O custo de produção do algodão em Mato Grosso segue avançando a cada mês em 2020. O custo operacional efetivo (COE) da safra 20/21 ficou estimado em R$ 9.572,40/ha no mês de setembro, avanço de 7,68% em relação à safra 19/20. Os principais aumentos foram nos insumos atrelados em dólar, como: macronutrientes (13,18%) e fungicidas (24,74%).
Com a valorização dos custos e a perspectiva de redução na produtividade (116,51 @/ha) para a safra 20/21, o ponto de equilíbrio para o ciclo ficou estimado em R$ 82,16/@, avanço de 9,14% ante a safra 19/20.
Diante do atual cenário de menor demanda pela pluma neste ano e considerando a maior competitividade de outras culturas (soja e milho) em relação ao algodão no momento, a despesa com a produção da fibra em Mato Grosso poderá ser um ponto de limitação para o produtor investir na próxima safra.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• O preço Imea-MT valorizou na semana passada e ficou cotado a um valor médio de R$ 120,78/@, variação de 10,12% no comparativo semanal.
• Com a valorização nas cotações da bolsa de NY (ICE), as paridades de exportação para os contratos de dez/20 e jul/21 avançaram 4,80% e 2,67%, ficando cotadas a R$ 119,86/@ e R$ 126,86/@, respectivamente.
• A relação frete/pluma recuou novamente nesta semana, desta vez, ficou em torno de 3,86%, cerca de 0,09p.p. menor que na semana passada.
• Os subprodutos do algodão em Mato Grosso avançaram em mais uma semana, com variações de 8,15%, 2,31% e 8,29%, para o caroço, a torta e o óleo, cotados a R$ 1.074,92/t, R$ 987,87/t e R$ 4.580,97/t, respectivamente.
Envios em 2020:
De janeiro a setembro, as exportações da pluma norte-americana totalizaram 2,98 milhões de t, avanço de 1,41% em relação ao mesmo período do ano passado.
A evolução no escoamento foi pautada pela retomada das compras chinesas — devido ao acordo comercial firmado no fim de janeiro deste ano. Assim, o país asiático já comprou em 2020 cerca de 793, 88 mil t de pluma americana, incremento de 168,86% em relação ao ano passado (jan – set).
O principal prejudicado com o atual acordo é o Brasil (segundo maior exportador mundial), visto que o país ganhou espaço no mercado asiático no período de guerra comercial e desde fevereiro o fluxo de escoamento para a China tem caído.
Embora o cenário tenda a demonstrar que a China vai demandar boa parte do seu consumo para produtos dos EUA, o fator preço poderá ser um diferencial para o Brasil, uma vez que o dólar está em alta no momento, deixando a pluma nacional mais competitiva em relação à dos EUA.
Fonte: Imea