praticado no mesmo período do ano anterior.

Quanto às exportações brasileiras de milho, nos 12 primeiros dias úteis de setembro o Brasil exportou 1,7 milhão de toneladas. Este volume é apenas 26,6% do total exportado em todo o mês de setembro de 2020. A média diária de embarques ficou 53,4% menor do que a registrada em setembro do ano passado. De janeiro a agosto o Brasil exportou 10 milhões de toneladas de milho, ou seja, 25,9% menos do que no mesmo período do ano anterior. (cf. Secex)

Já pelo lado das importações, passada a terceira semana de setembro, o Brasil alcançou um total acumulado no mês de 245.301 toneladas de milho. O acumulado dos 12 primeiros dias úteis de setembro de 2021 indica importações 66,5% maiores do que o importado em todo o mês de setembro do ano passado. Isso indica uma média diária de importação de milho, no atual mês de setembro, 191,4% acima da média do mesmo mês do ano passado. A tonelada importada, neste momento, está custando US$ 240,80 ao Brasil. Nos oito primeiros meses do corrente ano o Brasil já importou 1,23 milhão de toneladas de milho, ou seja, 112% acima do registrado no mesmo período do ano passado.


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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

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